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Autoestima


Como você costuma tratar seus entes queridos? Se essa pessoa precisa de cuidados, você está sempre ali para ajudar? Se ela precisa de um ombro amigo para desabafar, você se prontifica? Para seus amigos e familiares, você está sempre ali sem fazer julgamentos, rótulos ou cobranças? Se os magoa, pede desculpa, preocupa-se com seus sentimentos, quer o melhor para eles? Sim?

Então por que será que temos tanto cuidado com os outros e esquecemos de cuidar de nós mesmos? Quando foi a última vez que você se convidou a sair? Preocupou-se se realmente estava bem? Pediu-se perdão? Alguma vez você foi capaz de se pedir perdão? Gostar de si mesmo e agir como tal é o que chamamos de autoestima. Precisamos tentar fazer conosco aquilo que somos capazes de fazer por quem amamos. E nos amar e nos conhecer é fundamental para desenvolver uma boa autoestima. 

"Algumas pessoas têm uma sensação de inferioridade e estão sempre se comparando aos demais, como se existisse uma grande distância entre seu jeito de ser e o das outras pessoas, como se os outros fossem muito melhores", explica a psicóloga e coach Márcia Dolores Resende. Segundo Márcia, nosso corpo e nossa mente respondem aos nossos pensamentos, e a forma como organizamos esses dados farão grande diferença para a construção de uma ótima autoestima. 

O que leva à baixa autoestima?

Para Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo, a autoestima é resultado de uma combinação de inúmeros fatores, entre eles, personalidade, experiências de vida, estilo emocional e percepção subjetiva de como as situações são percebidas pela própria pessoa. "Apesar de todos viverem situações que podem prejudicar a autoestima, algumas pessoas são mais vulneráveis aos insucessos e constroem uma visão negativa de si mesmas. A autocrítica exacerbada, uma criação dura e pouco afetuosa, baixa inteligência emocional também podem contribuir para uma autoestima baixa e instável", diz. 

A queda da autoestima tem como consequência uma baixa no nível de energia e de motivação. Pesquisas comprovam os efeitos da falta de autoestima. Um estudo da Gallup, em 2012, mostrou que de 11% a 17% das pessoas estão ativamente desengajadas, de 54% a 66% não estão engajadas - ou seja, estão só sobrevivendo - e de 22% a 27% estão realmente engajadas. 

Um problema sério da baixa autoestima é o estado de entropia. "Entropia é quando a pessoa se fecha para o mundo e para o outro porque não consegue resolver os problemas e enfrentar as situações. Assim, começa a sofrer, sentir emoções negativas, a demonstrar ansiedade, e como não consegue ter sucesso, ela foge, pede demissão, termina relacionamentos, entra em estado de apatia, começa a duvidar da sua capacidade de realização, até perder a crença em si mesma", alerta a consultora da SBCoaching, Ana Carnelossi.

Não exagere na dose

Se ter baixa autoestima não faz bem, ter autoestima exageradamente elevada também não. É preciso saber dosar. Para Ana Carnelossi, quando a pessoa vive nesta condição, ela assume a responsabilidade e a gestão pela vida dos outros. "É o herói, deixa de cuidar de si para cuidar dos outros. Impaciente, não consegue esperar o tempo dos outros, propagando a incompetência por tirar a oportunidade de aprendizado dos demais, uma vez que se considera o melhor em tudo. Assim, não sobra tempo para cuidar de si, mas mesmo assim quer sempre a gratidão de todos. Consequentemente, acaba ficando exausto", alerta Ana.

Segundo a especialista, nessas situações de autoestima exacerbada, a pessoa acredita que está indo bem, quando na verdade não consegue enxergar o verdadeiro preço disso: exaustão, estresse, doenças, etc. "Preço de não ter tempo para cuidar da sua saúde, preço de ter pessoas fazendo muito enquanto tem muitas fazendo pouco", acrescenta a consultora.

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