Investir no bom humor dos funcionários favorece o crescimento pessoal, ajuda a trazer satisfação profissional e contribui para elevar o faturamento. É o que garantem os especialistas.
O ato é tão simples e singelo que faz com que os benefícios passem despercebidos. Para alguns, são apenas 12 músculos do rosto a se movimentar. Se a intensidade vai um pouco além, serão 24 no total. O ar é expelido em grande velocidade dos pulmões e todo o corpo fica oxigenado. Isso tudo ajuda a manter uma boa condição aeróbica e a pensar com mais clareza e criatividade.
Essas sensações, que são praticamente imperceptíveis, mas fazem diferença no dia a dia, podem tornar o ambiente de trabalho mais agradável e produtivo. É o que garantem especialistas. Sorrir faz bem e não apenas à saúde. Basta cultiva o bom humor e saber controlar as emoções nos momentos oportunos.
Márcio Acoaviva foi contratado para dar aulas de musculação na Needs, em Moema, São Paulo (SP). Após seis meses na função, foi nomeado coordenador da academia. “A proposta foi supermotivante, já que não houve uma procura externa para esse cargo, mas sim a confiança e a efetivação de um dos colaboradores”, conta Márcio.
Essa iniciativa de valorizar o próprio time demonstra uma gerência atenta aos próprios talentos que ela produz e é um dos artifícios que rende ótimos frutos no que diz respeito à motivação e à produtividade dos colaboradores.
“Para um bom rendimento profissional não basta ter um alto QI. Atualmente, nós passamos a lidar um pouco mais com aquilo que chamamos de inteligência emocional. Ou seja, talvez mais importante do que ter um pensamento lógico, racional, é a maneira como praticamos esse pensamento”, alerta Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo e professor do curso de aprimoramento em Terapia Cognitivo-Comportamental em Saúde Mental da Universidade de São Paulo (USP).
O especialista explica que existem emoções destrutivas e construtivas. O equilíbrio das emoções construtivas, aliado à preparação acadêmica e a um treinamento, pode ajudar as pessoas a atingirem rapidamente e com mais eficácia suas metas profissionais ou pessoais.
Diante de um cenário em que a modernização está ao alcance de todos, o diferencial na está mais na tecnologia, e sim na capacitação técnica e no desenvolvimento motivacional e emocional do colaborador. “Há que se ter uma política de trabalho muito bem estabelecida em que realmente o capital humano seja mais importante do que a estrutura física. Por isso, as ações direcionadas ao nosso colaborador se equiparam ou até ultrapassam o potencial de investimento da diretoria em novas infraestruturas”, afirma Patrícia Lobato, consultora técnica coorporativa da Cia. Athletica.
Propostas Inovadoras
A imagem do educador físico está intimamente ligada à saúde e ao bem-estar e precisa transmitir esses valores aos alunos. Mas, para ser agente de mudança no outro, é preciso estar bem internamente. Diversas redes de academia já partem dessa premissa e vêm implementando ações focadas no funcionário para que ele esteja satisfeito e realizado em seu local de trabalho.
Em 2001, a Cia. Athletica criou um prêmio para estimular a participação de todos os colaboradores nas soluções executadas pela empresa. “Eles enviam projetos com sugestões de melhorias de processos ou serviços que, no caso, são aulas ou modalidades que eles, além de elaborar, têm de aplicar e validar para concorrer. Há um regulamento e um comitê de julgamento e a votação final é feita pelos próprios colaboradores em nossa convenção interna”, conta Patrícia.
Os vencedores do prêmio “Inovação” ganham uma viagem internacional com todas as despesas pagas e depois fazem um tour por todas as unidades do grupo para implementar os programas ou serviços que eles sugeriram.
Na Academia Needs ocorre algo parecido. Lá, todos os colaboradores podem participar ativamente da criação e desenvolvimento de novos formatos de aula e rotinas de trabalhos, além de criar eventos e promoções. “Temos total liberdade para propor encontros ou novas idéias de acordo com o que percebemos que irá agradar aos alunos. Quando a sugestão ganha vida, o funcionário se sente valorizado e reconhecido, além de ter maior visibilidade”, afirma Acoaviva.
O professor é transdisciplinar, ou seja, pode atuar em diferentes áreas. Se quiser, pode reservar um período do expediente para dar aulas de musculação, outro para atuar na avaliação física e assim por diante. O fato de a função não ser engessada, como na maioria das academias, contribui para o funcionário se fidelize à medida que é estimulado a variar seu posto e a estudar outros temas.
Reciclagem
Na Cia. Athletica, outro ponto a ser destacado é a atualização técnica dos professores. Patrícia explica que, anos atrás, havia uma dificuldade em criar uma linguagem comum entre todos da rede e uniformizar essa reciclagem de conhecimento nas unidades, tamanha a demanda de trabalho e disponibilidade dos professores responsáveis por esse tipo de treinamento.
“Desenvolvemos uma intranet na qual os conteúdos técnicos e instruções de trabalho das outras áreas ficam armazenados, são periodicamente atualizados e todos os colaboradores têm acesso. Para estimular os acessos ao portal, elaboramos um quiz show – que começa com uma prova aplicada aos professores. A avaliação engloba desde conhecimentos técnicos, produtos e serviços da empresa, além de conhecimentos gerais”, detalha a consultora. Os melhores colocados representam a unidade na convenção interna e também são premiados com uma viagem.
Para incentivar o hábito do estudo e reciclar os conhecimentos, a Needs criou uma espécie de escola interna, na qual os professores têm acesso a uma biblioteca com livros doados, além de palestras e cursos de assuntos relativos à área conforme o interesse da maioria. “Elencamos diversos temas e, uma ou duas vezes por mês, trazemos um especialista sobre a área escolhida”, detalha Acoaviva.
“O resultado mais expressivo em iniciativas como essas é que você descentraliza tanto o processo criativo quanto as ações de reconhecimento de quem é importante na empresa”, ressalta Patrícia Lobato.
Responsabilidade do Gestor
“Em uma das minhas pesquisas, aplicada com executivos de empresas de grande porte, sobre o perfil do estresse, o fator mais alarmante foi a relação com a chefia imediata. Então, o chefe principal é considerado a fonte de desarmonia ou harmonia no ambiente de trabalho”, alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto.
Ele sugere que o gestor pense na formação de sua equipe de maneira estratégica e que deixe um pouco a indicação de lado para atentar-se à qualidade emocional de seus funcionários, formando uma equipe de personalidades heterogêneas.
“No ambiente de trabalho, temos de lidar com a pressão exercida pelos chefes, prazos, entre outras questões que podem interferir no bom andamento da rotina diária. A raiva também é um sentimento a ser trabalhado. Hoje, da mesma forma que temos programas de redução do estresse, existem os de gerenciamento da raiva, tamanha a importância desta emoção”, conta Armando Ribeiro das Neves Neto.
Bom humor
“Bom humor é rir junto e não rir do outro. Ter pessoas bem-humoradas nas equipes pode fazer à diferença”, ressalta Venina Beck Amorim, psicóloga clínica e executiva de RH. A especialista elenca algumas dicas para manter o clima harmonioso:
• Evite criticar o outro.
• Esteja sempre aberto a ouvir uma ideia. Ela pode ser melhor que a sua.
• Não transfira problemas de uma situação para outra.
• Administre os conflitos separadamente.
• Valorize a espontaneidade, mesmo que ela não venha com a melhor ideia. Uma proposta trabalhada em equipe pode se tornar algo brilhante.
Fonte: Fitness Business
Investir no bom humor dos funcionários favorece o crescimento pessoal, ajuda a trazer satisfação profissional e contribui para elevar o faturamento. É o que garantem os especialistas. http://goo.gl/f20D81
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