“É importante que desde cedo a exposição da criança à TV seja limitada e monitorada. A partir de 01 ano já existem programas que estimulam a criança com músicas e personagens e são interessantes para a estimulação, porém não podem virar a ‘babá da criança'” diz a psicóloga Andreia Calçada em entrevista ao blog Pinivi.
Ela reforça que é importante que o bebê também brinque com brinquedos, com desenhos, e desenvolva a coordenação motora, correndo e jogando bola, por exemplo, bem como em atividades ao ar livre e com outras crianças.
Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo alerta que “embora seja cada vez mais precoce que bebês sejam expostos aos vários meios eletrônicos de comunicação e entretenimento (TV, smartphones, tablets e etc), é preciso ponderar que o fundamental é respeitar o seu desenvolvimento neuropsicológico e protegê-lo do excesso de estimulação (sonora e visual) e ausência do estímulo tátil que só poderá ser adequadamente fornecido pelos pais, familiares e do contato com outras crianças.
“Crianças pequenas precisam cada vez mais ser protegidas da poluição midiática que desde muito cedo pode influenciar o seu desenvolvimento neurocognitivo e interferir com a aquisição de outras habilidades socioemocionais que dependem da criança explorar o mundo a sua volta” orienta o psicólogo.
Ambos profissionais entrevistados destacam que é fundamental seguir a classificação da faixa etária de cada programa, dando preferência à programas voltados para bebês nos quais cores e sons estimulam o desenvolvimento da fala e do vocabulário.
Armando ainda aconselha que os pais precisam estar alertas para o risco de excesso de estimulação dos modernos equipamentos (intensidade luminosa, sonora, efeitos especiais e etc) que muitas vezes podem gerar problemas precoces no desenvolvimento do bebê, desde a hiperestimulação dos sentidos (irritabilidade, dificuldade para dormir) até a dependência do uso de tais equipamentos.
“Os responsáveis também devem estar alertas para os desenhos e outros programas que sejam hiperestimulantes ou que possam carregar valores e ideologias diferentes da família. Lembre-se de que o seu filho ainda não tem a capacidade de criticar o que esta sendo visto na TV e é papel dos pais escolherem programas que sejam apropriados para a idade, nível de compreensão e temperamento do seu filho” afirma o especialista.
A psicóloga Andreia Calçada orienta que a criança não deve passar mais do que poucas horas vendo TV. “O tempo de talvez um ou dois desenhos e incluir intervalos entre estas horas de TV é o ideal” diz.
“Crianças precisam desenvolver habilidades físicas, cognitivas e socioemocionais e os meios eletrônicos podem embotar o desenvolvimento de tais habilidades precocemente. Aprenda a utilizar moderadamente a TV e outros meios eletrônicos e abuse das atividades recreativas na natureza ou que envolvam a sociabilização e o contato humano” reforça o psicólogo Armando Ribeiro.
Sendo assim, deve-se sempre levar em consideração os seguintes fatores no que se refere ao seu filho ver TV:
- Os programas devem ser adequados para sua faixa etária, evitando conteúdos que “adultizem ou infantilizem” a criança em relação à sua idade atual.
- O tempo que a criança assiste TV deve ser uma decisão sua, mas procure evitar que ela fique muitas horas grudada na telinha, além de garantir que faça alguns intervalos entre um desenho e outro.
- Cuidado não só com a TV. O uso de smartphones, computadores e tables também deve ser moderado.
- Conheça o que o seu filho está assistindo. Não deixe-o em frente à TV sem saber quais valores e que tipo de estímulos cada conteúdo está oferecendo ao seu bebê.
- Televisão não é babá. Por mais que seja difícil às vezes não deixar que a TV cuide do seu filho enquanto você cuida dos inúmeros afazeres do dia a dia, tente estimulá-lo a se distrair de outras maneiras, com brinquedos, com outras crianças e com atividades que façam ele se movimentar e desenvolver habilidades diferentes.
Lembre-se: quem apresenta a TV e cria as regras sobre o uso desse aparelho pelo seu filho é você, mas não é necessário se “descabelar” se uma vez ou outra ele quiser assistir um desenho a mais. Desde que não haja exageros no dia a dia, assistir desenhos e programas infantis diverte e desenvolve seu filho. A TV não é um inimigo, basta saber usá-la.
Fonte: Blog Pinivi Baby Store
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