A ponto de explodir
O estresse atinge cada vez mais pessoas e os resultados
podem ser sentidos na pele, literalmente!
Por Tania Cocovia
Jornal TodoDia (Campinas / SP, 30/09/2012)
De repente você sente um
cansaço mental, fica ansioso, não está feliz com nada e o seu rendimento não é
mais o mesmo. Provavelmente você está sofrendo do mal do século: o estresse.
O estresse é uma reação de adaptação natural dos seres vivos, mas sua
ativação crônica desgasta e fragiliza os organismos. Conceitualmente é dividido
em quatro fases (alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão). “O estresse
crônico é o responsável pelo adoecimento do corpo e da mente. Na fase de
exaustão, também chamada de ‘burnout’ por alguns estudiosos, o cansaço físico se
torna crônico e mesmo com uma boa qualidade de sono, as pessoas não se sentem
revigoradas”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo e coordenador do
Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência de São Paulo.
Os principais fatores que causam o estresse são: trabalho (clima
organizacional, pressão no trabalho, conflitos interpessoais), educação (escola,
provas, formação continuada) e vida pessoal (relacionamentos, família, filhos) e
isso tudo não afeta apenas a saúde mental, mas também a fisíca. “O estresse
crônico ativa em nosso organismo a produção intensa de hormônios (adrenalina e
cortisol) e neurotransmissores (noradrenalina) que servem para a nossa
sobrevivência imediata. Uma vez que o estresse se torna crônico, tais
substancias começam a afetar as nossas defesas imunológicas e também nossa
capacidade de recuperação, também chamado de catabolismo. Diversos problemas de
pele como dermatites, vitiligo e psoríase podem ser afetados pelo estresse
crônico”, alerta Neto.
SENTINDO NA PELE
O corpo também sobre com essa sobrecarga emotiva. Os sintomas do estresse em
demasia são o aumento da pressão arterial, insônia (afinal, quem nunca perdeu
noites de sono pensando em problemas?), dor de cabeça tensional e desordens
alimentares - como perda ou ganho de peso. O tratamento depende da causa,
intensidade do estresse e também do perfil do paciente.
A terapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens psicológicas que mais
evidências científicas tem sobre o tratamento do estresse. “O método da terapia
cognitivo-comportamental é baseado na identificação e modificação dos
pensamentos distorcidos geradores de estresse crônico”, destaca Neto.
Recursos complementares como técnicas de respiração diafragmática,
relaxamento muscular progressivo, hipnose e meditação são indicados para
combater a doença. Alguns pacientes também optam por métodos mais naturais como
massagem, aromaterapia, homeopatia, acupuntura, fitoterapia, entre outros. “A
medicação alopática somente é utilizada em casos mais graves, quando o estresse
já deflagrou doenças físicas e emocionais, tais como: hipertensão, depressão e
pânico”, diz o especialista.
Avalie-se
Para saber se você está estressado, veja alguns sintomas:
Boca seca;
Dor no estômago;
Ranger os dentes;
Roer unhas;
Tensão;
Respiração ofegante;
Mudança de apetite;
Diarreia;
Hipertensão;
Sensação de desgaste físico;
Problemas de memória;
Diminuição do desejo sexual;
Perda de senso de humor;
Pesadelos;
No dia a dia, é cada vez mais comum ter que se desdobrar para fazer mil coisas ao mesmo tempo.
A correria é apenas um dos causadores do estresse, já considerado o mal do século. Mas você sabia que toda esta agitação reflete diretamente no
seu corpo?
Para se prevenir
dessa doença da vida moderna o especialista recomendar adotar um estilo de vida
saudável. “Autoconhecimento, respeitar os próprios limites, cultivar a paz e
tranquilidade são comportamentos direcionados a proteger nosso corpo e mente do
estresse excessivo”, destaca Neto.
Irritação.
Nervos à flor da pele
Mudança já!
Na mira
Uma pesquisa realizada pelo site americano CareerCast mostrou
quais são os profissionais que mais sentem pressão no dia a dia. O ranking
avaliou critérios relativos a fatores como risco de morte, competitividade,
prazos e viagens.
Entre as profissões mais estressantes estão as de soldado, bombeiro, piloto
de avião, policial, coordenador de eventos, executivo de relações públicas e
fotojornalista.
Em geral, as mulheres são duas vezes mais estressadas do que os homens. “Mas
as mulheres felizmente buscam mais ajuda tanto das amigas quanto profissional.
Já os homens buscam ajuda quando o estresse já se transformou em doença”,
finaliza Neto.
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