Pular para o conteúdo principal

Férias são essenciais para garantir o pique no resto do ano - UOL MULHER


Por Marina Oliveira e Rita Trevisan
Do UOL em São Paulo

Flexibilizar horários e dedicar-se a atividades prazerosas é mais importante do que viajar. A função das férias é desacelerar, renovar as energias e permitir que você se reconecte consigo mesmo

Descansar o corpo e a mente, refletir sobre a vida e vivenciar momentos de prazer em situações que não estejam ligadas ao trabalho. Essas são as grandes oportunidades que as férias nos oferecem. Muito além de uma pausa, trata-se de um período que pode ser bastante criativo, permitindo reorganizar as ideias e replanejar metas. É também uma boa época para fazer descobertas: a respeito do mundo ao redor e até mesmo de emoções e sensações íntimas.


“O simples fato de sair da rotina já ajuda a mudar o padrão de pensamento e nos deixa mais abertos para experimentar situações diferentes e prazerosas. É um excelente momento para dar mais atenção a si mesmo e para se cuidar integralmente. Também é um período propício para se passar mais tempo com a família e com os amigos”, opina a mestre em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo Isabella Bertelli.


E o bom mesmo é sair de férias sem culpa. Afinal, os especialistas garantem: estender a rotina profissional por períodos contínuos de mais de 24 meses é uma maneira de colocar a própria carreira em risco. Nesse caso, é a fadiga mental e física que atrapalha, nos deixando mais suscetíveis a cometer erros, a tomar decisões erradas e a iniciar conflitos desnecessários com a equipe. Sem contar que, cansados, costumamos levar mais tempo para concluir tarefas que antes eram feitas com facilidade. “O maior problema do workaholic é que ele não percebe a necessidade de fazer uma pausa. Então, ele acaba se expondo mais ao estresse e à ansiedade, que podem virar problemas crônicos”, alerta o psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Armando Ribeiro.


Em outras palavras, até mesmo os viciados em trabalho se beneficiarão muito das férias, visto que ao retomarem a rotina profissional estarão muito mais produtivos do que antes. “Os profissionais que tiram férias regularmente são mais criativos, dispostos e comprometidos. Resolvem problemas com mais facilidade, trabalham bem em equipe e geram melhores resultados”, afirma a consultora organizacional em liderança, desenvolvimento e gestão estratégica de pessoas, Verônica Rodrigues da Conceição.


Sem relógio, sem documento


Porém, para curtir as férias de fato é preciso descobrir a situação mais propícia ao descanso, além de se dedicar à prática de atividades consideradas divertidas. E isso não implica necessariamente viajar. “Viagens podem envolver trânsito, filas, engarrafamentos, endividamentos e multidão. Para algumas pessoas, basta ficar em casa, curtindo os hobbies prediletos e passeando com a família para locais próximos, e o efeito é o mesmo ou até melhor”, aponta Armando Ribeiro.


O especialista acrescenta que o importante é flexibilizar a rotina e esquecer de vez o relógio. Não estipular horários para acordar e comer, e reservar um tempo para cuidar do corpo e das emoções, por exemplo, são boas pedidas. “Fazer uma massagem, colocar a leitura em dia e visitar as pessoas queridas ajuda a desacelerar e a renovar as energias”, acrescenta Ribeiro.


Dividir as férias em períodos um pouco mais curtos, para não comprometer tanto a rotina do trabalho também funciona, mas o ideal é que essas folgas se prolonguem por mais de uma semana. Afinal, o corpo precisa de dois ou três dias apenas para sair do piloto automático e começar a funcionar em uma velocidade menos acelerada. E, da mesma forma, precisará de mais uns dois ou três dias para incorporar o ritmo habitual, na volta.


No mais, o importante é ouvir as próprias emoções, sentir o que o corpo pede. Vale dar-se ao direito de tomar café na cama e espreguiçar infinitas vezes antes de pular do colchão ou, então, de acordar cedíssimo, para aproveitar só o melhor do sol. “A orientação mais importante é a que você deve se conectar consigo mesmo e fazer só o que tem vontade, na medida do possível. Isso sim ajuda a relaxar”, garante Ribeiro.

Fonte: UOL MULHER

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mais chá?

"Você pode não se livrar dos seus medos, mas pode aprender a conviver com eles. Mais chá?"

Psicoterapia Cognitivo-Comportamental: Possibilidades em Clínica e Saúde

Este livro foi escrito por jovens profissionais que, sensibilizados com as dificuldades de acesso aos materiais relativos à teoria e à prática da Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil, resolveram descrever os caminhos que trilharam na busca de uma formação sólida. A obra enfoca desde os conceitos fundamentais às possíveis aplicações em Psicologia Clínica e da Saúde. Pormenorizadamente, foram apresentados trabalhos que envolveram: Transtorno de Pânico com Agorafobia, Depressão, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Pseudo-agorafobia, Ciúmes, HIV-Aids, Esclerose Múltipla, Asma, Cirurgia Geral e um Guia de Terapia Cognitivo-Comportamental On-line. A Terapia Cognitivo-Comportamental vem se expandindo velozmente em nosso meio profissional, sendo absorvida em diferentes contextos clínicos e instituições de saúde. A existência de um modelo compreensivo, baseado em uma filosofia pragmática, na utilização de estratégias cientificamente embasadas, no diálogo íntimo com a Psiquiatria...

“Desenvolvendo competências socioemocionais para os desafios do século XXI” - Centro Paula Souza ETECs e FATECs

Prof Armando Ribeiro sentiu uma enorme alegria em falar para os alunos, docentes e coordenadores do Centro Paula Souza   que representa mais de 300 instituições de ensino técnico ETECs e superior em tecnologia FATECs no estado de SP. A palestra “Desenvolvendo competências socioemocionais para os desafios do século XXI” teve como objetivo debater a importância da saúde emocional e das “soft skills” para uma educação integral e uma carreira com mais qualidade de vida e bem estar.  O  #setembroamarelo  marca a campanha em relação a valorização da vida e prevenção do suicídio. Alunos, docentes e equipes pedagógicas mais bem informadas e preparadas para conversar, escutar e ajudar com empatia e respeito! Grato CPS pelo convite e oportunidade em abordar tema tão relevante em nossos dias! Apresentar as mais recentes pesquisas sobre neurociência e saúde mental é fundamental para contribuir com a desmistificação do tema "saúde mental" e da Psicologia e Psiquiatria (psicof...