Especialistas explicam que ao se sentir feliz, o paciente estimula células NK capazes de destruir tumores
Medo da morte, do sofrimento e das possíveis sequelas e/ou efeitos colaterais do tratamento (ex. quimioterapia, radioterapia, cirurgia e etc.) estão entre os principais medos observados pelos psicólogos no atendimento a pacientes oncológicos. Quando o assunto é depressão, de 15% a 25% dos pacientes com câncer vivenciam a doença, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (EUA).
Diante do diagnóstico de câncer, que causa grande impacto emocional no paciente e em seus familiares, o apoio dos amigos e parentes é parte fundamental no tratamento, capaz de ajudar a manter as emoções positivas e auxiliar na resposta imunológica do organismo frente às células cancerígenas. “Os sentimentos influenciam profundamente as funções do corpo. Emoções positivas estimulam células NK capazes de destruir tumores. O estresse, a ansiedade e a depressão interferem em sua função”, explica Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Para Sandra Vieira, também psicóloga da Beneficência Portuguesa, acolher e respeitar a dor emocional do paciente é a melhor forma de apoio que a família pode dar. “Cobranças, que muitas vezes soam como acusações que levam ao sentimento de culpa, não devem ser realizadas. Por exemplo: não falei para você que fumar fazia mal. Este tipo de colocação não alivia em nada a angústia do paciente”.
A relação entre a família e o doente deve ser a mais verdadeira possível. “Apoio, respeito e abraço amigo. Os familiares deverão estar cientes dos desejos do paciente no transcurso do tratamento, bem como se estiver em final de vida (terminalidade). Paciente e familiares se estiverem assistidos psicologicamente poderão lidar com a situação da melhor maneira possível”, complementa Sandra. Quando se trata de terminalidade, segundo a Resolução CFM (Conselho Federal de Medicina) 1995/2012, os familiares não têm direito sobre as decisões do paciente se este estiver lúcido, ou tê-la definido quando estava.
Além disso, acompanhar o paciente durante as consultas e tratamentos, não sobrecarregá-lo emocionalmente e nem fazer chantagem emocional podem fortalecer o vínculo familiar e ajudá-lo nos momentos mais críticos. “Exercícios respiratórios, técnicas de relaxamento, visualização e práticas de meditação (ex. mindfulness) são recursos cada vez mais utilizados pelos grandes centros oncológicos mundiais, por apresentarem segurança e eficácia na manutenção da saúde emocional e física”, ressalta Armando.
A percepção dos sintomas psicológicos intensos e graves, como queixa de angústia, medo e raiva até transtornos depressivos, ideação suicida e transtornos ansiosos, dependerá das experiências prévias do paciente com familiares e/ou amigos com diagnóstico de câncer, personalidade, momento de vida e também ao próprio relacionamento médico-paciente, essencial para uma adesão saudável aos tratamentos indicados. Com o avanço na medicina, cada vez mais pacientes são curados ou quando não for impossível a cura, podem desfrutar de uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
Mitos sobre câncer e saúde mental
– Todas as pessoas com câncer estão deprimidas
– Depressão em uma pessoa com câncer é normal
– Os tratamentos são inúteis
– Todos com câncer enfrentam sofrimento e uma morte dolorosa
Os seguintes indicadores podem sugerir a necessidade de intervenção precoce:
– Uma história de depressão
– Um sistema de apoio social fraco (não casados, alguns amigos, um ambiente de trabalho solitário)
– Evidência de crenças irracionais persistentes ou pensamento negativista em relação ao diagnóstico
– Um prognóstico mais grave
– Maior disfunção relacionada ao câncer
Fonte: News Rondonia
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