Nomofobia
O estudante de jornalismo e blogueiro Cícero Lourenço usa seu celular todos os dias, a toda hora e a todo minuto. “Uso tanto para o pessoal, quanto o profissional. Quando estou sem bateria, impossibilitado de usar meu celular, fico um tanto perdido, pois faço quase tudo com ele. Acesso a internet, e-mails, redes sociais, entre outros. De fato, um instante sem o aparelho causa um transtorno para mim”, relata.
Lourenço ainda conta que o máximo de tempo que ficou sem celular foi três horas. “Estava na faculdade, a bateria esgotou e eu não tinha levado o carregador. Fiquei inquieto e acabei saindo da aula mais cedo. Só fiquei tranquilo quando coloquei o celular no carregador e o vi funcionando novamente”, confessa.
Essa angústia de ficar sem o celular não é incomum e tem sido chamada de nomofobia, da contração oriunda do inglês no mobile phobia. De acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido em fevereiro de 2012 pela empresa de soluções de segurança SecurEnvoy, 66% das pessoas se dizem "muito angustiadas" com a ideia de perderem seu celular. Entre os jovens de 18 a 24 anos, esse índice chega a 76%.
“A nomofobia é um termo recente que surgiu da percepção de que alguns usuários de celular ou computador sentem-se extremamente angustiados frente à impossibilidade de comunicação. As pessoas precisam reconhecer que a ausência de sinal ou a bateria sem carga não são situações catastróficas, na maioria da vezes. Ficar nervoso, irritado ou angustiado com tais situações regularmente pode sinalizar a presença da nomofobia. Poucos usuários ainda estão cientes do risco de dependência dos aparelhos de comunicação, muitos ainda não admitem os sinais de nomofobia como algo preocupante.A nomofobia ainda não é considerada um transtorno mental, mas pode assemelhar-se a outros quadros de ansiedade e de estresse”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Já para psicóloga clínica e psicoterapeuta Lídia Craveiro, o termo utilizado para caracterizar a angústia de ficar sem celular é errôneo. “Penso que a nomofobia não existe como doença, é uma invenção que não faz sentido. Uma fobia é algo que desperta medo em alguém e não o medo de ficar sem algo. Portanto, estamos falando de uma dependência e não de uma fobia. O perfil dessas pessoas tem a ver com a dependência. Aqui o telefone assume o lugar do outro, fica materializado no aparelho, dá a sensação de que o outro estará ali. Ficar sem o telefone é como estar a cair num abismo, falta qualquer coisa, o aparelho torna-se um prolongamento da pessoa, passa a fazer parte como se fosse um órgão”, defende.
Neto ainda lembra que a nomofobia se trata também de uma característica do fenômeno sociológico, que afeta muito a geração Z. “As pessoas dessa geração são reconhecidas por serem nativas digitais, extremamente acostumadas à internet, celulares e redes sociais. Elas não apenas acessam a internet de suas casas, mas por todos os meios tecnológicos disponíveis”, lembra.
Tratamento
De acordo com Neto, as pessoas não procuram atendimento por causa da nomofobia, mas geralmente por estresse, transtornos ansiosos (como o pânico, fobias específicas etc) e outros. “A nomofobia vai ser identificada durante a avaliação clínica, quando as pessoas relatam estados de extrema angústia ou ansiedade frente à impossibilidade de comunicação instantânea. A psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental) poderá ajudar no tratamento da nomofobia através da identificação dos pensamentos catastróficos, emoções negativas e comportamentos exagerados”, expõe.
Uso saudável de smartphones
Na opinião de Lídia, os celulares trouxeram mudanças significativas na vida das pessoas e o contato imediato tornou as pessoas mais disponíveis, o que veio agravar a intolerância à espera. “A evolução tecnológica tem trazido mudanças de hábitos nas pessoas e, quando muito, podemos é repensar em termos de educação como é que podemos ajudar os nossos filhos a fazerem um uso adequado das tecnologias, para que essas não substituam o lugar do afeto. Ter uma relação com alguém ao vivo e a cores é diferente de ter uma relação com base num telefone”, afirma.
“O celular nasce de uma necessidade humana básica que é a comunicação. Essa inovação tecnológica estreitou os contatos, possibilitando estarmos conectados com os familiares, amigos e o próprio trabalho. A cada nova geração tecnológica, o celular deixa de ser apenas um meio de comunicação e passa a incorporar diversas outras funções. O uso saudável é quando o aparelho não ultrapassa limites na vida das pessoas. Infelizmente é cada vez mais frequente vermos jantares de namorados em que cada um fica absorvido com mensagens instantâneas, ou almoços de domingo em que o aparelho é o centro das atenções. A partir do momento em que o uso do celular começa a interferir no dia a dia das pessoas e familiares, gerando estresse, ansiedade ou angústia, estaremos frente a uma situação de uso inadequado da tecnologia”, conclui.
Lourenço ainda conta que o máximo de tempo que ficou sem celular foi três horas. “Estava na faculdade, a bateria esgotou e eu não tinha levado o carregador. Fiquei inquieto e acabei saindo da aula mais cedo. Só fiquei tranquilo quando coloquei o celular no carregador e o vi funcionando novamente”, confessa.
Essa angústia de ficar sem o celular não é incomum e tem sido chamada de nomofobia, da contração oriunda do inglês no mobile phobia. De acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido em fevereiro de 2012 pela empresa de soluções de segurança SecurEnvoy, 66% das pessoas se dizem "muito angustiadas" com a ideia de perderem seu celular. Entre os jovens de 18 a 24 anos, esse índice chega a 76%.
“A nomofobia é um termo recente que surgiu da percepção de que alguns usuários de celular ou computador sentem-se extremamente angustiados frente à impossibilidade de comunicação. As pessoas precisam reconhecer que a ausência de sinal ou a bateria sem carga não são situações catastróficas, na maioria da vezes. Ficar nervoso, irritado ou angustiado com tais situações regularmente pode sinalizar a presença da nomofobia. Poucos usuários ainda estão cientes do risco de dependência dos aparelhos de comunicação, muitos ainda não admitem os sinais de nomofobia como algo preocupante.A nomofobia ainda não é considerada um transtorno mental, mas pode assemelhar-se a outros quadros de ansiedade e de estresse”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Já para psicóloga clínica e psicoterapeuta Lídia Craveiro, o termo utilizado para caracterizar a angústia de ficar sem celular é errôneo. “Penso que a nomofobia não existe como doença, é uma invenção que não faz sentido. Uma fobia é algo que desperta medo em alguém e não o medo de ficar sem algo. Portanto, estamos falando de uma dependência e não de uma fobia. O perfil dessas pessoas tem a ver com a dependência. Aqui o telefone assume o lugar do outro, fica materializado no aparelho, dá a sensação de que o outro estará ali. Ficar sem o telefone é como estar a cair num abismo, falta qualquer coisa, o aparelho torna-se um prolongamento da pessoa, passa a fazer parte como se fosse um órgão”, defende.
Neto ainda lembra que a nomofobia se trata também de uma característica do fenômeno sociológico, que afeta muito a geração Z. “As pessoas dessa geração são reconhecidas por serem nativas digitais, extremamente acostumadas à internet, celulares e redes sociais. Elas não apenas acessam a internet de suas casas, mas por todos os meios tecnológicos disponíveis”, lembra.
Tratamento
De acordo com Neto, as pessoas não procuram atendimento por causa da nomofobia, mas geralmente por estresse, transtornos ansiosos (como o pânico, fobias específicas etc) e outros. “A nomofobia vai ser identificada durante a avaliação clínica, quando as pessoas relatam estados de extrema angústia ou ansiedade frente à impossibilidade de comunicação instantânea. A psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental) poderá ajudar no tratamento da nomofobia através da identificação dos pensamentos catastróficos, emoções negativas e comportamentos exagerados”, expõe.
Uso saudável de smartphones
Na opinião de Lídia, os celulares trouxeram mudanças significativas na vida das pessoas e o contato imediato tornou as pessoas mais disponíveis, o que veio agravar a intolerância à espera. “A evolução tecnológica tem trazido mudanças de hábitos nas pessoas e, quando muito, podemos é repensar em termos de educação como é que podemos ajudar os nossos filhos a fazerem um uso adequado das tecnologias, para que essas não substituam o lugar do afeto. Ter uma relação com alguém ao vivo e a cores é diferente de ter uma relação com base num telefone”, afirma.
“O celular nasce de uma necessidade humana básica que é a comunicação. Essa inovação tecnológica estreitou os contatos, possibilitando estarmos conectados com os familiares, amigos e o próprio trabalho. A cada nova geração tecnológica, o celular deixa de ser apenas um meio de comunicação e passa a incorporar diversas outras funções. O uso saudável é quando o aparelho não ultrapassa limites na vida das pessoas. Infelizmente é cada vez mais frequente vermos jantares de namorados em que cada um fica absorvido com mensagens instantâneas, ou almoços de domingo em que o aparelho é o centro das atenções. A partir do momento em que o uso do celular começa a interferir no dia a dia das pessoas e familiares, gerando estresse, ansiedade ou angústia, estaremos frente a uma situação de uso inadequado da tecnologia”, conclui.
Fonte: LG Universo Smart (11/05/2012)