Há uma banalização desse termo. Cansaço não é estresse, chateação não é estresse, brigar com a namorada não é estresse. Para simplificar, tudo o que nos causa estresse são ameaças - reais ou imaginárias. Ou seja, viver o problema ou imaginar o problema faz com que seu corpo entenda que a ameaça existe. Pois nossa resposta fisiológica não consegue diferenciar a possibilidade da realidade.
Existem quatro estágios de evolução dos sintomas do estresse: fase de alerta (mãos e pés frios, boca seca, dor no estômago, aumento da transpiração, tensão e dor muscular, aperto na mandíbula, ranger os dentes, roer unhas ou pontas de caneta, diarreia passageira, dificuldade para dormir); fase de resistência (queixas de memória, mal-estar generalizado, formigamento das extremidades, sensação de desgaste físico, mudança de apetite, problemas dermatológicos, hipertensão arterial, irritabilidade e desejo sexual diminuído); fase de quase-exaustão (o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração); fase de exaustão (diarreias frequentes, dificuldades sexuais, insônia, tiques nervosos, hipertensão arterial, doenças dermatológicas, taquicardia, tontura frequente, pesadelos frequentes, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade e angústia).
Para cada homem diagnosticado com estresse, existem duas mulheres com o diagnóstico. Pesquisas nacionais e internacionais têm obtido resultados semelhantes, ou seja, existe, em média, duas mulheres com diagnóstico de estresse crônico para cada homem. O principal argumento para o fato é em relação aos múltiplos papéis da mulher na sociedade contemporânea. A sobrecarga delas, que assumiram diversos papéis na vida, é um dos principais motivos para o aumento do estresse.
Segundo o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Centro Avançado em Saúde da Beneficência Portuguesa de São Paulo, o estresse é uma reação psicofisiológica natural de adaptação diante de ameaças. “Os hormônios do estresse preparam nosso organismo para enfrentar perigos reais ou imaginários. A ativação prolongada desse mecanismo gera o estresse crônico ou estresse tóxico, tornando o organismo mais vulnerável a doenças físicas e emocionais, e infecções”. O estresse tóxico diminui a função do córtex pré-frontal (responsável por diversas funções cognitivas complexas, tais como atenção, aprendizagem, planejamento, flexibilidade cognitiva, etc.), literalmente o estresse tóxico “desliga” o córtex pré-frontal e estimula a atividade do sistema límbico, aumentando os estados de ansiedade, medos e fobias.
Práticas cotidianas executadas com atenção plena (ou mindfulness) podem ajudar o organismo a reduzir a produção dos hormônios do estresse e principalmente mudar o foco mental das preocupações para o momento presente! Você é quem escolhe como quer praticar: desfrutando tempo com a família, cozinhando, cuidando do jardim, passeando com o cão, viajando, etc. Basta que sua atenção esteja totalmente focada na execução da atividade escolhida. Vamos colocar isso em prática?
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