Postado por: Fabiana Schiavon MTB 34.439, jornalista responsável
Os grupos de autoajuda são fundamentais no auxílio aos pacientes para enfrentar os sintomas da Doença de Crohn. É o local onde eles encontram a compreensão e o apoio necessários para se fortalecerem e, assim, entender mais o que acontece com seu corpo. Ao fazer parte destas sessões, os indivíduos descobrem um lugar onde são iguais aos outros.
“Nos grupos, os pacientes podem expressar seus sentimentos, tirar dúvidas e trocar experiências de vida, sentindo-se mais acolhidos. Ali, eles evitam o afastamento e desenvolvem amizade com pessoas que enfrentam os mesmos problemas”, diz a psicóloga e psicanalista Denise Aizemberg Steinwurz, que trabalha há 27 anos com pacientes que têm a doença e coordena grupos de autoajuda há cerca de 10 anos na Associação de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn - ABCD. “As pessoas aprendem a buscar a informação correta e aceitar, adaptar-se ao fato de que a doença foi diagnosticada. Aprendem a lidar com a fase da raiva e da negação. Por que comigo?”, explica a especialista.
Antes da participação nos grupos, os pacientes acreditam que apenas eles têm a doença. Muitas vezes, chegam com a percepção distorcida dos seus problemas e comportamentos. O grupo ajuda o paciente enxergar tudo como realmente é. “Eles conhecem pessoas que viveram diversos estágios da doença e podem ficar mais tranquilos ao saber o que ainda virá pela frente e como lidar melhor com a situação”, conta Denise. “É possível compartilhar estratégias de convívio, onde todos choram e riem juntos”, completa.
Geralmente com frequência mensal e um profissional da área da saúde como facilitador, o grupo também é uma oportunidade para o paciente lutar por seus direitos. Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Check-up do Hospital São José - Beneficência Portuguesa de São Paulo, fala mais sobre esta importante questão. “Muitos estudos pelo mundo apoiam a formação dos grupos de autoajuda, principalmente aqueles assessorados por profissionais da saúde que possam auxiliar na formação do grupo e das atividades propostas”, diz.
Além de desenvolver atividades psicoeducativas como palestras e encontros com familiares, os grupos acabam tornando-se uma extensão da própria família dos pacientes, o que pode diminuir a ocorrência de depressão, desânimo, baixa autoestima e ansiedade, entre diversos outros sintomas da Doença de Crohn. O grupo ajuda o paciente a viver com mais qualidade de vida.
Fonte: Sincrohnia / Abbott
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