Em terapia, a “cura” não significa que a ferida deixou de existir, significa que ela não controla mais a sua vida.
Blog do Prof Armando Ribeiro. Professor de Saúde Integrativa / Psicologia. Consultor organizacional especializado em Gestão do Estresse, Bem Estar e Qualidade de Vida no Trabalho. Pioneiro na discussão das Práticas Integrativas e Complementares (PIC) em Psicologia (Terapia Cognitivo-Comportamental) e Saúde Mental. Contato por e-mail: armandopsico@hotmail.com
quinta-feira, abril 30, 2020
Gestão do Estresse e Ansiedade - Live Instagram
“Vamos falar a real... tem horas que a gente não dá conta. Existe distância entre o ideal e o real. Faremos um bate papo franco e com a expertise do querido psicólogo @armandornn ! Não perca!” LIVE no Instagram da @claudiatenoriooficial nesta quinta-feira (30/04) às 17h.
Errar é humano. Mas médicos não podem errar? O lado humano dos erros médicos
Errar é humano. Mas médicos não podem errar?
O lado humano dos erros médicos
Erro é a falha de uma ação planejada ser completada como o pretendido ou o uso de um planejamento errado para alcançar um objetivo. Um evento adverso atribuído a erro é um evento adverso que poderia ter sido evitado. As consequências dos erros médicos podem ser catastróficas, e grande parte deles pode ser evitado.
As principais causas dos erros médicos variam entre ambientes hospitalares e ambulatoriais. Nos ambulatórios ou consultórios a influência das orientações do sistema e regras institucionais é menor. [1]
Nos hospitais são causas frequentes de danos evitáveis: eventos associados aos medicamentos, úlcera de pressão e infecção urinária associada à sonda vesical. [2]
Por outro lado, nos consultórios ou ambulatórios os riscos relacionados com a segurança do paciente mais comuns são: erros de diagnóstico, falhas em exames complementares e prescrição de medicamentos.
Evidentemente, os fatores pessoais relacionados com a atuação de cada médico têm uma importância fundamental e, possivelmente, excedem a influência dos fatores institucionais. Por essa razão, cabe discutir o "lado humano dos erros médicos".
Errar é humano
Em economia está estabelecido que risco está relacionado com uma situação que permite a avaliação da probabilidade de um desfecho, enquanto incerteza está relacionada com uma situação na qual não há ideia do que pode ocorrer.
Nas condutas médicas a consideração do risco é fundamental, porém, não raramente, pequenos riscos são assumidos. Por exemplo, não higienizar adequadamente as mãos ou deixar de conferir interações medicamentosas. Poderíamos comparar a quando, ao dirigir, excedemos o limite de velocidade permitida em 5 ou 10 km/h. Embora improvável, um evento adverso pode acontecer. Muitos toleram e cometem pequenas transgressões, mas isto caracteriza imprudência. Mas incertezas e dúvidas podem surgir com frequência, por exemplo, em atendimentos de urgência ou emergência, principalmente quando faltam recursos ou tempo para orientar o diagnóstico "de certeza". Em uma recente enquete quase 80% dos médicos de emergências afirmaram ter incertezas diagnósticas diariamente. [3]
Errar e ter incertezas é humano.
Perceber e reconhecer o erro
Erros não são causados por falhas individuais, mas do sistema como um todo. No entanto, os médicos tendem a não os relatar, por isso, é preciso estimular a transparência, e que seja feita a notificação do erro. [4] Estima-se que somente 10% a 20% dos erros sejam reportados espontaneamente. [5]
Uma análise interessante comparou pilotos de avião com médicos e enfermeiros quanto à postura diante de vários fatores relacionados com a prevenção de erros. [6] O estudo mostrou que os pilotos reconheceram mais frequentemente a influência do cansaço no próprio desempenho, aceitaram melhor as sugestões de profissionais menos experientes, reconheceram que erram, tiveram facilidade em discutir os seus erros e concordaram que os erros resultaram essencialmente de falhas nos sistemas.
A dificuldade de reconhecer um erro é humana.
Transparência e pedido de desculpas
Uma definição de erro inclui a falha em comunicar adequadamente o problema da saúde ao paciente.
Um grande estudo multicêntrico mostrou que 45% dos estagiários e 31% dos médicos assistentes se sentiram desconfortáveis ao relatar erros de diagnóstico.
Além disso, revelou treinamento falho quanto à comunicação desses erros aos pacientes, bem como a falta de sistema adequado para apontá-los. Os médicos mais jovens podem sentir desconforto por falta de experiência, medo de serem punidos ou falta de confiança nos sistemas de notificação. [7]
Pedir desculpas a um paciente por um erro pode ajudar a reconstruir a relação médico-paciente. A maioria dos pacientes quer um pedido de desculpas, e a própria orientação ética recomenda a divulgação de erros.
Assim como a dificuldade de reconhecer um erro, é humana a resistência a pedir desculpas.
Burnout , depressão, suicídios
Burnout, depressão e suicídio entre médicos vêm ganhando muita atenção. A frequência desses graves problemas parece ser grande e às vezes é descrita como sendo maior do que na população geral. [8] Porém, mais importante do que saber a frequência exata é entender causas, consequências e soluções. Os três problemas podem fazer parte de um mesmo "pacote". Dependem de vários fatores pessoais e da vida, mas, se a análise for concentrada na atuação profissional, estresse, ambiente, carga de trabalho, exigências burocráticas são causas ou desencadeantes comuns. Deve ser ressaltado que, nesse contexto, o erro médico merece especial atenção. Dados sugerem uma preocupante relação bidirecional direta entre o "pacote" e os erros. [9] A solução ou atenuação dessa relação "erros-pacote" necessariamente envolve melhorar as condições de trabalho, adotar medidas de prevenção de erros e dar atenção e apoio à saúde física e mental dos profissionais da saúde.
Sim, somos humanos e podemos adoecer.
Médicos não são infalíveis
Feliz ou infelizmente, em especial no passado, muitas pessoas consideravam o médico como um "ser superior", infalível. Com o tempo, essa imagem foi sendo desconstruída, com prejuízos à credibilidade e exacerbação de críticas, sobretudo diante de desfechos insatisfatórios. Por isso, é muito importante construir uma boa relação com o paciente e seus familiares. Um estudo interessante procurou analisar como a experiência do paciente e as interações médico-paciente afetam o risco de erro de diagnóstico. [10] Entre os erros de diagnóstico analisados, os problemas nas interações médico-paciente emergiram como um dos principais fatores contribuintes. Os erros médicos mais comuns foram ignorar ou descartar sintomas preocupantes ou piora no estado do paciente. Também foram relatadas queixas de que os médicos desrespeitavam o paciente ou se comunicavam de modo inadequado. Enfim, devemos saber ouvir e aprimorar a comunicação.
Como todos os humanos, os médicos não são infalíveis.
Formação de estudantes e residentes
Há uma falsa divisão entre os raciocínios diagnóstico e terapêutico que prejudica o aprimoramento do pensamento crítico. Novas abordagens pedagógicas cognitivas podem unificar esses tipos de raciocínio. Elas induzem os alunos a adquirir um conjunto de habilidades para otimizar diagnósticos e tratamentos. [11]
Entre essas habilidades está a capacidade de trabalho em equipe. A fim de melhorar a segurança do paciente, tem sido cada vez mais recomendado o atendimento interdisciplinar, em vez da abordagem clássica, na qual o médico é o único responsável pelo diagnóstico. [12]
A inclusão de programas de treinamento interdisciplinar tem crescido, [13] incluindo atividades práticas com a simulação de situações inesperadas e críticas para avaliar a atitude dos participantes. [14]
Errar é humano, mas persistir sem capacitação é burrice.
O lado humano da tecnologia
Ferramentas tecnológicas como prontuários eletrônicos, telemedicina, sensores e aplicativos prometem aprimorar a assistência e a segurança dos pacientes. Contudo, trazem desafios bem humanos relacionados com a utilização, interpretação dos dados e a tão debatida garantia da privacidade dos pacientes. Por exemplo, um estudo mostrou que mesmo com o uso de prontuários eletrônicos, houve uma alta frequência de erros na prescrição de medicamentos por residentes e estagiários. Os erros pareceram relacionados com fatores bem humanos, como falta de supervisão por médicos mais experientes e sobrecarga de trabalho. [15]
No topo da tecnologia atual está a inteligência artificial. Ela poderá aumentar a segurança do diagnóstico, integrar rapidamente novas descobertas científicas em algoritmos de diagnóstico e aumentar a compreensão dos erros e retardos dos diagnósticos. A inteligência artificial é um produto em evolução do conhecimento humano. [16]
A tecnologia tem limitações humanas.
Citar este artigo: Errar é humano. Mas médicos não podem errar? - Medscape - 27 de abril de 2020.
Fonte: MEDSCAPE
quarta-feira, abril 22, 2020
Health Coaching
Segundo a OMS, as doenças não transmissíveis (DNT) foram responsáveis por 71% das mortes em 2016, com as principais causas sendo doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças pulmonares crônicas. É necessário um método específico para envolver as pessoas que estão gerenciando as DNTs e envidar esforços para restaurar sua saúde. O “Objetivo Quádruplo” fornece um “modelo” abrangente para uma abordagem da assistência à saúde que busca aprimorar a experiência individual da assistência médica, melhorar a saúde da população, minimizar os gastos em saúde (particularmente em relação a doenças crônicas) e gerenciar e manter o bem-estar dos profissionais de saúde. O treinamento em saúde, como estratégia para apoiar a restauração e manutenção da saúde de pessoas diagnosticadas com uma doença crônica, tem capacidade para abordar todos os quatro quadrantes do Objetivo Quádruplo.
Fonte:
American College for Lifestyle Medicine (ACLM)
Exercícios de Apreciação - HeartMath Institute
Exercícios de Apreciação
(HeartMath Institute)
Foco no Coração: Concentre sua atenção na área do coração e respire um pouco mais fundo do que o normal, por 5 ou 6 segundos e expirando por 5 ou 6 segundos.
Respiração do Coração: Imagine respirar através do seu coração. Imagine-se inspirando e expirando lentamente pela área do coração.
Sentimento do coração: ative um sentimento positivo ao manter o foco e a respiração do coração. Lembre-se de um momento em que você se sentiu bem por dentro e tente reviver o sentimento. Lembre-se de um lugar especial ou do amor que sente por um amigo próximo, parente ou animal de estimação estimado. A chave é o foco em algo que você realmente aprecia.
Como você está se sentindo? Você percebe uma maior sensação de facilidade, bem-estar ou relaxamento? Quer ir ainda mais fundo? Tente incorporar maior apreço à sua vida das seguintes maneiras simples:
1. Intervalos de Apreciação: Faça dois ou três intervalos de apreciação por dia - de preferência no início da manhã, durante o trabalho, na escola, no retorno a casa ou antes de dormir. Basta seguir os passos simples acima. Leva apenas dois minutos para alcançar o equilíbrio mental, emocional e físico.
2. Lista de Apreciação: Faça uma lista das coisas que você aprecia - pessoas, lugares, atividades, animais de estimação - e escolha uma ou duas todas as manhãs para manter seu coração durante o dia. Escolha um item novamente à noite para segurar seu coração enquanto descansa.
3. Apreciação no momento: mantenha sua lista de agradecimentos fechada o dia inteiro, no bolso ou na bolsa, pelo computador ou em outro lugar. Em momentos estressantes, escolha um item que possa evocar rapidamente a apreciação. Pode transformar um dia estressante em um dia que flui - em 30 segundos ou menos.
"Aprendi que as pessoas esquecerão o que você disse, as pessoas esquecerão o que você fez, mas as pessoas nunca esquecerão como você as fez se sentir." - Maya Angelou
Envolva o poder do seu coração para gerar e sustentar sentimentos de gratidão para ajudar a aumentar seu próprio bem-estar. A prática desses exercícios de apreciação acelera sua conexão com seu próprio coração. Apreciar a nós mesmos e aos outros ajuda a restaurar a cor da nossa percepção da vida em preto e branco.
Simplesmente ativando um sentimento positivo de apreciação sincera, você pode aumentar a coerência do ritmo cardíaco, reduzir o estresse emocional e melhorar sua saúde.
Considere praticar apreciação todos os dias.
Com cuidado,
Sara Childre,
Presidente, Instituto HeartMath
Fonte: HeartMath Institute (Google Tradutor)
domingo, abril 19, 2020
Eles também choram. Como os homens devem preservar o bem-estar diante do pânico gerado pelo aumento de casos do novo coronavírus.
Eles também choram. Como os homens devem preservar o bem-estar diante do pânico gerado pelo aumento de casos do novo coronavírus.
As pandemias costumam provocar um pânico generalizado em homens e mulheres, principalmente quando não se tem informações concretas sobre a doença. É o caso da infecção pelo novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2, que tem um fluxo constante de notícias que gera preocupação e estresse. Esse tipo de situação pode abalar a saúde mental, causando ansiedade em homens. Muitos têm chorado escondido com vergonha de expor seus sentimentos.
O psicólogo Armando Ribeiro afirma que os homens também são afetados pelas circunstâncias atuais da pandemia causada pela Covid-19 e podem experimentar emoções intensas relacionadas ao medo de contaminação ou de contaminar outras pessoas, insegurança e frustração quanto a perda de renda, do trabalho e das relações sociais ocasionadas pelo distanciamento social e da quarentena. Pessoas que já tem histórico de problemas emocionais, tais como a depressão, a ansiedade, pânico, entre outros, podem sentir o agravamento destes quadros.
O estresse crônico gerado pelo estado de atenção em relação a pandemia, segundo Ribeiro, pode levar a vulnerabilidade emocional de todos os membros da família, entretanto alguns homens podem tentar mascarar seus sentimentos por acreditarem em crenças relacionadas aos tabus sociais, como "homens não choram", "homens são fortes" ou "homens não devem demonstrar fraqueza ou fragilidade frente ao perigo".
Para a psicóloga Luciana Vera Crepaldi, os homens sentem medo e insegurança sim. Se fazem parte do grupo de risco ou têm parentes próximos com maior chance de se infectarem, este medo aumenta. "Outra grande preocupação do momento é em relação ao trabalho, se vão se manter no mesmo emprego ou serem demitidos e, quanto à economia do país. A expressão do sentimento pode vir em forma de choro, irritabilidade ou ansiedade, o sentimento é o mesmo, mas muda a forma de expressar."
Armando Ribeiro afirma que para manter o equilíbrio é fundamental o homem aceitar que a pandemia trás para todos nós um momento único de incertezas e vulnerabilidades, ou seja, aceitar o medo é parte do segredo para enfrentar de forma equilibrada as angústias e incertezas do momento no mundo. As pessoas precisam aprender a falar de suas inseguranças e temores. As crises podem ser oportunidades para o crescimento emocional se estivermos em contato com nossas emoções e fortalecermos nossos relacionamentos mais profundos. É preciso sentir compaixão por si mesmo e pelo outro, para poder crescer com a experiência de distanciamento social que a pandemia nos trás."
Segundo Luciana, existem formas para eles manterem o emocional equilibrado durante a pandemia de coronavírus. "Seguir com o trabalho ou, caso tenha parado de trabalhar, elaborar novos projetos, iniciar um curso, ler livros e fazer contatos com profissionais para desenvolver parcerias. Além disso, aproveitar o tempo em casa para curtir a família e realizar atividades prazerosas."
Alerta: apenas faça o que for possível no momento
Sergio Bastos Jr, fisioterapeuta e especialista em saúde integrativa, afirma que a depressão é uma doença silenciosa, geralmente associada a um estado de tristeza constante. "Mas o que muita gente não sabe, é que a depressão pode aparecer como uma apatia, uma introversão, dificuldades com o sono, com a alimentação, com as decisões, mesmo as mais corriqueiras, que temos que tomar todos os dias.
Já a ansiedade, enquanto distúrbio, revela uma preocupação excessiva com o futuro e, também, diante de situações corriqueiras da vida, das mais simples até aquelas que não podemos controlar. "E se alguém que amo ficar doente? E se eu não puder mais sair para comprar alimentos? E se eu não conseguir me recolocar no mercado de trabalho? De situações que sabemos, no íntimo, que não vão acontecer, às que jamais podemos prever, tudo acaba sendo motivo de sobressaltos, alerta, coração descompassado, peito apertado e muito desconforto, inclusive físico."
Para evitar a depressão e a ansiedade é preciso seguir algumas dicas. "Respire, mantenha uma rotina, faça exercícios sempre que possível, converse com as pessoas que ama, mesmo à distância. Tenha projetos/planos/objetivos, mesmo que eles sejam para depois que a pandemia passar. Não espere ter certezas, se eles darão certo ou não, ou se vão ser aceitos, apenas faça o que for possível no momento."
Sergio Bastos Jr afirma que é preciso abrir a mente. "Nosso dia a dia é pautado no calendário. Quantas vezes sentimos um frio na barriga porque algo 'está chegando'. E a única forma de não se deixar assolar por ele é viver o hoje. Então, chegou o momento de esquecer um pouco do calendário, sábado e domingo são dias como qualquer outro, já que estaremos em casa. Então, misturar trabalho e momentos de lazer todos os dias pode ser a melhor forma de se manter ativo, mas calmo."
O especialista em saúde integrativa afirma que é preciso viver o hoje. "É agora que a vida acontece. Do amanhã, nada sabemos, do ontem, só podemos trazer aprendizados. É preciso ser grato por estar vivo, por poder contribuir com esse momento de tantas transformações. E não esqueça: se precisar de ajuda, busque orientação. Você não precisa passar por isso sozinho."
Dicas
Evite o excesso de notícias negativas que podem contribuir para enfraquecê-lo emocionalmente. Crie rotinas saudáveis que envolvam os outros membros da família, mas reserve um momento do dia para você
Se estiver fazendo trabalho 'home-office', crie um espaço especial para manter o foco é a produtividade
Mantenha contato com os familiares através das redes ou ligue mais frequentemente
Não perca a esperança e acredite que por pior que seja essa pandemia a sociedade está unida em busca de soluções que deverão mitigar a expansão deste vírus até encontrar medicamentos eficazes e vacinas
Seja um otimista realista, ou seja, fé no futuro, mas sem descuidar dos cuidados para se proteger e proteger quem você ama
Fortaleça a sua espiritualidade ou reflita sobre o que dá sentido e significado a sua vida
Se perceber que o sofrimento emocional está fora de controle, procure ajuda médica ou de um psicólogo. Neste momento, as consultas de orientação estão sendo realizadas através dos meios digitais e encontrará um profissional que poderá ajudá-lo a lidar com suas emoções difíceis pode tirar a pressão sobre você e dos outros membros da família
Fonte: Armando Ribeiro, psicólogo
Fonte do Artigo: Diário da Região
domingo, abril 12, 2020
Profissional de saúde... COVID19
Estar na linha de frente do combate à #COVID19 pode ser uma tarefa muito difícil e estressante. Por isso, se você estiver se sentindo sobrecarregado(a), busque apoio de seus colegas. Você não precisa passar por isso sozinho(a)! #Coronavírus #SaúdeParaTodos
Dicas para lidar com o estresse durante a pandemia da COVID-19
Lidar com o estresse durante a pandemia do #coronavírus não é tarefa fácil. Para passar por essa crise com mais tranquilidade, confira as dicas da OPAS OMS Brasil - PAHO WHO Brazil Para mais informações, acesse: www.paho.org/bra/covid19 #COVID19
sábado, abril 11, 2020
A psicoterapia deve se tornar uma subespecialidade da psiquiatria?
A psicoterapia deve se tornar uma subespecialidade da psiquiatria?
A psicoterapia pode ser eficaz e transformadora de vida para indivíduos com transtornos mentais, mas essa modalidade pode estar perdendo terreno na prática e na identidade psiquiátrica. Estudos meta-analíticos indicam que os efeitos do tratamento psicoterápico para a maioria dos distúrbios são equivalentes ou mais fortes que os da psicofarmacologia (1). No entanto, a proporção de tempo gasto por psiquiatras que praticam psicoterapia diminuiu constantemente nas últimas décadas (1, 2). As seguradoras e o público em geral muitas vezes não consideram mais a psicoterapia como parte do conjunto central de identidades e habilidades dos psiquiatras e, sem dúvida, nem os psiquiatras. Os fatores que contribuem para essa tendência incluem reembolso relativamente baixo para psicoterapia, pressão dos empregadores para que os psiquiatras assumam um papel estritamente prescritor, o status reduzido da psicoterapia e um ciclo vicioso no treinamento em residência psiquiátrica, com a diminuição do tempo e dos recursos gastos no ensino de psicoterapia combinados com menos psiquiatras supervisores, mentores e modelos de prática de psicoterapia. Nesse ponto de vista, argumentamos que, ao desenvolver uma disciplina subespecializada da psicoterapia na psiquiatria, podemos construir estruturas educacionais para garantir o treinamento adequado dos psiquiatras nas psicoterapias, ajudar a melhorar o status da psicoterapia, oferecer oportunidades de advocacia e manter a psicoterapia como um conjunto de habilidades básicas.
O modelo biopsicossocial está cada vez mais dando lugar a uma abordagem dicotômica que desconsidera a importância dos aspectos interpessoais do atendimento psiquiátrico. A comercialização de produtos farmacêuticos e outros fatores levaram a medicação a ganhar cada vez mais popularidade na opinião pública. Por exemplo, o Instituto Nacional de Saúde Mental enfatizou quase que exclusivamente o financiamento de mecanismos de base biológica e psicofarmacologia para "distúrbios cerebrais" (3). Uma perspectiva biologicamente reducionista, no entanto, não pode explicar as complexas interações entre os determinantes biológicos e psicossociais da doença e pode desconsiderar o impacto da psicoterapia na correção de redes neurais e na restauração da neurofisiologia (4).
No ambiente atual, os psiquiatras são incentivados a praticar “no topo de sua licença”, enquanto a psicoterapia (agora conhecida como aconselhamento) é relegada ao membro menos instruído da equipe de tratamento interdisciplinar (5), prejudicando ainda mais a avaliação. de psicoterapia. Existem evidências de que o tratamento combinado de um psiquiatra que fornece medicação e psicoterapia pode ser realmente mais econômico do que dividir o tratamento entre os profissionais (6). Esse tratamento combinado pode ser especialmente importante para pacientes que possuem determinantes biológicos e psicossociais complexos para sua doença. Apesar de sua relação custo-benefício, atualmente é difícil sustentar uma prática de tratamento combinado, porque o reembolso do Medicare por uma hora de serviços de avaliação e gerenciamento de psicoterapia (E&M) (códigos 90836 e 99213) é 25% menor que o reembolso pela mesma hora gasta realizando duas visitas de E&M envolvendo psicofarmacologia (código 99214) e o reembolso é ainda menor por uma hora de psicoterapia sem os serviços de E&M.
A preparação dos graduados em psiquiatria para praticar psicoterapia é outro fator que corroe o papel da psicoterapia na prática psiquiátrica. A psicoterapia, diferentemente da psicofarmacologia, baseia-se principalmente nas habilidades, e não no conhecimento, e requer um tempo individual extensivo para educar, observar e fornecer feedback. A intensidade de recursos do treinamento em psicoterapia, juntamente com um foco crescente em neurociência na educação psiquiátrica, leva programas financeiramente limitados a redistribuir os recursos de treinamento para longe da psicoterapia, e poucos residentes em psiquiatria se formam sentindo-se realmente competentes para praticá-lo.
Com tantas forças no trabalho movendo a psicoterapia para fora do campo da prática e identidade psiquiátricas, um ciclo vicioso foi criado. Com o tempo cada vez menor gasto ensinando e conduzindo psicoterapia, e uma proporção crescente de professores de psicoterapia de outras disciplinas além da psiquiatria, uma escassez de mentores e modelos de comportamento dá aos residentes a mensagem implícita de que a psicoterapia não faz parte do que os psiquiatras fazem. Serão necessários advocacia forte, maior reembolso e maior status dado à psicoterapia na psiquiatria para reverter esse curso. Um meio possível para atingir esses objetivos pode ser o reconhecimento da experiência especializada que a psicoterapia eficaz exige através da criação de uma disciplina subespecializada e certificada pelo conselho no campo da psiquiatria.
Um argumento contra essa proposta é que a criação de uma subespecialidade afastará a psicoterapia do treinamento e da prática psiquiátrica convencional, relegando-a a uma arte misteriosa praticada por apenas alguns psiquiatras. No entanto, pode-se argumentar que isso já está acontecendo e em ritmo acelerado. A partir de 2008, menos de um terço das consultas psiquiátricas incluíam psicoterapia (2). A criação de outras subespecialidades dentro da psiquiatria, como psiquiatria geriátrica, dependente e de contato com a consulta, não diminuiu o treinamento de residência nessas áreas, que, em contraste, aumentaram e ganharam status e influência através do estabelecimento de conselhos específicos dentro do Departamento da Associação Americana de Psiquiatria. Esse aumento de status também tem sido a experiência no Reino Unido, onde a psicoterapia médica é uma subespecialidade reconhecida da psiquiatria e se tornou uma plataforma para advogar o aprimoramento do treinamento em psicoterapia durante a residência em psiquiatria geral.
Existem muitos desafios a serem superados na implementação bem-sucedida dessa subespecialidade, incluindo a obtenção de financiamento para bolsas de psicoterapia e a integração de muitas escolas concorrentes de psicoterapia em um único padrão de treinamento, e esses desafios exigirão soluções inovadoras. No Reino Unido, os três primeiros anos de treinamento em psiquiatria fornecem treinamento básico (que inclui tratamento de pelo menos dois clientes de psicoterapia) para todos os psiquiatras, e outros três anos de treinamento são para psiquiatria geral de adultos ou uma das cinco subespecialidades: psiquiatria forense, psiquiatria infantil e adolescente, psiquiatria geriátrica, psiquiatria de deficiência intelectual ou psicoterapia médica. O currículo de psicoterapia médica exige o domínio de pelo menos uma modalidade de psicoterapia em um dos três principais modelos reconhecidos (ou seja, psicodinâmica, cognitivo-comportamental e terapia familiar e sistêmica). Também requer compreensão das bases teóricas de todas as principais modalidades; capacidade de formular e adaptar tratamentos para diferentes contextos, distúrbios e necessidades individuais; e competência básica na aplicação de pelo menos duas outras modalidades de psicoterapia (7).
Acreditamos que os requisitos do Reino Unido fornecem uma estrutura útil para a estruturação de bolsas de psicoterapia psiquiátrica nos Estados Unidos. Propomos que, ao final de uma bolsa de psicoterapia, os psiquiatras em formação possam fazer o seguinte:
- alcançar alta capacidade empática, inteligência emocional e habilidades sofisticadas de observação e observação;
- integrar a história e as observações de pacientes com necessidades complexas de tratamento em uma formulação biopsicossocial;
- demonstrar familiaridade com as teorias e métodos das principais escolas de psicoterapia e recomendar diferentes modalidades de psicoterapia com base na formulação;
- demonstrar proficiência em uma modalidade de psicoterapia, incluindo a prestação de tratamento eficaz em vários contextos ao iniciar, sustentar e terminar episódios de atendimento; e
- demonstrar aplicação competente das habilidades básicas em pelo menos duas modalidades adicionais de psicoterapia.
Existem muitas vantagens em criar um único mecanismo de certificação para os conhecimentos em psicoterapia, independentemente da modalidade específica de psicoterapia enfatizada pelo psiquiatra. Reunir todos os psiquiatras com interesse e experiência especiais em psicoterapia sob um único guarda-chuva pode criar oportunidades de advocacia com uma única voz unificada, maior status e reconhecimento de habilidades aprimoradas em psicoterapia, fornecimento de treinamento em psicoterapia para todos os psiquiatras e potencial para reembolso aprimorado de seguro para psicoterapia no reconhecimento de um conjunto de habilidades mais altas por meio do treinamento (fellowship).
Referências
1Huhn M, Tardy M, Spineli LM, et al.: Efficacy of pharmacotherapy and psychotherapy for adult psychiatric disorders: a systematic overview of meta-analyses. JAMA Psychiatry 2014; 71:706–715.
2Mojtabai R, Olfson M: National trends in psychotherapy by office-based psychiatrists. Arch Gen Psychiatry 2008; 65:962–970.
3Insel TR, Quirion R: Psychiatry as a clinical neuroscience discipline. JAMA 2005; 294:2221–2224.
4Abbass AA, Nowoweiski SJ, Bernier D, et al.: Review of psychodynamic psychotherapy neuroimaging studies. Psychother Psychosom 2014; 83:142–147.
5Angermeyer MC, van der Auwera S, Carta MG, et al.: Public attitudes towards psychiatry and psychiatric treatment at the beginning of the 21st century: a systematic review and meta-analysis of population surveys. World Psychiatry 2017; 16:50–61.
6Dewan M: Are psychiatrists cost-effective? An analysis of integrated versus split treatment. Am J Psychiatry 1999; 156:324–326.
7Yakeley J, Adshead G, Allison L, et al.: (eds): Medical Psychotherapy. Oxford, Oxford University Press, 2016.
quinta-feira, abril 09, 2020
Health Coaching é eficaz. Você deveria tentar?
No outono de 2019, meu hospital divulgou que procurava médicos que desejassem se submeter a um treinamento intensivo para se tornarem treinadores de saúde e bem-estar certificados (health and wellness coaching). Tendo trabalhado com pacientes que usaram treinamento em saúde, aproveitei a oportunidade. Suas experiências foram quase universalmente positivas: muitos deles atingiram objetivos de saúde que, de outra forma, eram ilusórios, como a perda de peso que invocavam anualmente - e infrutífera - como uma resolução de ano novo. Os poucos médicos que eu conhecia que também eram coaches pareciam capazes de fundir os diferentes conjuntos de habilidades de uma maneira que ampliava sua capacidade de se conectar com seus pacientes e atender às necessidades de saúde em um nível mais profundo.
O que é Health Coaching?
Assim como um treinador esportivo pode ajudar um atleta a se desenvolver e se destacar em um esporte, um coach de saúde e bem-estar pode ajudar alguém a se destacar na vida, mesmo - ou especialmente - se tiver condições médicas crônicas. O processo de treinamento é semelhante à terapia da fala, pois envolve duas pessoas discutindo idéias e questões, mas é diferente, pois a pessoa que está sendo treinada está no assento do motorista, criando seus objetivos e as estratégias de como chegar ao local, atingindo seus objetivos.
As pessoas tendem a contratar técnicos de saúde para ajudá-los com uma ampla variedade de problemas de saúde, como perda de peso, redução do estresse, gerenciamento de condições crônicas, melhoria da dieta e exercício, cessação do tabagismo, dependência e adaptação a um evento de saúde que altera a vida, como um ataque cardíaco. Existe uma sobreposição entre o que um coach de saúde faz e o que um coach de vida faz, mas o domínio de um coach de vida é muito mais amplo e inclui questões de carreira, treinamento executivo e eficácia profissional.
Os coaches usam técnicas motivacionais de entrevistas
Uma técnica-chave utilizada pelos treinadores é a entrevista motivacional, na qual um treinador faz perguntas abertas destinadas a ajudar seu cliente a descobrir suas próprias razões para a mudança. Em vez de o médico dizer: "Você precisa perder peso", um treinador pode perguntar: "Como sua vida pode ser diferente se você perder o peso que está tentando perder?" O conceito, que provou ser eficaz em muitas pesquisas, é que as pessoas que estão mudando por suas próprias razões, em seus próprios termos, têm muito mais probabilidade de obter sucesso quando comparadas com alguém que lhes diz o que fazer - o que é menos motivador e é mais provável que instile resistência à mudança.
Entrevistas motivacionais também se insinuam na profissão médica, com grande sucesso. Com o foco intensivo que recebi em meu treinamento de coaching, agora o coloco em primeiro plano em minhas interações com os pacientes, tentando realmente ouvir o que eles estão dizendo e envolvê-los o máximo possível na busca de soluções para os vários problemas de saúde que surgem. Os pacientes parecem realmente apreciar isso e, embora eu não tenha realizado um estudo, essa abordagem certamente parece bem-sucedida em termos de meus relacionamentos com os pacientes e dos resultados que estou vendo.
Psicologia positiva é a pedra angular do coaching
Enquanto a psicologia tradicional se concentrou no que está “errado” com as pessoas e no que precisa ser “consertado”, a filosofia do coaching se concentra no que tem, pode e funcionará melhor para você. Isso significa que, em vez de procurar por problemas, um treinador trabalhará com você para aproveitar seus pontos fortes, a fim de melhorar os comportamentos de saúde que você deseja abordar.
Existe evidência de que o coaching funcione?
O treinamento é eficaz para pessoas que gerenciam uma variedade de condições de saúde. De acordo com um estudo recente, o treinamento “resulta em melhorias clinicamente relevantes em vários fatores de risco de biomarcadores (incluindo pressão arterial sistólica e diastólica, colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL, triglicerídeos, glicemia de jejum, peso corporal, índice de massa corporal, circunferência da cintura, e aptidão cardiorrespiratória) em diversas populações. ” O treinamento também ajudou a melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde e reduziu as internações em pacientes com DPOC. Não é de admirar que alguns consultórios médicos o ofereçam, algumas companhias de seguros estão pagando por isso e empresas privadas estão começando a oferecer treinamento a seus funcionários para reduzir seus custos com saúde.
Como os coaches são treinados e certificados?
O coaching é um campo relativamente novo, e é um setor não regulamentado; portanto, você não precisa de nenhuma certificação para praticar como coach de saúde. Não existe uma definição estrita do que é um coach de saúde, o que aumenta a confusão. Em outras palavras, qualquer um pode sair por aí e se chamar de "coach". No entanto, existem muitos programas que treinam e certificam treinadores, pessoalmente e online. Entre os mais populares e respeitados, estão: The National Society of Health Coaches, The American Council on Exercise, Dr. Sears Wellness Institute, Duke Integrative Medicine, and Wellcoaches School of Coaching (onde eu fui treinado). É altamente recomendável que você escolha um coach certificado, para garantir que eles tenham um certo nível de treinamento e experiência.
Qual é o tempo de comprometimento e custo do Health Coach?
O tempo comprometido e o custo do coach são altamente variáveis. Algumas pessoas fazem coach muito breve - mesmo uma sessão - para um problema discreto, como aceitar ou não uma oferta de emprego, enquanto outras podem participar do coach por meses ou anos, para algo como gerenciar peso, diabetes, depressão ou hipertensão. O custo varia de acordo com a habilidade e experiência do treinador. Como mencionado anteriormente, alguns empregadores e planos médicos podem cobrir isso, pois existem evidências abundantes de que, por exemplo, o treinamento em saúde em questões como perda de peso pode reduzir significativamente os custos com saúde. É importante observar que os coaches levam a privacidade muito a sério e possuem um código de ética profissional, mas não existem as mesmas proteções de privacidade no nível HIPAA que existem quando você visita um consultório médico.
O treinamento parece ser tão eficaz quando administrado remotamente por telefone ou pela Internet, quando comparado ao treinamento presencial. Isso oferece grande flexibilidade, pois o treinamento pode ser realizado pessoalmente, por telefone ou por videoconferência.
Como você pode encontrar o treinador certo para você?
Os currículos dos treinadores geralmente estarão disponíveis para você revisar. Verifique se os interesses e a experiência deles se sobrepõem aos problemas que você deseja resolver. Os treinadores entram em campo com uma ampla variedade de origens diferentes, e pode ser uma vantagem escolher um coach com experiência em um campo relacionado à saúde ou bem-estar, embora muitos treinadores extremamente talentosos venham de carreiras em áreas diferentes. O boca a boca é sempre uma excelente maneira de encontrar um coach, ou você pode ligar para sua companhia de seguros e, se esse for um benefício oferecido, é provável que eles tenham treinadores que possam recomendar.
Concluindo
Ao contrário dos modismos da saúde que vêm e vão, o coach em saúde tem fortes evidências por trás de sua eficácia para melhorar a saúde e o bem-estar. Tornar-me um coach de saúde tem sido profundamente gratificante para mim, porque é raro na vida você promover a felicidade, criar resiliência, economizar dinheiro e ajudar as pessoas a viver vidas mais longas e gratificantes ao mesmo tempo.
Fonte: Harvard Health (Google Tradutor)
Psicoterapia no divã
Psicoterapia no divã
Estudos mostram que a terapia pela fala funciona, mas os especialistas discordam sobre como isso acontece. Encontrar a resposta pode ajudar profissionais e pacientes.
Diga que está se sentindo deprimido, angustiado, desamparado ou ansioso. A quem você deve recorrer para obter ajuda profissional? Um terapeuta cognitivo-comportamental, que desafiaria seus pensamentos disfuncionais? Um analista freudiano antiquado, que pode deixá-lo deitado no sofá, gastando meses, talvez anos e milhares de dólares investigando suas respostas inconscientes à maneira como seus pais o criaram? Mas e se tudo o que você precisa é de uma assistente social muito menos dispendiosa - ou mesmo de um "life coach"?
Essas perguntas alimentaram um debate feroz entre pesquisadores e clínicos. O argumento não é se a “terapia pela fala” é útil. Centenas de ensaios clínicos mostraram que várias formas convencionais de psicoterapia podem ajudar a tratar muitas aflições mentais, incluindo depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo e distúrbios alimentares. De fato, a maioria dos americanos prefere a terapia da fala à medicação, e a terapia da fala sozinha pode funcionar tão bem quanto, em alguns casos, durar mais do que a medicação para alguns problemas de saúde mental. O argumento é mais sobre como e por que esses tratamentos funcionam e, consequentemente, quais abordagens terapêuticas têm maior probabilidade de obter os melhores resultados pelo menor custo.
De um lado, estão aqueles que dizem que a escolha da abordagem correta é essencial, o que implica que algumas estratégias são claramente melhores que outras. O outro lado argumenta que qualquer bom terapeuta fará, porque os fatores comuns à maioria das psicoterapias - especialmente um forte vínculo entre paciente e terapeuta - são os mais importantes. Entre esses dois campos, mas também envolvidos no debate, há agnósticos que argumentam que é muito cedo para escolher lados - ainda não sabemos o suficiente sobre como a terapia funciona.
Há riscos altos nessa disputa. "Não se trata apenas de um grupo de acadêmicos brigando entre si", diz Bruce Wampold, psicólogo aposentado da Universidade de Wisconsin-Madison. "Há enormes implicações em como os cuidados de saúde mental são prestados e gerenciados." Mais e mais pacientes de saúde mental estão sendo tratados apenas com medicamentos prescritos por médicos de clínica geral, com muitos psicoterapeutas expressando preocupação de que as empresas de seguros e os planos de saúde estejam ameaçando sua profissão em seus esforços para reduzir custos. E mesmo quando os pacientes têm acesso à terapia da fala, as seguradoras tendem a buscar as estratégias mais baratas e limitadas no tempo, que geralmente “não interessam aos pacientes”, diz Wampold.
Os antidepressivos substituíram a psicoterapia como principal tratamento para a depressão nos Estados Unidos. O uso da psicoterapia continua em declínio.
O veredicto do pássaro dodô
As pessoas tentam convencer outras pessoas a se sentirem melhores por mais de 3.000 anos. Os gregos antigos aconselhavam pacientes que sofrem de vícios e psicoses. Por quase 2.500 anos, os budistas deram um cânon de conselhos a pessoas que lutam com o sofrimento emocional do dia-a-dia. Mas foi apenas no final do século XIX que o neurologista austríaco Sigmund Freud popularizou a "cura pela fala".
Atualmente, mais de 130.000 psiquiatras e psicólogos norte-americanos licenciados fornecem o que geralmente é uma mistura de terapia psicodinâmica freudiano (focada em experiências da infância) e terapia cognitivo-comportamental (focada em desafiar padrões de pensamentos negativos). Mas você também pode receber uma versão da terapia da fala de uma assistente social, conselheira ou terapeuta de casamentos e famílias - ou mesmo de um coach, mentor, hipnotizador, praticante de neurofeedback ou xamã (veja a barra lateral abaixo).
Em 1936, o eminente psicólogo americano Saul Rosenzweig propôs que o método preferido de um terapeuta era praticamente irrelevante. Em vez disso, ele escreveu, fatores comuns à maioria das terapias determinarão o resultado mais fortemente do que qualquer um dos recursos específicos da terapia.
“Dado um terapeuta que tem uma personalidade efetiva e que adere consistentemente em seu tratamento a um sistema de conceitos que ele domina e que é, de uma maneira ou de outra significativa, adaptado aos problemas da personalidade doentia, isso é relativamente pequeno. que método particular o terapeuta usa ”, escreveu ele.
Rosenzweig começou seu artigo icônico com uma passagem de Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, na qual um pássaro dodô, julgando competidores em uma corrida, declara que todos ganharam "e todos devem ter prêmios". Assim, ele preparou o terreno para o longo debate sobre o que já foi conhecido como veredicto do pássaro dodô.
"Todos devem ter prêmios", disse o dodô a Alice após uma corrida no país das maravilhas. Todos os métodos de psicoterapia também são vencedores? Um influente estudioso do século XX propôs a ideia.
Nos anos subsequentes, os pesquisadores identificaram vários “fatores comuns” em potencial, desde o ambiente do consultório do terapeuta até o efeito placebo, que tem um forte papel na terapia da fala e na medicação. No entanto, no topo da lista de fatores está o relacionamento, que é chamado de aliança terapêutica, entre paciente e terapeuta.
O raciocínio é que esse vínculo emocional positivo, composto de confiança, respeito, carinho e altas expectativas de melhoria, inspira cada membro do relacionamento terapêutico a continuar aparecendo e fazendo o trabalho duro que a terapia exige. Especificamente, os pesquisadores descobriram que uma forte aliança ajudará o terapeuta e o paciente a alcançar consenso sobre seus objetivos, bem como sobre que tipo de tarefas - como associação livre, questionamento socrático ou lição de casa - ajudará a alcançá-los.
Sessenta anos depois que Rosenzweig colocou sua aposta no terreno, Wampold e colegas revisaram mais de 200 estudos científicos comparando a eficácia das terapias convencionais, principalmente variantes de táticas psicodinâmicas e de terapia cognitiva usadas por profissionais bem treinados. Eles encontraram apenas diferenças mínimas entre os resultados, concluindo que "os tratamentos de boa-fé são aproximadamente equivalentes". (Essa conclusão pode não se estender a terapias externas, como xamanismo, advertem Wampold e outros pesquisadores, que não foram suficientemente avaliadas.)
O ponto principal, de acordo com Wampold, é: "Você não pode ter psicoterapia sem um relacionamento. Todo paciente sabe disso. E todo psicoterapeuta sabe disso."
O vínculo entre terapeuta e paciente tem um impacto maior no sucesso da psicoterapia do que o tipo de terapia, segundo estudos. "Outros fatores" incluem tudo o que acontece fora do consultório do terapeuta, incluindo outros eventos na vida do paciente e na sociedade como um todo.
Nas últimas décadas, os pesquisadores publicaram dezenas de artigos enfatizando a importância do vínculo entre paciente e terapeuta. Em 2018, uma força-tarefa da Associação Americana de Psicologia concluiu : "O relacionamento dentro da psicoterapia faz contribuições substanciais e consistentes ao resultado, independentemente do tipo de tratamento".
Em 2019, no entanto, o psicólogo Pim Cuijpers, um dos principais agnósticos, comparou com um artigo da Annual Review of Clinical Psychology argumentando que ainda estamos longe de saber como a terapia da fala funciona.
Festas de abraço e totens pessoais: isso é psicoterapia?
Quarenta e cinco milhões de americanos - mais de 18% da população adulta do país - estão atualmente lidando com uma doença mental, de acordo com a organização sem fins lucrativos Mental Health America. Talvez nunca antes tivessem tantas opções de tratamento. O psicólogo John Norcross, da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, contou mais de 500 tipos diferentes de psicoterapias. A diversidade também é impressionante. Os sites anunciam marcas com um nome tão difícil como "Bem-estar intuitivo multifacetado", "Astrologia védica e aconselhamento transpessoal" e "Processo de pólo de totem pessoal".
Em 2018, um par de pesquisadores preocupados publicou uma lista de terapias praticadas por assistentes sociais que se autodenominavam especialistas em supostos tratamentos, como "leituras de cartões de anjo", "facilitações de festas", "cura ancestral" e "estimulação bilateral". Em Amsterdã, o psicólogo pesquisador Pim Cuijpers mantém sua própria lista de tratamentos incomuns para ansiedade e depressão, tanto individualizados quanto liderados por terapeutas, incluindo estudos sobre o impacto da prática chinesa de caligrafia, ingestão de açafrão, goma de mascar e participação no karaokê. Existe até um livro inteiro sobre o valor psicoterapêutico de contrair o ânus 100 vezes por dia.
Poucos tratamentos extremos foram estudados em profundidade, portanto, embora haja poucas evidências de que algum deles funcione, também não há provas claras de que não funcionem. Ainda assim, há anos os psicoterapeutas e pesquisadores convencionais alertam que fazem parte de uma tendência perigosa.
Certamente, alguns críticos atacaram com veemência a psicanálise freudiana, que apenas algumas décadas atrás era considerada o padrão-ouro. Em 1975, o biólogo Peter Medawar, vencedor do Prêmio Nobel, descartou a teoria psicanalítica como "o truque mais estupendo de confiança intelectual do século XX".
À medida que se debate sobre como a psicoterapia funciona, novas terapias certamente continuarão surgindo. Os consumidores devem ficar atentos.
- Katherine Ellison
Estudos anteriores foram inconclusivos, escreveram Cuijpers e dois colegas da Vrije University Amsterdam. Eles citaram falhas, incluindo o viés do pesquisador em favor de terapias específicas e um excesso de artigos que mostram uma associação entre um tratamento e um resultado sem provar qual faceta do tratamento causou o resultado. Além disso, eles sugeriram que alguns estudos que pretendam comparar diferentes tipos de terapia atinjam o equilíbrio, comparando o favorito dos pesquisadores com outra forma de terapia "projetada para falhar" - em outras palavras, não uma estratégia testada e de boa-fé.
Resolver o mistério de uma vez por todas exigirá muito mais trabalho, eles escreveram, acrescentando: "É como se estivéssemos em uma fase piloto de pesquisa por cinco décadas".
Em uma revisão de 2007, o psicólogo de Yale e o pesquisador de psiquiatria infantil Alan Kazdin expressaram uma queixa semelhante, instando os pesquisadores a concentrarem seus estudos nas maneiras pelas quais a relação paciente-terapeuta pode ser útil, em vez de simplesmente determinar que ajuda. "Como alguém consegue 'meu terapeuta e eu estamos nos unindo' a 'meu casamento, ansiedade e tiques são melhores'?" Kazdin perguntou em seu jornal. "Este é um salto com as etapas intermediárias não especificadas ou não testadas, pelo menos que eu saiba." Questionado pela Knowable Magazine, Kazdin disse que, após 13 anos, ele ainda vê essa lacuna na pesquisa.
Nos últimos anos, algumas organizações profissionais aprovaram algumas psicoterapias em detrimento de outras, com base em uma preponderância de evidências de que certos métodos levam a bons resultados para diagnósticos específicos. Os tratamentos mais frequentemente apontados como tendo forte apoio à pesquisa têm sido versões da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que uma organização, a Sociedade de Psicologia Clínica, recomenda para tudo, desde transtorno do déficit de atenção e hiperatividade do adulto até transtorno obsessivo-compulsivo e síndrome do intestino irritável.
Os críticos observam, no entanto, que as regras claras da TCC e os prazos comparativamente breves tornaram mais fácil o estudo experimental de terapias mais complexas e abertas, produzindo assim mais evidências líquidas de que ele obtém resultados sem provar que é melhor ou pior do que qualquer outro terapia. De fato, nos últimos anos, alguns especialistas contestaram a reputação da TCC como o “padrão ouro”, com pesquisas sugerindo que a terapia psicanalítica a longo prazo pode ser mais eficaz em alguns casos.
Wampold argumenta que uma maior diversidade de opções permitirá que terapeutas e pacientes encontrem a abordagem que funciona melhor para eles. "A menos que haja evidências convincentes de que um tratamento seja superior", diz ele, "você deve permitir que os terapeutas ofereçam o tratamento que eles podem oferecer de maneira mais eficaz e os pacientes devem ter o direito de escolher os tratamentos que preferirem".
As preferências do paciente fazem a diferença. Em uma meta-análise de 2018 de 53 estudos envolvendo mais de 16.000 pacientes, os pesquisadores chamaram essas preferências de "cruciais" para os resultados. Os autores aconselharam que os psicoterapeutas deveriam educar os pacientes sobre os diferentes tipos de psicoterapia e extrair suas preferências quanto às estratégias dos terapeutas.
Trazer as imagens cerebrais
Qualquer resolução para esse conflito de longa duração pode vir do laboratório e sua promessa até agora ilusória de fornecer evidências biológicas indiscutíveis dos tratamentos mais eficazes.
Agora, alguns pesquisadores estão usando imagens funcionais de ressonância magnética para rastrear mudanças sutis em certas regiões do cérebro durante e após a psicoterapia. Um dia, talvez, os terapeutas serão capazes de publicar exames antes e depois do cérebro dos pacientes, destacando as melhorias, da mesma forma que os cirurgiões plásticos fazem hoje. Mas ainda não. Os estudos até agora se concentraram principalmente em estabelecer as bases, determinando quais áreas do cérebro são afetadas pela terapia, diz Jay Fournier, psiquiatra da Universidade de Pittsburgh. Os pesquisadores querem identificar como o cérebro muda em cada paciente como resultado de diferentes tratamentos e que tipo de alterações melhor predizem a recuperação a longo prazo. Eles também esperam obter uma compreensão mais sutil de quais características em um paciente podem prever a resposta a diferentes tipos de tratamentos.
CRÉDITO: L. MARWOOD ET AL / NEUROCIÊNCIA E REVISÕES BIOBEHAVIORAL 2018
Analisando os resultados de 22 estudos que examinaram o cérebro dos pacientes antes e depois da terapia, os pesquisadores descobriram algumas mudanças consistentes na atividade cerebral. Os destaques azuis indicam regiões do cérebro em que a atividade diminuiu após a terapia, incluindo o córtex cingulado (ACC rostral) e a ínsula, envolvidos no processamento emocional e na ansiedade. O IFG refere-se ao giro frontal inferior, envolvido no processamento da linguagem.
Outros que procuram marcadores concretos do progresso de um paciente têm medido alterações neuroquímicas durante a terapia. "Não perguntamos apenas ao paciente deprimido se ele está se sentindo melhor", diz Sigal Zilcha-Mano, psicólogo clínico e especialista na relação terapeuta-paciente da Universidade de Haifa, em Israel. Ela e sua equipe também medem os níveis do hormônio do estresse cortisol, o hormônio do vínculo afetivo ocitocina, a temperatura corporal e a sincronia da fala e do movimento entre paciente e terapeuta.
Essas medidas, que captam mudanças que muitos pacientes e terapeutas não conhecem no momento, podem eventualmente apresentar um retrato detalhado do que pode estar entre as relações humanas mais intensas. Um dia, diz Zilcha-Mano, eles também podem permitir tratamentos mais precisos, individualizados e personalizados para cada paciente. É uma questão de características e estados, ela explica. Os pacientes podem chegar à terapia com a característica de serem mais ou menos capazes de confiar e formar relacionamentos. Mas, dependendo da habilidade do terapeuta, eles podem entrar em um estado de maior abertura a esse vínculo. O retrato em tempo real de mudanças e movimentos químicos poderia algum dia iluminar esse processo, particularmente no caso da ocitocina, considerado um importante marcador biológico de confiança.
Seja como for, romper o impasse atual sobre o que torna a psicoterapia eficaz pode ajudar os profissionais a fazer um trabalho melhor, argumentam Cuijpers e seus colegas. Os tratamentos psicoterapêuticos para a depressão não melhoram há décadas, eles observam.
Eles também esperam que explicações mais convincentes sobre como a terapia da fala funcione possam ajudar a reviver a abordagem, que outros críticos dizem que há muito sofre de uma reputação de falta de credibilidade científica.
"Entender como as terapias funcionam", escreve Cuijpers e seus colegas, "pode tornar possível o desenvolvimento de tratamentos focados nos processos principais e, portanto, mais eficazes, eficientes e mais aceitáveis para os pacientes".
O ceticismo sobre como a psicoterapia funciona era um problema muito antes de Freud entrar em cena. É pelo menos tão antiga quanto o carismático médico alemão Franz Anton Mesmer, nascido em 1734. Sua prática de "mesmerismo" se baseava em alegações de que ele podia manipular um fluido corporal invisível através do "magnetismo animal". Mesmer estabeleceu um forte relacionamento com seus pacientes com distúrbios nervosos, muitos dos quais acabaram sentindo que haviam sido curados.
Mas ele alienou outros médicos e, em 1784, enquanto Mesmer praticava em Paris, o rei Luís XVI nomeou uma comissão internacional de cientistas e médicos, incluindo Benjamin Franklin, para investigar seus métodos. Eles concluíram que ele não podia apoiar suas alegações de fluidos invisíveis ou magnetismo animal, arruinando sua reputação.
O tratamento de Mesmer funcionou - pelo menos para alguns -, mas não a explicação de como isso aconteceu. A busca da legitimidade pela psicoterapia continua.
Katherine Ellison é irmã de dois psiquiatras. Como o irmão James diz: Um é um sinal de alerta; dois é um letreiro de teatro!
Fonte: Knowable Magazine (Google Tradutor)
terça-feira, abril 07, 2020
segunda-feira, abril 06, 2020
Como lidar com o estresse causado pela pandemia do coronavírus?
Em artigo, a psicóloga da ONU Brasil Alessandra Faustino falou sobre os desafios de se gerir o estresse em um momento de distanciamento social e trabalho remoto por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“Este é um momento desafiante, pois o distanciamento social requer uma mudança ampla no nosso modo de vida”, disse.
“Todos compartilhamos esta experiência, porém, há várias medidas que podem ser adotadas para reduzir seu estresse e manter a calma.” Leia o artigo completo.
Os desafios do distanciamento social
Se você está em isolamento ou em quarentena, ou ainda se têm passado muito tempo sem sair de sua casa, é provável que esteja se sentindo ansiosa(o), frustrada(o), preocupada(o), com medo, irritável.
Este é um momento desafiante, pois o distanciamento social requer uma mudança ampla no nosso modo de vida.
No entanto, lembre-se que o isolamento e a quarentena visam tanto sua saúde, quanto a saúde das outras pessoas. Ainda que você não manifeste sintomas ou que apresente sintomas leves, se há qualquer risco de transmissão, este deve ser evitado, e você deve ficar em casa.
A situação de isolamento é estressante: é necessário mudar seus comportamentos, há restrições de vários níveis em sua vida social, sua rotina é alterada, você pode se ver confrontado a uma estigmatização por parte das pessoas, pode haver prejuízos financeiros, apenas para citar alguns aspectos que podem causar ansiedade.
Todos compartilhamos esta experiência, porém, há várias medidas que podem ser adotadas para reduzir seu estresse e manter a calma.
Esteja preparado
É muito provável que você nunca tenha tido que passar por um isolamento ou quarentena antes, então, talvez você não tenha tido a possibilidade ou o tempo de se preparar.
Lance mão dos recursos que estejam disponíveis a você: compras por Internet, entrega de comidas e medicamentos, coleta de exames em domicílio etc.
Crie um plano pessoal ou familiar que te ajude a se sentir com algum controle sobre a situação. Tenha à mão números de emergência, de pessoas de contato e informações úteis para o caso de uma emergência.
Estabeleça uma rotina
Procure manter uma rotina diária para você e as pessoas que te acompanham: acordar no mesmo horário, vestir-se e começar seu trabalho ou suas atividades.
Estabeleça um lugar da casa que se tornará seu local de trabalho. Faça pausas, como normalmente faz no trabalho, seja para um café, para o almoço ou simplesmente para esticar as pernas.
Siga um horário de trabalho/ atividade, mesmo que seja diferente do seu habitual, e desconecte-se ao final do período.
Divirta-se!
Para evitar o tédio e reduzir a ansiedade, também é muito importante que você planeje atividades de lazer e de higiene mental.
Invista num projeto pessoal/familiar que seja prazeroso e factível, mas que seja desafiante o suficiente para que te motive.
Estabeleça uma meta e um cronograma e o siga. Há muitos recursos disponíveis na Internet: visitas virtuais a museus, concertos, filmes. Aprenda algo novo ou ensine o que sabe a alguém através da internet. Seja criativa(o)!
Atenção com crianças e adolescentes
Se você tem crianças ou adolescentes em casa, há preocupações adicionais com a rotina diária, mantê-los ocupados, cuidar de sua saúde e da deles, entre outras preocupações.
No entanto, este pode ser o momento ideal para estar juntos como família. Você encontrará listas de atividades e jogos na Internet, então utilize a tecnologia a seu favor. O mais importante é reduzir seus níveis de estresse.
Cuide da saúde
Mantenha uma alimentação saudável e a prática de uma atividade física regular. O importante é manter-se ativo(a).
Se precisar, peça ajuda
Ter sentimentos de desespero, tristeza, raiva, frustração, fadiga, tédio, é natural. Utilize todos os recursos que ajudem a superar esses sentimentos.
Práticas como meditação, relaxamento, tocar um instrumento, ou outras com as quais você se sinta confortável, têm efeitos comprovados sobre o bem-estar e a redução dos níveis de estresse.
Há aplicativos na Internet que podem ajudar com essas práticas, faça uma busca e encontre um que possa ajudar a superar esses momentos, mas se a situação é mais grave ou sobrepassa sua capacidade de lidar com as dificuldades, procure apoio profissional.
O que levar em conta ao escolher um aplicativo:
Procure aplicativos desenvolvidos por universidades, hospitais ou grupos de pesquisa com a preocupação de proteção de dados dos usuários e eficácia clínica.
Verifique se há uma utilização ética dos dados dos usuários, particularmente se é gratuito. Há muitos no mercado que são pagos ou foram desenvolvidos com outros objetivos, então pesquise antes de utilizar.
Mantenha contato
O isolamento social é um dos aspectos mais desafiadores da quarentena. Procure comunicar-se regularmente com pessoas que fazem você se sentir bem através dos vários aplicativos de conversa disponíveis na Internet.
Informação
Mantenha-se bem informado, mas, cuidado, excesso de informação pode contribuir para o desânimo. Evite seguir as notícias continuamente. Escolha um horário do dia para ver os noticiários e siga apenas fontes confiáveis de informação.
Não compartilhe aquilo que você mesmo(a) não tenha verificado que é verdadeiro. Não propague “fake news”, mesmo que venha de uma pessoa em que você confie e não sobrecarregue as pessoas com mensagens desnecessárias.
Expresse sua preocupação com as pessoas de outra maneira que não seja passar adiante grande parte do que você recebe.
O site da ONU Brasil e nossas redes sociais só publicam informações confiáveis. Siga nossos perfis e ajude a divulgar!
Espiritualidade
Se você segue alguma prática religiosa ou espiritual que lhe dá conforto e paz de espírito, mantenha-a ativa.
Solidariedade
Ajudar os outros é outra forma de melhorar seu bem-estar psicossocial e reduzir seu estresse. A solidariedade melhora o bem-estar psicológico das pessoas.
O que evitar?
Evite o abuso de álcool e drogas. Isso pode piorar a sua situação. Evite isolar-se. O contato social tem efeitos protetores sobre a saúde mental.
Guardar um problema para si esperando que desapareça por si mesmo é prejudicial. Compartilhe e procure ajuda se precisar.
Discriminar ou estigmatizar as pessoas por causa de sua origem, trabalho, diagnóstico ou qualquer outro fator não lhe protegerá da doença, nem melhorará sua saúde.
Não seguir as instruções, recomendações e determinações das autoridades de saúde pública coloca em risco tanto a sua saúde quanto a da coletividade, portanto, fique em casa se puder e siga estritamente os procedimentos.
Negar a situação pode trazer consequências sérias para você, as pessoas próximas, colegas e até pessoas que você sequer conhece.
Lembre-se de que muitas pessoas estão na mesma situação. Reconhecer seus limites e respeitá-los é benéfico para você e para a comunidade.
Trabalhadores essenciais – O que é preciso ter em mente?
Para os trabalhadores na linha de frente da resposta à pandemia, é preciso um cuidado especial.
Longas horas, rotinas pesadas, sobrecarga de trabalho, distância e preocupação com pessoas próximas ou familiares, ruptura da rotina pessoal e do ciclo de descanso, criticalidade do trabalho, medo de se infectar ou de infectar outros são aspectos que têm que ser monitorados e manejados nas equipes de trabalho pelos supervisores e pela própria pessoa.
A auto-observação é muito importante para prevenir que se ultrapasse o limite pessoal e evitar a exposição a riscos desnecessários.
O recurso mais importante e valioso de qualquer organização são suas funcionárias e funcionários e sem eles não haveria resposta à crise da COVID-19. Dedique a você própria(o) o mesmo cuidado e atenção que dedicaria a uma pessoa querida.
Procure manter uma rotina, alimentar-se de maneira saudável e guardar o tempo necessário de descanso e recuperação sempre que possível.
Se você não estiver bem, não desempenhará bem suas funções e sua eficiência diminuirá, então respeite a si mesma(o).
*psicóloga e consultora para manejo do estresse da ONU Brasil
Fonte: ONU BRASIL
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