Pular para o conteúdo principal

Como ajudar seu filho a largar a chupeta

Apesar de a chupeta acalmar o bebê, o uso prolongado pode provocar alterações como respiração bucal, problemas nos ossos e músculos da boca e na posição da língua e dos dentes

Por Maria Clara Vieira para CRESCER


chupeta; menina (Foto: Lufe Gomes / Editora Globo)
Quando tirar
Alguns especialistas defendem o uso da chupeta apenas até os seis primeiros meses de vida. Outros, aceitam o uso até os 2 anos. Depois disso, no entanto, a utilização é desencorajada. Quanto mais nova a criança for, mais fácil é acabar com o mau hábito. 

O que observar
Para facilitar o processo, esteja atento ao que acalma seu filho: pode ser uma música, um colo, certa forma de conversar... Quanto mais conhecê-lo, maiores serão as chances de sucesso.  

Como tirar
Para os bebês, a dica é substituir a chupeta gradualmente por outra peça ou atividade que supra o conforto e a segurança que ela oferece ao seu filho. Por exemplo: em vez de dar o objeto para acalmá-lo, tente conversar, cantar uma música, contar uma história, dar colo ou oferecer um paninho. Se ele tem o hábito de dormir com ela na boca, tire assim que pegar no sono, para evitar a sucção durante a noite inteira. E nada de pendurá-la na roupa da criança durante o dia, pois isso só incentiva o uso desnecessário. Ter mais de uma, de vários tipos e cores, uma para cada ocasião, também é desaconselhado pelos especialistas. E atenção: adiar a compra de uma chupeta nova pode desencorajar o uso, pois o bico desgastado é menos atrativo – só não dê caso o bico esteja “esfarelando”, pois é perigoso.

Se a criança já tiver mais de 2 anos e for capaz de compreender, converse e explique o que pode acontecer em decorrência do uso da chupeta (respirar mal, ter dentes tortos, apresentar dificuldade na mastigação etc.), ela costuma entender que não faz bem. Além disso, combine de diminuir o uso gradativamente, um pouco menos a cada dia. Estabeleça que em lugares públicos, por exemplo, ou na casa dos parentes não deve ser usada.  Depois, combine de usar só à noite, tirando a chupeta durante o dia, ou vice-versa. Tudo isso contribui para ela ir se acostumando com a ideia de que deve se separar do objeto.

Assim como a mamadeira, a chupeta pode ser “doada” a um bebê que “precise” ou entregue ao Papai Noel, para ganhar um presente. “Mas é preciso cautela para não fazer um leilão. Trocar a chupeta por uma viagem para a Disney, por exemplo, não é o ideal. O presente deve ter a mesma função que a chupeta, ou seja, deve trazer conforto, segurança e calma. Pode ser um urso de pelúcia ou um travesseiro fofo”, sugere Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo (SP).

E cuidado para não tentar tirar a chupeta em um momento de instabilidade emocional da criança, como a chegada de um irmão ou a entrada na escola, pois será ainda mais difícil. Escolha uma fase da vida em que ela esteja tranquila e relaxada.

Quando pedir ajuda
Em geral, as crianças usam a chupeta como um consolo, um apoio emocional, até por volta dos 3 anos. As que estendem o uso até 5, 6, 7 anos, devem ter o contexto levado em conta: pode ser que essa criança seja mais sensível e tenha uma demanda afetiva maior que as demais. “Embora existam momentos mais propícios, cada criança é uma criança. Se ela for mais carente, acaba buscando na chupeta um alívio para os seus temores internos”, explica o psicólogo Armando Ribeiro, coordenador do programa de avaliação de estresse do Hospital Beneficência Portuguesa (SP). Para Rita, se ela resiste muito a abandonar o acessório, pode ser preciso investigar as causas, com a ajuda de um profissional, para entender os motivos. “Às vezes, trata-se de um problema familiar velado, que não está claro para todo mundo”, diz.

Fonte: Crescer

Comentários

  1. “Embora existam momentos mais propícios, cada criança é uma criança. Se ela for mais carente, acaba buscando na chupeta um alívio para os seus temores internos”, explica o psicólogo Armando Ribeiro, coordenador do programa de avaliação de estresse do Hospital Beneficência Portuguesa (SP). Para Rita, se ela resiste muito a abandonar o acessório, pode ser preciso investigar as causas, com a ajuda de um profissional, para entender os motivos. “Às vezes, trata-se de um problema familiar velado, que não está claro para todo mundo”, diz.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Mais chá?

"Você pode não se livrar dos seus medos, mas pode aprender a conviver com eles. Mais chá?"

Psicoterapia Cognitivo-Comportamental: Possibilidades em Clínica e Saúde

Este livro foi escrito por jovens profissionais que, sensibilizados com as dificuldades de acesso aos materiais relativos à teoria e à prática da Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil, resolveram descrever os caminhos que trilharam na busca de uma formação sólida. A obra enfoca desde os conceitos fundamentais às possíveis aplicações em Psicologia Clínica e da Saúde. Pormenorizadamente, foram apresentados trabalhos que envolveram: Transtorno de Pânico com Agorafobia, Depressão, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Pseudo-agorafobia, Ciúmes, HIV-Aids, Esclerose Múltipla, Asma, Cirurgia Geral e um Guia de Terapia Cognitivo-Comportamental On-line. A Terapia Cognitivo-Comportamental vem se expandindo velozmente em nosso meio profissional, sendo absorvida em diferentes contextos clínicos e instituições de saúde. A existência de um modelo compreensivo, baseado em uma filosofia pragmática, na utilização de estratégias cientificamente embasadas, no diálogo íntimo com a Psiquiatria...

“Desenvolvendo competências socioemocionais para os desafios do século XXI” - Centro Paula Souza ETECs e FATECs

Prof Armando Ribeiro sentiu uma enorme alegria em falar para os alunos, docentes e coordenadores do Centro Paula Souza   que representa mais de 300 instituições de ensino técnico ETECs e superior em tecnologia FATECs no estado de SP. A palestra “Desenvolvendo competências socioemocionais para os desafios do século XXI” teve como objetivo debater a importância da saúde emocional e das “soft skills” para uma educação integral e uma carreira com mais qualidade de vida e bem estar.  O  #setembroamarelo  marca a campanha em relação a valorização da vida e prevenção do suicídio. Alunos, docentes e equipes pedagógicas mais bem informadas e preparadas para conversar, escutar e ajudar com empatia e respeito! Grato CPS pelo convite e oportunidade em abordar tema tão relevante em nossos dias! Apresentar as mais recentes pesquisas sobre neurociência e saúde mental é fundamental para contribuir com a desmistificação do tema "saúde mental" e da Psicologia e Psiquiatria (psicof...