O tratamento das doenças a partir de plantas medicinais em Vitória (ES)
faz a diferença no cuidado à saúde
Vitória, no Espírito Santo, oferta medicamentos fitoterápicos padronizados em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Além da fitoterapia, tem Reiki, dança circular, do-in e auriculoterapia. Outra marca relevante é a média de atendimentos em Práticas Integrativas e Complementares (PICS): 40 mil pessoas por ano. A rede tem 130 prescritores, 11 projetos de jardins terapêuticos e seis hortas urbanas em escolas, parques e áreas ociosas.
Segundo a coordenadora do Programa de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) de Vitória, a médica Henriqueta Sacramento, a Fitoterapia é um tratamento das doenças a partir de extratos vegetais de plantas medicinais. Na Atenção Básica, é prescrita de acordo com critérios científicos de indicações, contraindicações e efeitos adversos.
Há uma relação municipal de medicamentos fitoterápicos, definida mediante critérios pela Comissão municipal de medicamentos, que são indicados para determinadas patologias. “Realizamos estudo sobre a aceitação da população aos fitoterápicos e observou-se que a maioria dos entrevistados têm aceitação da prática”, afirma a homeopata.
Histórico
Em 1992, Vitória instituiu o programa de Fitoterapia. Depois instituiu o projeto Farmácia Viva e a Política Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com participação dos servidores municipais na validação da normativa e acompanhamento pelo Conselho Municipal de Saúde. A oferta de medicamentos fitoterápicos começou após inauguração da farmácia de manipulação em 1996. Há 25 anos, o município vem trabalhando pela inclusão de mais práticas integrativas no SUS.
O município conta hoje com 130 prescritores e realiza cursos de capacitação em Fitoterapia na Atenção Básica e promoção da saúde, com regularidade. Desde 2013, a implementação dos Jardins Terapêuticos — espaços de cultivo de hortas de plantas medicinais e alimentícias nos serviços de saúde — busca resgatar o saber popular e a valorização do consumo consciente de plantas medicinais e alimentícias orgânicas, além do empoderamento e autonomia da população no preparo de seus próprios remédios caseiros para resolver algumas enfermidades.
“O trabalho na comunidade permite trocas de saberes, exercício da solidariedade e fortalecimento do vínculo com a natureza. São cultivados pelos servidores dos serviços, que estimulam a participação comunitária para cuidar, regar e produzir receitas caseiras através de Cursos e Oficinas”, contextualiza a especialista em homeopatia.
Implantação
A gestão municipal, em 1989, buscou instituir uma referência técnica em fitoterapia para assumir a coordenação do programa. Já em 1991, após a criação de vagas para médico, farmacêutico e engenheiro agrônomo, o município realizou concurso público para efetivar os profissionais do projeto.
As hortas urbanas comunitárias foram implementadas após a inserção dos jardins terapêuticos nas unidades de saúde, visando ampliar para terrenos ociosos. As hortas fazem parte do programa de governo desde 2013. Foram implantadas seis hortas em 2016 em terrenos ociosos de espaços públicos como a prefeitura, escolas, igrejas e unidades de saúde. Neste ano a demanda triplicou.
“A construção das hortas comunitárias busca incentivar o consumo consciente e o desenvolvimento local sustentável. Com isso, conseguimos melhorar a qualidade de vida da população, visando a redução de doenças crônicas, do consumo de alimentos industrializados e com agrotóxicos, e a utilização de medicamentos sintéticos”, conta Henriqueta.
O projeto estimula a convivência com ações educativas que visem trocas de experiências, educação em saúde, promoção da saúde e vida saudável, além de diminuir a exclusão social. A comunidade participa por iniciativa própria, demandando apoio da prefeitura, ou é convidada a participar de algum projeto.
“Realizamos reuniões visando conhecer a proposta ou apresentar a fitoterapia. Temos uma metodologia participativa. São realizados cursos e oficinas sobre cuidados na implantação e manutenção de uma horta, preparo de repelentes naturais, preparo de receitas caseiras, entre outros”, explica a médica.
Boas experiências
Na semana que vem, descubra como a Medicina Tradicional Chinesa mudou a realidade de Blumenau (SC). Histórias como a de Vitória acontecem em todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, biodança, dança circular, reflexoterapia, shantala, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.
Fonte: Portal da Saúde
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