Para cada homem diagnosticado, duas mulheres têm o problema.
Muitos só procuram ajuda quando o estresse já provocou alguma doença.
Um levantamento do programa de avaliação de estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo mostra que que 60% dos pacientes estão com um nível alto de estresse crônico.
Ele vêm com as pressões no trabalho, no trânsito parado, no cumprimento de tantos compromissos todos os dias. Para cada homem diagnosticado com estresse crônico, duas mulheres têm o problema.
“Principalmente relacionado com a sobrecarga de trabalho na vida atual. A mulher atual é uma mulher que ela corre atrás do sucesso pessoal e profissional, o que vai impactar bastante os níveis de estresse na vida dela”, diz o psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa, Armando Ribeiro.
Até as crianças já têm sintomas de estresse. Para cada menino são pelo menos três meninas.
“A menina tem que ser sempre a melhor, o exemplo da casa. Não fazemos essa mesma cobrança nos irmãos. Então isso vai gerar níveis de estresse mais elevados desde a infância e que depois vai aparecer na vida adulta como doenças relacionadas ao estresse”, fala Armando.
Tensão muscular constante, batimento cardíaco acelerado, respiração ofegante são os sinais iniciais do estresse. Mas é comum as pessoas não darem importância e continuarem tocando a vida. Elas só procuram ajuda quando o estresse crônico já provocou alguma doença.
A jornalista Mariana Durante tem gastrite, infecção no esôfago, enxaqueca e dor no corpo. “Eu sou uma pessoa muito agitada e muito ansiosa por causa das demandas do dia a dia. Tenho o inglês, tenho pós-graduação, tenho trabalho, uma casa para cuidar, filho para criar”, conta.
Dá para medir o nível de estresse usando um programa de computador. O fiozinho preso à orelha envia ao aplicativo informações sobre a frequência cardíaca, que é influenciada pelos hormônios relacionados ao estresse: a adrenalina e o cortisol. Em 100% do tempo medido, a Mariana apresentou baixa capacidade de relaxamento. Bastou um exercício de respiração para o nível de ansiedade começar a diminuir.
“Não há remédio para o estresse, e sim mudança de estilo de vida, coisas que as pessoas devem aprender e ensinar pros filhos e levar para o trabalho que podem reduzir o estresse excessivo e que nos preocupa”, completa Armando.
Ainda segundo o programa de avaliação do estresse as mulheres aceitam melhor a ajuda e procuram o tratamento mais cedo do que os homens.
O coordenador do programa, o psicólogo Armando Ribeiro, diz que a pessoa estressada precisa tratar a causa e não os efeitos. O primeiro passo é aceitar que precisa de ajuda.
Fonte: Jornal Hoje
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