Variedade nutricional à mesa ajuda no alívio e no controle de efeitos produzidos pelo estresse.
Por
Elen Valereto – DiarioWeb
O
estresse está presente na vida da maioria das pessoas e, em quantidades
normais, tem até seu lado positivo. No entanto, quando seus limites saudáveis
são excedidos, é preciso tomar providências para não interferir na saúde. Uma
delas é cuidar da alimentação. Alguns alimentos possuem em sua composição
substâncias que ajudam no controle e no alívio do estresse, como as leguminosas
(o tradicional feijão é um exemplo), peixes e oleaginosas (como as
castanhas-do-Pará, linhaça, amêndoas, nozes e avelãs).
“Frutas, verduras e outros alimentos também estão na lista. Além disso, o modo como essa alimentação é feita é decisiva”, afirma a nutricionista Inty Davidson, de São Paulo. Comer em um intervalo médio de três horas, por exemplo, é importante para deixar o metabolismo funcionamento corretamente, o que oferece disposição e energia na medida certa para o corpo realizar suas atividades.
“Além disso, o cérebro é o nosso grande consumidor de glicose (a energia do corpo). Se a pessoa estiver sempre fornecendo glicose de forma paulatina para seu organismo, ele funcionará melhor, com certeza”, destaca Inty. A ingestão de líquidos (principalmente a água) e de fibras também é importante. Alimentos ricos no aminoácido triptofano ajudam a reduzir também a ansiedade e a depressão. A substância é capaz de regular o sono, o humor e o apetite, uma vez que as pessoas comem além do normal quando estão depressivas ou ansiosas.
Entre os alimentos em que o triptofano pode ser encontrado, a nutricionista rio-pretense Flávia Pinto Cesar destaca o leite, peito de peru, as carnes, a banana, o chocolate e a aveia. Colocar em prática exercícios de respiração e movimentar o corpo também são oportunidades de mandar embora o estresse.
Com a meditação, por exemplo, além de relaxar o corpo e a mente, é possível conhecer melhor a si mesmo, o que já ajuda a lidar com situações estressantes. “A atividade física regular, além de manter saudável o sistema cardiovascular, também fortalece o corpo e a mente para resistir mais prontamente aos estímulos estressantes do dia a dia.
Caminhada, natação, entre outras atividades adequadas a cada pessoa, devem ser práticas regularmente por quem vive sob forte estresse”, destaca o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, coordenador do programa de avaliação do estresse do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.
O Saúde Sustentável separou alguns alimentos que devem integrar uma alimentação preventiva para minimizar e bloquear os efeitos do estresse. Veja quais são e por que são tão importantes para o corpo e a mente dos estressados.
Cafeína
está na lista de vilões
Enquanto
a ingestão de alguns alimentos deve ser privilegiada para aumentar a sensação
de alívio do estresse, outras devem ser consumidas com moderação. Bebidas com
cafeína, por exemplo, devem ter menos presença no dia a dia de uma pessoa
estressada, pois pioram o quadro de estresse e de ansiedade.
O motivo é que a cafeína encontrada no tradicional cafezinho, nos chás preto, mate e verde, nos refrigerantes e nos energéticos tem propriedades estimulantes, segundo o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto. “Seu consumo, associado ao estresse crônico, pode desencadear uma reação excessiva de ansiedade, com sintomas de agitação, insônia, dor de cabeça, sudorese e palpitação”, afirma ele, que também é coordenador do programa de avaliação do estresse do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.
A
nutricionista Flávia Pinto Cesar, de Rio Preto, ressalta também que a cafeína,
além de ser um estimulante do sistema nervoso, é um irritante gastrointestinal.
“Quem está estressado tem o intestino mais sensível, por isso, as bebidas com
cafeína devem ser excluídas ou reduzidas, principalmente no período noturno,
pois atrapalham o sono, o que interfere no humor”.
Neves Neto explica que uma xícara de café de máquina pode ter até 150mg de cafeína e uma latinha de refrigerante, até 46mg. Embora a sensibilidade à cafeína seja individual, há limites para adultos (400 a 450mg/dia) e grávidas (300mg/dia). “Basta imaginar a quantidade excessiva de cafeína em um dia comum na vida de muitas pessoas”, diz o psicólogo.
É surpreendente descobrir que o papel da alimentação é ainda um ilustre desconhecido para muitas intervenções em saúde. Se ficamos preocupados com o combustível adulterado ou pagamos a mais para o combustível aditivado... como cuidamos da alimentação de quem amamos?
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