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O SUS das Práticas Integrativas: Biodança


"O SUS das Práticas Integrativas" é uma série de reportagens que conta as experiências de cuidado em saúde com PICS nos municípios brasileiros. A história de hoje é de Joinville (SC).

Em Joinville (SC), adolescentes, adultos e idosos descobrem juntos os benefícios da terapia que usa os movimentos, a música e as emoções para alcançar o equilíbrios e o bem estar do corpo

Biodança usa a música, emoções, além da dança, para recriar vivências. A prática foi criada nos anos 1960 pelo antropólogo e psicólogo chileno Rolando Toro Araneda. A terapia une fundamentos da biologia, da antropologia e da psicologia para produzir efeitos terapêuticos que auxiliam no cuidado, promovem consciência de si e estado de alegria nos praticantes.

O recurso terapêutico estimula a espontaneidade, a expressão, a consciência corporal e a sociabilidade. Contribui em especial para reduzir o estresse. O objetivo da terapia é melhorar a qualidade de vida ao buscar o equilíbrio emocional e fisiológico.

Na Unidade Básica de Saúde Jardim Sofia, em Joinville (SC), a biodança é ofertada desde abril 2015 e recebe em média 45 pessoas por semana. “A maioria dos usuários é encaminhada pela equipe, mas também participam sem encaminhamento e patologias associadas. É aberto, sem distinção de faixa etária. Tivemos participação de usuários de 16 a 82 anos”, conta Célia Diefenbach, enfermeira da unidade e especialista em Saúde da Família.

Como é uma prática em grupo e muitos participam há bastante tempo, os usuários acabam criando laços de amizade. Para Célia Diefenbach, o vínculo afetivo entre os participantes é um componente importante para o processo do Cuidado, de humanização e qualidade de vida. “Essas relações são fortalecidas pela formação do grupo, tornando a biodança uma terapia com resultados transformadores e valorizados pela comunidade”, explica.

Dolores Pabst, 63 anos, descobriu a biodança há um ano. Os benefícios da prática e as amizades que construiu com o grupo são os motivos que a fazem ir aos encontros semanais. “Fui convidada para ir e gostei. Hoje eu estendo o convite a todo mundo. Não tenho mais problemas de insônia e as dores nas articulações melhoraram”, afirma. Além de biodança, faz yoga na unidade também.

Desde o início do ano, Fátima Maria Sena, 61 anos, frequenta as oficinas de biodança. Mudou-se de Belém (PA) para Joinville em dezembro de 2016. Depois de se consultar na UBS Jardim Sofia foi encaminhada para as práticas integrativas. “Procurei o posto por causa da artrite. Foi uma surpresa me recomendarem a biodança como um dos tratamentos. Tiraram os remédios que me faziam mais mal do que bem, sem melhora alguma das dores. Senti uma melhora de 80% com as práticas”, fala.

Todas as 57 UBS do município têm medicamentos fitoterápicos, porém, no momento, só a UBS Jardim Sofia oferece terapias meditativas, biodança, yoga e acupuntura. O acesso é por demanda espontânea.


Boas experiências
Na semana que vem, descubra como a Dança Circular mudou a realidade de Ituiutaba (MG). Histórias como a de Joinville em todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.

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