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Felicidade faz bem à saúde?


Segundo os especialistas, todas as pessoas possuem condições de serem mais felizes, ainda que enfrentem problemas no cotidiano. E assumir essa condição de satisfação e bem-estar é algo que repercute positivamente em toda a saúde, ajudando, inclusive, a prevenir doenças.

Pesquisadores do Centro de Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, já demonstraram que quem investe em atitudes capazes de aumentar a felicidade e o bem-estar acaba também adotando um estilo de vida mais saudável: cuida melhor da alimentação, pratica atividade física regular, dorme bem e até constrói relacionamentos melhores. “Todas as emoções são mediadas por hormônios e são capazes de afetar o funcionamento tanto do corpo quanto da mente. Quando sentimos tristeza, raiva ou medo, nosso corpo recebe os sinais químicos de que algo não vai bem e produz os hormônios do estresse, que nos preparam para a fuga ou para a luta. Porém, quando sentimos emoções positivas autênticas, nosso corpo é inundado por hormônios do bem-estar e com propriedades regenerativas”, explica Armando Ribeiro, psicólogo com certificação em Stress Management pela Harvard Medical School, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O profissional também esclarece que a percepção da felicidade não tem a ver com a ausência de problemas, mas com a forma de encará-los. Assim, não se trata de estar feliz o tempo todo, mas de saber lidar com os momentos de maior tristeza e recolhimento, valorizando os outros aspectos positivos e saudáveis da vida.

Para a psicóloga e psicoterapeuta Walkyria Coelho, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, ser mais feliz não depende de fatores externos, como ganhar uma promoção, um elogio ou mesmo apaixonar-se. “Um ponto importante é observar como estamos interpretando os fatos que nos acontecem. Olhar de um ângulo diferente pode ser o suficiente para perceber que o mal não é o problema em si, mas o significado que estamos dando a ele, muitas vezes, atribuindo uma importância maior do que ele merece”, explica.

Ela também defende que, em vez de nos lamentarmos pelas dificuldades da vida, devemos nos perguntar até que ponto fomos responsáveis por aquela situação, recusando o papel de vítima. “É preciso ter em mente que muitos dos problemas que temos são o resultado de escolhas que fizemos conscientemente. Além disso, sempre é tempo de mudar o caminho, para chegar aonde desejamos, basta sermos mais flexíveis”, diz.

Valorizar os pequenos prazeres da vida é outra estratégia que pode ser experimentada, na busca pela felicidade. “Isso nem sempre depende de grandes investimentos. É preciso, antes, descobrir o que realmente tem valor para você. E focar mais naquilo que lhe traz satisfação”, ensina a psicóloga Rafaella Maria Ribeiro Pereira, ateterapeuta e coaching.

Infelicidade crônica pode estar associada a doenças

Pessoas que têm muita dificuldade de encontrar satisfação no seu dia a dia, para experimentar a sensação de plenitude e felicidade, podem estar sofrendo de doenças físicas ou psicológicas. E, nesse caso, contar com a avaliação de um médico é fundamental. “A ioga, a meditação e a terapia cognitivo-comportamental, feita por psicólogos, são exemplos de práticas que ajudam a contornar o problema, melhorando muito a qualidade de vida e, consequentemente, a saúde de um modo geral”, finaliza Ribeiro.

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