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Pesquisa mostra que colaboradores felizes no trabalho tendem a produzir mais e melhor

Consultores, pesquisadores e profissionais que se dedicam ao estudo das relações de trabalho e do mundo corporativo já descobriram o diferencial dentro das empresas que deverão se manter competitivas no mercado no próximos anos: elas têm um ambiente de trabalho saudável, positivo e harmonioso. A equação é simples: trabalhadores felizes tendem a ser mais produtivos e, consequentemente, a empresa será mais lucrativa. 

A felicidade é essencial para reduzir a rotatividade de funcionários, o chamado “turnover”, atrair e reter talentos, possibilitando inovação, criatividade e um desempenho acima da média da concorrência. “Há algumas décadas, as pesquisas realizadas pela área de comportamento organizacional e da psicologia aplicada à administração já sabem que o clima organizacional, ou seja, a satisfação dos colaboradores com o trabalho e a organização, é um dos fatores que mais afetam os indicadores de produtividade, engajamento, trabalho em equipe, criatividade e conduta ética”, diz o psicólogo, professor e palestrante Armando Ribeiro, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Diversos estudos também já demonstraram que o clima organizacional disfuncional ou negativo – aquele ambiente de trabalho que promove estresse crônico, percepção de injustiça e assédio moral – tem indicadores elevados de absenteísmo, rotatividade, desvio de conduta, afastamento por licença médica e acidentes ocupacionais. Os pesquisadores concordam que a felicidade faz sentido nos negócios, e os empregadores devem considerar esse fator se quiserem ter economia e empresas rentáveis. 

Mais produtivos e criativos

Com o aparecimento da psicologia positiva nos Estados Unidos (2000), uma série de novos estudos começaram a apontar que empresas que promovem o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores são empresas que florescem. Num estudo de meta-análise realizado pela Universidade da Califórnia, em Riverside, descobriu-se que trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, suas vendas são 37% mais elevadas e sua criatividade é três vezes maior do que a de outros colaboradores menos felizes. 

Ainda segundo dados do estudo, realizado com 1,2 mil trabalhadores pelo Center for Positive Organizational Scholarship, os colaboradores com alta avaliação no fator bem-estar e qualidade de vida no trabalho tem desempenho 27% superior aos de colegas com índices menores (conforme percepção dos chefes), 125% menos esgotamento, 32% mais comprometimento com a organização e 46% mais satisfação com a atividade (independentemente do setor e da ocupação).

“Ao mesmo tempo, colaboradores infelizes produzem 40% menos e seu trabalho rende apenas o equivalente a dois dias úteis da semana. Isso, durante um mês, significa apenas oito dias de produção. E para uma empresa isso resulta em bastante perda de produção e lucratividade”, afirma o coach José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC). 

Competição x colaboração

Muitas vezes, o estresse que recai sobre o funcionário é gerado propositadamente pela liderança despreparada, ou por fazer parte da cultura organizacional. É o que acontece, por exemplo, nas empresas que privilegiam um ambiente interno competitivo como forma de atrelar crescimento profissional ao alcance de metas agressivas entre seus profissionais. No longo prazo, esse excesso de competitividade interna gera inimizades, quebra de confiança, problemas de comunicação, falta de alinhamento, egoísmo e recusa em compartilhar informações estratégicas vitais para o caminhar da organização. 

Esse tipo de política interna tende a ser, invariavelmente, um tiro no pé. “No mundo corporativo, o mais usual é premiar com bônus os executivos dispostos a sacrificar os outros para que eles e as empresas, supostamente, saiam ganhando. É um contrassenso”, avalia o antropólogo Simon Sinek, no livro “Por quê? Como motivar pessoas e equipes a agir” (ed. Saraiva). Não faz sentido reproduzir o clima externo de tensão e de medo no ambiente interno das corporações. “No lugar da competição, os líderes deveriam estimular a cooperação para construir bons resultados.”

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