O trabalho de sensibilização de gestores feito pela Regional de Saúde Teles Pires do estado do Mato Grosso leva apoio para implantação das PICS à 14 municípios
Nas últimas semanas, a série de reportagens sobre as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) na Atenção Básica trouxe parte do histórico, processo de implantação, relatos de usuários e resultados dos recursos terapêuticos no cuidado integral da saúde da população em diferentes municípios. A história de hoje é um pouco diferente.
A Regional Teles Pires, uma das regionais da Secretaria de Saúde do Mato Grosso, é responsável em apoiar 14 municípios do estado. Depois de mapearem as demandas da população da área, os técnicos identificaram a necessidade de fazerem um trabalho de sensibilização dos gestores municipais sobre as PICS.
“Em nossas visitas técnicas, percebemos a elevada demanda de consultas, forma de trabalhar distinta do que preconiza a Estratégia de Saúde da Família (ESF), muita medicalização, gestores com investimentos elevados sem resolutividade, filas para consultas com especialistas, sendo de pacientes com doenças, entre outros problemas. A inserção das PICS nos serviços melhora o atendimento à população, além de possibilitar a promoção da saúde e a prevenção de doenças e agravos”, explica Marilene Ritter, técnica da regional.
O projeto de sensibilização dos gestores e intervenção começou há alguns anos, mas recebeu reforço no final de 2016 com a formação de um grupo de Terapeutas pela Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop - UFMT. Depois do trabalho de divulgação das PICS, quatro municípios da região Teles Pires começaram a ofertar Terapia Comunitária Integrativa: Sinop, Feliz Natal, Rio Verde e Sorriso.
A regional auxilia, acompanha e monitora os municípios com base nas diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do SUS. Além do trabalho de apoio, foi realizado em maio deste ano o I Encontro de Práticas Integrativas Complementares para Gestão de Saúde da Região Teles Pires. No evento, foram apresentados algumas práticas, como Terapia Comunitária, Yoga, Reiki, Ayurveda, Moxabustão (acupuntura térmica), Musicoterapia, Auriculoterapia, Acupuntura e Arteterapia.
Conceito
A terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma prática de intervenção coletiva que visa criar e fortalecer os laços sociais. Aproveita os recursos da própria comunidade para criar soluções para as dificuldades. É um espaço de acolhimento que favorece a troca de experiências entre as pessoas.
A TCI é desenvolvida em formato de roda. Cada participante da sessão é corresponsável pelo processo terapêutico individual e coletivo. A partilha de experiências favorece o resgate da identidade, a restauração da autoestima e da autoconfiança e a ampliação da percepção. A prática está fundamentada em cinco eixos teóricos: pedagogia de Paulo Freire, Teoria da Comunicação, o pensamento sistêmico, a antropologia cultural e a resiliência.
O trabalho realizado pela TCI reforça a autoestima, promovendo redes solidárias de apoio e otimizando recursos disponíveis da comunidade. A possibilidade de ouvir a si mesmo e aos outros participantes traz outros significados às suas vivências, conquistas, potencialidades e aos seus sofrimentos, diminuído o processo de somatização e complicações clínicas.
Boas experiências
Histórias como a da Regional de Saúde Teles Pires no Mato Grosso têm em todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.
Fonte: Portal da Saúde
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