É brincando que se aprende:
Aprimore habilidades durante o lazer
Por: Viviam Klanfer Nunes
16 de maio de 2012 • 11h23
16 de maio de 2012 • 11h23
InfoMoney
Especialista dá dicas de como aproveitar os momentos de lazer para se tornar um profissional melhor.
SÃO PAULO - No horário de lazer, a recomendação dos especialistas em desenvolvimento de carreira é que o profissional aproveite o tempo, mesmo que seja bastante limitado, para relaxar e se desligar do trabalho. Isso permite recarregar as energias para voltar a ativa ainda mais disposto e cheio de ideias.
Mas, apesar de ser intitulado como horário de lazer, você sabia que é possível aproveitar esse momento combinando o descanso com o aprimoramento de competências? É o famoso ócio criativo.
As pessoas acreditam que só é possível se desenvolver no ambiente corporativo, e que o lazer não traz retorno nenhum em termos de aperfeiçoamento profissional, segundo explica o professor de psicologia aplicada do Insper, Armando Ribeiro. Grande erro. O momento de lazer deve ser encarado como um tempo para “brincar com as competências”, diz o professor.
Erre o quanto quiser
É lá que você pode exercitar a competência que quiser e com uma grande vantagem: você pode errar, sem medo. O momento de lazer é um período informal, no qual você não tem nenhuma pressão ou obrigação, já que não está no trabalho.
Um simples jogo de futebol pode ser encarado como uma verdadeira escola. Você pode treinar ser um líder, pode ser o organizador, trabalhando várias competências de uma só vez. Você pode exercitar sua habilidade de lidar com a frustração e com pessoas que não mostram comprometimento.
Mas a grande dica para fazer do lazer um momento de aprendizado e aprimoramento, é saber o que você quer – e precisa – aprimorar. Já ouviu aquela frase: “se você não sabe para aonde quer ir, qualquer lugar serve”? Pois bem. Se você não identificou suas falhas e não sabe quais habilidades e competência precisa desenvolver, a estratégia de aproveitar o lazer para isso perde totalmente a eficácia.
Quem é você e o que você quer?
O que aprimorar, então? Algo que todos os profissionais devem considerar é o autoconhecimento. Nos horários de lazer, portanto, que tal fazer terapia? O professor explica que não é preciso adoecer ou passar por alguma situação difícil na vida para procurar um terapeuta. Esse profissional pode ajudá-lo a se conhecer melhor, ou seja, entender quais são suas fraquezas e seus pontos fortes.
O coach também pode te ajudar no processo de autoconhecimento. À medida que você se conhecer melhor, fica mais fácil se desenvolver. De todo modo, usar o momento de lazer para fazer um mergulho dentro de você mesmo, pode trazer muitos resultados positivos. Quem sabe você não descobre que está estagnado na carreira porque não está na profissão certa?
Desenvolvendo as competências
Quando você já sabe o que precisa desenvolver, é hora da ação. Liderança, por exemplo, é uma das competências mais exigidas pelas organizações nos dias atuais. Então, quando for reunir os amigos para um jogo de futebol ou uma partida de pôquer, faça isso pensando em como você pode ser o líder.
“Os jogos podem ser encarados muito mais do que simples jogos”, diz Ribeiro. “Você pode transformar essa atividade em uma oportunidade de exercitar a liderança, organizar o encontro e motivar as pessoas”, sugere o professor. Lembrando que você pode errar e que não há nenhuma pressão para mostrar resultados e números, algo tão normal no ambiente de trabalho.
Trabalhando em equipe com a família
Em casa, no ambiente familiar, você também tem uma grande oportunidade de aperfeiçoar suas habilidades de trabalhar em equipe. Sua família, mais do que esposa, filhos, cunhados e sogros, também é um time. É possível criar situações em que você não se coloca no papel de pai – ou mãe – que manda em casa, mas que influencia as pessoas através de bons argumentos.
“Em casa, com os filhos, o cara pode debater assuntos veiculados recentemente pela mídia. Nessa ocasião, ele trabalha sua capacidade de argumentar, e sua habilidade de se comunicar e expressar ideias”, explica o professor. Ao defender opiniões e – principalmente – aceitar as ideias dos outros, você se torna uma pessoa mais flexível, outra habilidade exigida pelas empresas.
O professor destaca essa relação entre família e trabalho. Cada pessoa é uma só, e não pode se comportar de uma forma no trabalho e de outra em casa. “Quando a pessoa é uma coisa no trabalho e outra em casa, isso gera muito estresse”, diz o psicólogo. O estresse acontece, basicamente, pois quanto mais papéis temos que entrar, mais desgaste isso gera.
Trabalho voluntário
O professor também lembra do trabalho voluntário, que é a união de diversas coisas: comprometimento social, lazer e momento para aprimorar, novamente, suas competências.
O objetivo desse trabalho não é a renda, mas sim aprender a se comunicar com pessoas diferentes e assumir papéis que você não assume no trabalho. “Um diretor de uma empresa, pode ser subordinado de alguém em um trabalho voluntário”, diz o professor. Trocar de papéis pode agregar bastante para quem sabe tirar proveito dessa oportunidade.
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