quarta-feira, maio 31, 2017

A medicina milenar chinesa no SUS

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) remota há milhares de anos e a Acupuntura há pelo menos três mil anos. Mas foi a partir da construção do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, que estados e municípios brasileiros começaram a implementar algumas práticas chamadas de integrativas na saúde pública, que engloba a MTC, a homeopatia, o uso de plantas medicinais e fitoterápicas, o termalismo, a medicina Antropofósica, entre outras.

Em 2006, o Ministério da Saúde institucionalizou essas práticas em nível nacional. Isso ajudou a aumentar ainda mais a busca por elas e o número de procedimentos realizados pelo SUS. O número de sessões de acupuntura, por exemplo, mais que triplicou somente nos casos financiados pelo Governo Federal. Eles saltaram de 122.397 em 2008 para 406.840 de janeiro a novembro de 2013. Um levantamento feito pelo Programa Nacional de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) entrevistou 17.098 equipes de saúde da família. Dessas, 3.186 afirmam oferecer alguma Prática Integrativa, representando 18,63% do total. 

“No primeiro momento, a procura era mais tímida. Só quem conhecia os recursos terapêuticos procurava estas práticas integrativas, mas a qualidade que elas agregam ao cuidado é percebida muito rapidamente. Hoje a busca cresce geometricamente”, opina o Dr. Marcos Trajano, médico generalista especializado em MTC, acupuntura e saúde da família. Ele gerencia uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da Regional de Samambaia, no Distrito Federal.

A Medicina Tradicional Chinesa, que engloba a acupuntura, é um sistema médico integral. Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do mundo em duas forças ou princípios fundamentais. O objetivo é obter meios de equilibrar essa dualidade. “Há uma gama de ações terapêuticas preventivas e curativas de baixo custo, fácil acesso e não interventivas, ou com um poder de intervenção menor”, explica o Dr. Trajano.

Suas várias modalidades de tratamento incluem acupuntura, plantas medicinais (Fitoterapia Tradicional Chinesa), dietoterapia, práticas corporais (lian gong, chi gong, tuina, tai-chi-chuan); práticas mentais (meditação); e orientação alimentar relacionadas à prevenção de agravos e doenças, promoção e recuperação da saúde.

Aposentada de 71 anos, Terezinha Maria de Jesus pratica há uns três anos Lian Gong - prática corporal da MTC - e automassagem de segunda à quinta com a Equipe de Saúde da Família (ESF) da UBS do Dr. Marcos Trajano, em Samambaia (DF). Diabética e hipertensa, Terezinha acredita que as atividades têm lhe ajudado muito. “Antes eu sentia muitas dores, e depois que passei a fazer essas ginasticas, as dores foram embora. Acredito que, tanto eu como as outras senhoras, se não fizéssemos isso já estaríamos todas atrofiadas e com problemas”, comenta a aposentada.

Lian Gong é uma ginástica terapêutica de atua, principalmente, na prevenção e tratamento de doenças musculares. Além da parte física, atua na questão da concentração e da respiração. Quem nos explica é o Agente Comunitário de Saúde (ACS) Giovane da Silva Dutra. “No inicio trabalhávamos mais com pessoas com problemas nas articulações, hoje muitos procuram para alcançar um equilíbrio emocional”, relata Giovane. 

“Os usuários reclamam muito da forma como são cuidados. A primeira contribuição das Práticas Integrativas é essa: exigem do cuidador e do usuário uma postura ativa, corresponsável com o tratamento, baseada em identidade, autoestima e autonomia”, comenta o médico Marcos Trajano. Entre os benefícios da MTC, ele ressalta principalmente a autonomia dos sujeitos através da responsabilização pelo seu próprio tratamento e a maior humanização do atendimento.

Práticas Integrativas – As práticas integrativas são assim chamadas porque elas encaram a saúde humana de forma integral. Cada prática desta é completa na abordagem aos problemas do corpo. “Surgiu, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, uma demanda dos usuários para que eles escolham as praticas curativas que vão usar. Escolhendo como se tratar, como querem ser vistos e cuidados pelo SUS”, conta Daniel Amado, consultor da Coordenação-Geral de Áreas Técnicas do Ministério da Saúde que trabalha com as práticas integrativas. “O interessante dessas praticas é que elas reforçam um olhar mais completo sobre o individuo. O Programa Saúde da Família (PSF), que está dentro das comunidades, já busca essa visão mais completa ao enxergar o paciente no seu território, na sua família. Essas práticas ampliam essa visão, reforçam essa ideia”, comenta Daniel.

Medicina Tradicional Chinesa - O SUS das Práticas Integrativas

Conhecimento milenar engloba vários métodos de cuidado. Em Blumenau (SC), o Tai Chi Chuan já faz parte da rotina da Atenção Básica

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a denominação dada ao conjunto de práticas de cuidado milenares na China. A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde a década de 1970, incentiva os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) a implementarem políticas públicas para uso racional e integrado do recurso terapêutico chinês nos sistemas nacionais de atenção à saúde.

No Brasil, a MTC ganhou mais força ao entrar para a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em 2006. Apesar da Acupuntura ser a mais conhecida do escopo de métodos, há também Fitoterapia chinesa,Tuina ou Tui Ná, Dietoterapia, Auriculoterapia, Moxabustão, Ventosaterapia e Práticas corporais — exercícios integrados com respiração, circulação de energia e meditação, como Chi Kung, o Tai Chi Chuan e outras artes marciais.

Por meio de um grupo da terceira idade de Blumenau (SC), a rotina de exercícios do Tai Chi começou a ser popularizada no município. “Logo no início da oferta da prática, em 2005, outras pessoas começaram a procurar. Atualmente, as turmas têm usuários de todas as idades”, explica Ethna Unbehaun, coordenadora Municipal das Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria Municipal de Promoção da Saúde de Blumenau.

O Tai Chi Chuan consiste em uma sequência de movimentos executados de forma lenta, cadenciada e sequencial, envolvendo práticas de respiração para aumentar e equilibrar o Qi (pronuncia Chi), a força cósmica. O princípio básico envolve concentração no centro básico de energia vital conhecido como dantian (abdômen).

"Sempre tive problemas de hipertensão. Com o Tai Chi consigo manter a pressão regular. Também percebi ótimos resultados no aspecto psicológico porque comecei a interagir com outras pessoas", conta Zilma Maria, 74 anos, frequentadora assídua.

Os usuários têm acesso por interesse pessoal e/ou por indicação profissional. Após contato com a instrutora de Tai Chi, os pacientes recebem orientações e, se necessitarem, têm o exercício adequado às suas necessidades ou recebem indicações de outras práticas ofertadas pela rede. "Senti mudanças na força muscular e no equilíbrio do corpo. Praticar Tai Chi faz bem para minha mente e todo ser humano deveria fazer. É muito importante para minha vida", afirma Elvira Laurentis, 72 anos.

O município também tem meditação e hortas de plantas medicinais. Para 2017, a Secretaria Municipal de Saúde fará um diagnóstico da rede para ampliar a oferta das PICS.

Benefícios da prática do Tai Chi Chuan

Para o corpo: alonga os tendões, relaxa os músculos, estabiliza a pressão arterial, melhora o ritmo cardíaco, regula taxas hormonais (colesterol, triglicerídios, glicose), diminui dores e edemas, tranquiliza o sono, desenvolve a coordenação motora e percepção corporal.
Para a mente: estimula a memória, atenção e concentração, desenvolve a tranquilidade mental, amplia a percepção sensorial, propicia autoconhecimento, diminui o estresse, ansiedade, depressão e fobias.
Para a sociabilidade: possibilita convivência social, desenvolve amizades, divulga informação e conhecimento cultural.
Para o espírito: ameniza a agitação dos pensamentos, auxilia o foco no cuidado consigo e com a sociedade. Traz paz, saúde e harmonia aos participantes.

Boas experiências

Na semana que vem, descubra como a Reflexologia mudou a realidade de Balneário Piçarras (SC). Histórias como a de Blumenau estão em todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, biodança, dança circular, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.

A medicina chinesa encontra a psicoterapia

A medicina chinesa encontra a psicoterapia

Paula King acrescenta serviços de saúde psicológica e comportamental a uma prática que oferece tratamentos complementares e alternativos.

Quando os pacientes com problemas digestivos chegam a April L. Schulte-Barclay, doutor em acupuntura e medicina oriental, uma das primeiras coisas sobre as quais ela questiona é sobre o seu bem-estar emocional. "Eu posso fazer acupuntura e dar-lhes ervas chinesas, mas se continuarem se preocupando, sua digestão ainda será fraca e não alcançarão verdadeira saúde e equilíbrio", diz Schulte-Barclay, que dedicou mais de 4200 horas de estudo para obter sua graduação na Oregon College of Oriental Medicine em Portland.

Essa crença na conexão entre saúde emocional e física é por que Schulte-Barclay está tão feliz por ter a psicóloga Paula King, PhD, na clínica que ela dirige em Grand Junction, Colorado. Fundada em 2004, a Healing Horizons Integrated Health Solutions reúne profissionais de várias disciplinas - incluindo saúde comportamental, acupuntura, medicina chinesa, nutrição, massagem, terapia craniosacral e homeopatia - que trabalham em conjunto para melhorar o bem-estar geral dos pacientes. King e seus colegas também colaboram com quiropráticos externos, fisioterapeutas, psiquiatras e médicos que praticam a medicina ocidental.

"O foco é sobre como ajudar as pessoas a ser tão saudáveis ​​como podem ser em todos os seus aspectos", diz King, que presta serviços de saúde comportamental, psicológica e coaching.

King obteve um doutorado em aconselhamento em psicologia e educação de adultos da Arizona State University em 1985 e teve uma prática de psicologia clínica tradicional em Phoenix por 25 anos antes de se mudar para o Colorado, onde abriu outra prática privada há uma década. "Eu sempre tive interesse, crença e prática orientada para a saúde da mente, corpo e espírito", diz ela. Ela começou a ver alguns dos pacientes de Schulte-Barclay, depois permanece em tempo integral há cinco anos. "Eu estava procurando uma oportunidade para realmente fazer cuidados integrais", diz ela.

Enquanto King reconhece que a homeopatia e alguns dos outros serviços oferecidos pelo centro ainda são controversos, os clientes oferecem feedback positivo. "A evidência está nos resultados que vemos todos os dias", diz ela.

King e seus colegas praticantes trabalham juntos. Com a permissão dos pacientes, eles discutem os casos de clientes compartilhados e criam planos de tratamento que incorporam cuidados de vários profissionais. Os clientes também podem se inscrever para programas de "acumulação de bem-estar" de três meses para trabalhar em objetivos específicos. "Observamos quais são as coisas que irão apoiá-los no cumprimento de seus objetivos e do que eles já vêem como obstáculos", diz King, explicando que todos os profissionais envolvidos no programa de um cliente monitoram seu progresso continuamente.

Os clientes que desejam perder peso, por exemplo, podem trabalhar com a dra. King para explorar potenciais fatores psicológicos que contribuíram para ganhar peso. "Observamos se tem havido trauma ou outras razões pelas quais seria sensível para eles colocar peso, o que eles teriam que desistir se perderam o peso e qual seria o medo", diz King. Ao mesmo tempo, a nutricionista pode criar um plano alimentar, enquanto Schulte-Barclay pode usar ervas chinesas e acupuntura para melhorar o funcionamento do sistema adrenal, o que pode ajudar com a perda de peso.

Ajudar os clientes a enfrentarem doenças físicas, como câncer, é uma prioridade para a prática. "Nós não trabalhamos com o câncer per se, trabalhamos para apoiar os clientes através do tratamento contra o câncer", diz King, que é o único praticante da Healing Horizons cujos serviços clínicos são cobertos por seguros.

A prática também vê muitos clientes com problemas de fertilidade. Enquanto Schulte-Barclay aborda o lado físico por meio da acupuntura, King dirige grupos de apoio à fertilidade e se reúne com as mulheres e seus parceiros, um a um para discutir "como usar a mente de forma mais efetiva para influenciar o processo de engravidar e manter uma gravidez." O relaxamento progressivo, imagens guiadas e técnicas similares podem ajudar a preparar o corpo para uma gravidez saudável, explica.

Outros clientes têm dor crônica, tratados por psicoterapia, acupuntura e homeopatia.

King também mantém uma prática clínica geral de psicologia dentro da Healing Horizons, tratando clientes com depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtorno de estresse pós-traumático e outros problemas. "Estou vendo esses benefícios para pessoas que entram em questões psicológicas mais clássicas tratadas neste modelo integrativo que incorpora modalidades complementares", diz ela.

Quando os clientes entram com depressão, por exemplo, King usa terapia cognitivo-comportamental e outras abordagens psicológicas. Ela também usa biofeedback para ensinar aos clientes como eles podem usar suas mentes para influenciar o que está acontecendo em seus corpos.

Ela também pode encorajá-los a complementar isso com serviços de "bodywork" como forma de explorar como a depressão se expressa em seus corpos. A terapia craniosacral, por exemplo, alivia a tensão muscular e "libera os aspectos emocionais que se armazenam no corpo", diz ela. "Isso liberta as pessoas para se conscientizar de suas emoções de uma maneira nova".

A medicina integrativa geralmente significa integrar a psicologia em uma prática médica ocidental, diz King. "O que fazemos é realmente raro", diz ela.

Recursos

Mais de 30 por cento dos adultos dos EUA e 12 por cento das crianças dos EUA usam abordagens de cuidados de saúde desenvolvidas fora da medicina tradicional ocidental, ou convencional, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde. 

Fonte: APA (Google Tradutor)

Entrevista para o programa The Love School da TV Record

O Prof Armando Ribeiro recebeu a equipe de produção do programa The Love School da TV Record para comentar sobre os motivos que levam a quebra da confiança em um relacionamento afetivo e das estratégias para fortalecer a comunicação assertiva e promover um relacionamento saudável. 

Gravações para o jornal da RIT TV

Prof Armando Ribeiro foi um dos especialistas consultados pela equipe de produção do jornal da RIT TV para comentar sobre a pesquisa inglesa que apontou o risco de 33% de depressão e 12% de estresse em pessoas que passam mais de 1h presas no trânsito.


A Empresa VitalityHealth, especializada em seguro médico privado, afirma que quem passa horas no trânsito, seja dirigindo ou no transporte público, está mais propenso ao stress e à depressão, sem contar a perda de produtividade e problemas para dormir.

Pesquisa realizada pela empresa VitalityHealth, feito em parceria com a Universidade de Cambridge (Reino Unido), atesta o que muitos já sabíamos: desperdiçar horas de nossas vidas em congestionamentos, seja dirigindo, seja viajando no transporte público, pode causar stress e depressão. Além desses dois distúrbios, a pesquisa garante que podemos ter problemas pra dormir, e queda na produtividade.

O estudo utilizou como base um universo de 34 mil trabalhadores de indústrias do Reino Unido, avaliando como um deslocamento diário superior a 30 minutos poderia afetar a saúde e a produtividade.

Os resultados da pesquisa detectaram uma correlação altamente positiva entre tempo de deslocamento e saúde: pessoas que despenderam mais de uma hora por dia em seus deslocamentos apresentaram pior saúde mental: 33% delas com risco de depressão e 12% com maior probabilidade de stress relacionado ao trabalho. Mais: 46% apresentaram uma tendência de dormir menos do que as sete horas de sono recomendadas.

Já as pessoas que gastavam menos de 30 minutos na ida e na volta ao trabalho tinham uma semana extra de produtividade.

Uma das conclusões dos pesquisadores foi de que os congestionamentos condenam os trabalhadores que perdem tempo no trânsito a serem menos produtivos do que os que têm horários mais flexíveis.

Logo, quanto melhor a qualidade do sono e o estado mental dos trabalhadores, maiores serão tanto sua produtividade, quanto a satisfação com o trabalho.

sexta-feira, maio 26, 2017

Ansiedade: o mal do século?

Participação especial do Prof Armando Ribeiro no programa Vida Melhor da Rede Vida para falar sobre as novidades na avaliação e tratamento da ansiedade e do estresse excessivo.

Fitoterapia: O SUS das Práticas Integrativas

O tratamento das doenças a partir de plantas medicinais em Vitória (ES) 
faz a diferença no cuidado à saúde

Vitória, no Espírito Santo, oferta medicamentos fitoterápicos padronizados em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Além da fitoterapia, tem Reiki, dança circular, do-in e auriculoterapia. Outra marca relevante é a média de atendimentos em Práticas Integrativas e Complementares (PICS): 40 mil pessoas por ano. A rede tem 130 prescritores, 11 projetos de jardins terapêuticos e seis hortas urbanas em escolas, parques e áreas ociosas.

Segundo a coordenadora do Programa de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) de Vitória, a médica Henriqueta Sacramento, a Fitoterapia é um tratamento das doenças a partir de extratos vegetais de plantas medicinais. Na Atenção Básica, é prescrita de acordo com critérios científicos de indicações, contraindicações e efeitos adversos.

Há uma relação municipal de medicamentos fitoterápicos, definida mediante critérios pela Comissão municipal de medicamentos, que são indicados para determinadas patologias. “Realizamos estudo sobre a aceitação da população aos fitoterápicos e observou-se que a maioria dos entrevistados têm aceitação da prática”, afirma a homeopata.

Histórico

Em 1992, Vitória instituiu o programa de Fitoterapia. Depois instituiu o projeto Farmácia Viva e a Política Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com participação dos servidores municipais na validação da normativa e acompanhamento pelo Conselho Municipal de Saúde. A oferta de medicamentos fitoterápicos começou após inauguração da farmácia de manipulação em 1996. Há 25 anos, o município vem trabalhando pela inclusão de mais práticas integrativas no SUS.

O município conta hoje com 130 prescritores e realiza cursos de capacitação em Fitoterapia na Atenção Básica e promoção da saúde, com regularidade. Desde 2013, a implementação dos Jardins Terapêuticos — espaços de cultivo de hortas de plantas medicinais e alimentícias nos serviços de saúde — busca resgatar o saber popular e a valorização do consumo consciente de plantas medicinais e alimentícias orgânicas, além do empoderamento e autonomia da população no preparo de seus próprios remédios caseiros para resolver algumas enfermidades.

“O trabalho na comunidade permite trocas de saberes, exercício da solidariedade e fortalecimento do vínculo com a natureza. São cultivados pelos servidores dos serviços, que estimulam a participação comunitária para cuidar, regar e produzir receitas caseiras através de Cursos e Oficinas”, contextualiza a especialista em homeopatia.

Implantação

A gestão municipal, em 1989, buscou instituir uma referência técnica em fitoterapia para assumir a coordenação do programa. Já em 1991, após a criação de vagas para médico, farmacêutico e engenheiro agrônomo, o município realizou concurso público para efetivar os profissionais do projeto.

As hortas urbanas comunitárias foram implementadas após a inserção dos jardins terapêuticos nas unidades de saúde, visando ampliar para terrenos ociosos. As hortas fazem parte do programa de governo desde 2013. Foram implantadas seis hortas em 2016 em terrenos ociosos de espaços públicos como a prefeitura, escolas, igrejas e unidades de saúde. Neste ano a demanda triplicou.

“A construção das hortas comunitárias busca incentivar o consumo consciente e o desenvolvimento local sustentável. Com isso, conseguimos melhorar a qualidade de vida da população, visando a redução de doenças crônicas, do consumo de alimentos industrializados e com agrotóxicos, e a utilização de medicamentos sintéticos”, conta Henriqueta.

O projeto estimula a convivência com ações educativas que visem trocas de experiências, educação em saúde, promoção da saúde e vida saudável, além de diminuir a exclusão social. A comunidade participa por iniciativa própria, demandando apoio da prefeitura, ou é convidada a participar de algum projeto.

“Realizamos reuniões visando conhecer a proposta ou apresentar a fitoterapia. Temos uma metodologia participativa. São realizados cursos e oficinas sobre cuidados na implantação e manutenção de uma horta, preparo de repelentes naturais, preparo de receitas caseiras, entre outros”, explica a médica.

Boas experiências

Na semana que vem, descubra como a Medicina Tradicional Chinesa mudou a realidade de Blumenau (SC). Histórias como a de Vitória acontecem em todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, biodança, dança circular, reflexoterapia, shantala, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.

quarta-feira, maio 24, 2017

Ansiedade: o mal do século? REDE VIDA

Participação do Prof Armando Ribeiro no programa Vida Melhor da Rede Vida para debater sobre como identificar e gerenciar os sintomas da ansiedade.

quarta-feira, maio 17, 2017

Naturopatia - O SUS das Práticas Integrativas

Na terceira reportagem da série, a alimentação saudável é um recurso já conhecido do cidadão de Palmeiras na Bahia para o cuidado da saúde

A Naturopatia foi o primeiro sistema terapêutico introduzido em Palmeiras (BA). Caracteriza-se pelo uso de meios naturais para ativar sistemas orgânicos de manutenção e recuperação de saúde, destacando a alimentação como fator básico de atuação e reforçando o uso de alimentos sem agrotóxicos, abonos artificiais e conservantes.

Palmeiras faz parte da Unidade de Conservação e do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PARNA). A cidade tem pouco mais de nove mil habitantes. Atualmente, outras práticas, como dança-terapia, terapia comunitária integrativa, auriculopuntura, ginástica, roda de conversa para idosos, yoga para gestantes e grupo de bioenergética, fazem parte da rotina do cuidado na Atenção Básica do município baiano.

Em Palmeiras, a implantação das Práticas Integrativas e Complementares aconteceu de maneira natural. Antes mesmo do atual interesse por alimentação saudável a população local já buscava se alimentar de produtos livres de temperos artificiais, alimentos sem agrotóxicos e refeições vegetarianas integrais.

Há 10 anos, a Unidade Básica de Saúde Caeté-Açu oferta à população naturopatia e outras práticas. A partir do diálogo com o profissional — enfermeira, dentista, médico — e indicação para tal cuidado, o cidadão escolhe qual o sistema terapêutico que usará, independente do meio escolhido, em todos os casos, a ênfase na alimentação natural e integral está presente.

“Quando passei a ser funcionário do SUS local, a implantação já havia ocorrido de maneira imperceptível, influindo inclusive em outros povoados e na sede do município. A unidade de saúde, embora adstrita a uma área específica, passou a ser utilizada com fins naturoterapêuticos por gente de outros lugares de Palmeiras”, explica Aureo Augusto o servidor da prefeitura sobre a motivação para adotar as práticas.

Mais de duas mil pessoas são atendidas a partir da proposta de integratividade no cuidado em saúde. “Além dos integrantes das equipes de saúde, voluntários ajudam na ampliação desse cuidado”, conta Aureo. A rede de atenção também oferece produtos fitoterápicos de produção própria, ventosas e prescrições de florais de Bach, indicados por funcionários habilitados.

“O que nos faz enfrentar as dificuldades de introduzir algo novo no sistema de saúde vigente é justamente a resposta da população, que tem sido positiva. Para os profissionais de saúde, é importante ver a resposta de um processo de recuperação mais acelerado, além da ampliação da compreensão do binômio saúde/doença por parte dos nossos usuários”, reflete Aureo sobre a adesão dos usuários às práticas integrativas ofertadas pelo município.

Boas experiências

Na semana que vem, descubra como a Fitoterapia mudou a realidade de Vitória (ES). Histórias como a de Palmeiras estão por todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, biodança, dança circular, reflexoterapia, shantala, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.

Dicas pra levar uma vida bacana!

Dicas pra levar uma vida bacana! O que vc já faz? O que vc precisa fazer? ;-)

Ao vivo no programa Vida Melhor da Rede Vida

Prof Armando Ribeiro com a apresentadora Moniele Nogueira do programa Vida Melhor da Rede Vida para dar dicas sobre como reduzir o stress da tecnologia.

"Wi-Fi só depois de 30 min de conversa"


Prof Armando Ribeiro é neuropsicólogo e possui treinamentos em gestão do estresse e promoção da resiliência na Universidade de Harvard (EUA), além de ter criado um serviço inovador de "Programa de Avaliação do Estresse" do maior complexo médico-hospitalar da América Latina (Beneficência Portuguesa de SP).

Prof Armando Ribeiro além de dicas para gestão do estresse demonstra os efeitos do estresse no organismo, através da utilização de modernos equipamentos de biofeedback / neurofeedback no programa Vida Melhor da Rede Vida. A apresentadora aprendeu sobre os efeitos da respiração na redução do estresse, além da demonstração do biofeedback da atividade eletrodérmica da pele como um dos parametros da reação do estresse (luta-fuga).

Nossa campanha para o uso saudável da tecnologia.

quinta-feira, maio 11, 2017

Pode um psicólogo da saúde ajudá-lo a controlar a doença inflamatória intestinal?

Pode um psicólogo da saúde ajudá-lo a controlar a doença inflamatória do intestino?

Este profissional de saúde pode ajudá-lo a usar várias estratégias para reduzir o estresse, ajudando a aliviar os sintomas de colite ulcerativa ou Crohn.

Se você tem uma doença inflamatória intestinal, como colite ulcerosa, você pode confiar em medicamentos e uma dieta para gerir os seus sintomas. Mas você sabia que ver um psicólogo da saúde, um especialista que se concentra em como suas emoções afetam você fisicamente, também pode ajudá-lo a encontrar alívio?

Muitos pacientes com colite ulcerativa relatam que o estresse contribui para a doença, diz Sarah Kinsinger, PhD , psicóloga de saúde e diretora de medicina comportamental do programa de saúde digestiva do Loyola University Health System em Burr Ridge, Illinois. Embora o estresse não é pensado para causar essas condições, "pode ​​piorar os sintomas intestinais", ela explica. Para alguns pacientes , o manejo adequado do estresse é uma parte importante do tratamento, além da medicação.

Compreendendo a Conexão Mente-Corpo

A relação entre os sintomas da doença inflamatória do intestino eo estresse pode ser parcialmente explicada pela sinalização bioquímica entre o cérebro eo trato gastrointestinal, chamado eixo do cérebro-intestino.

Esta área da ciência está se tornando mais amplamente explorada e compreendida, diz Judith Scheman, PhD , diretor de medicina comportamental para o Instituto de Doenças Digestivas e Cirurgia na Cleveland Clinic, em Ohio. "Meu trabalho é trabalhar com pacientes para explicar a conexão entre seu cérebro e seu corpo e ensinar-lhes que o cérebro pode ajudar a mudar o corpo e vice-versa", diz ela.

Os pacientes precisam entender que ter uma doença como a doença inflamatória intestinal pode contribuir para a depressão, ansiedade e estresse, diz o Dr. Scheman. Por sua vez, "a resposta ao estresse fisiológico pode afetar o sistema imunológico, tornando a cicatrização mais difícil", explica, acrescentando que também pode contribuir para a inflamação, uma característica da doença de Crohn e colite ulcerativa.

O tratamento de fatores psicológicos em pessoas com doença inflamatória intestinal pode ser particularmente importante porque a depressão ea ansiedade também têm sido associadas à recidiva da doença, observa o Dr. Kinsinger, citando um estudo publicado na edição de junho de 2016 de Gastroenterologia Clínica e Hepatologia.

Estratégias para Reduzir o Estresse

Intervenções de psicologia da saúde podem minimizar o impacto do estresse no trato gastrointestinal, bem como melhorar a capacidade dos pacientes para lidar com o impacto da doença em sua vida cotidiana, diz Kinsinger. As intervenções incluem:

  • Terapia comportamental cognitiva, ou terapia de conversa que ajuda as pessoas a mudar os processos de pensamento negativo
  • Hipnoterapia dirigida pelo intestino, que estimula um estado de atenção focada e relaxamento profundo durante o qual imagens e sugestões verbais podem influenciar positivamente os sintomas digestivos

Scheman ajuda os pacientes a reduzir o estresse através da higiene do sono e técnicas de relaxamento, como imagens guiadas, atenção plena e meditação. Como Kinsinger, ela também valoriza processos de pensamento em mudança através da terapia cognitivo-comportamental.

Outra técnica Scheman recomenda é biofeedback - ou o rastreamento da resposta do corpo ao estresse. Situações estressantes podem causar mãos frias, músculos tensos e uma freqüência cardíaca rápida.

"Alguns dispositivos de biofeedback estão prontamente disponíveis, baratos e são algo que as pessoas podem usar por conta própria", diz ela. Por exemplo, alguns aplicativos de telefones celulares podem medir a frequência cardíaca associada ao estresse. Ao longo do tempo, o biofeedback pode ajudar as pessoas a ganhar mais controle sobre como seu corpo responde ao estresse e modificar essa resposta com relaxamento.

Um artigo de revisão publicado em janeiro de 2017 em Gastroenterologia Clínica e Translacional concluiu que "um pequeno, mas crescente" corpo de pesquisa mostra que intervenções comumente usadas por psicólogos de saúde, incluindo terapia cognitivo-comportamental, hipnoterapia e mindfulness, pode ajudar as pessoas com doença inflamatória intestinal Melhorando a qualidade de vida e reduzindo a inflamação.

Como encontrar um psicólogo da saúde

Um número limitado de psicólogos de saúde em todo o país se especializam no tratamento de distúrbios gastrointestinais, diz Kinsinger, acrescentando que ela está oferecendo treinamento neste campo para ajudar a tornar as terapias para IBDs mais amplamente disponíveis.

Você também pode encontrar um psicólogo da saúde pesquisando nos seguintes sites:


"Procure alguém que tenha formação em psicologia da saúde, não apenas terapia comportamental cognitiva, em um ambiente de saúde, como um hospital", aconselha Scheman. Um psicólogo da saúde tem um treinamento especial na conexão mente-corpo, e alguém que trabalha em um hospital pode ter experiência na gestão de todos os tipos de doenças, incluindo IBD.

Os pacientes também podem pedir a seu médico de cuidados primários para uma referência a um psicólogo da saúde, diz Kissinger.

Fonte: EveryDay Health (Google Translator)

O que somos é consequência do que pensamos...

"O que somos é consequência do que pensamos"

Uma dieta saudável protege...

Uma dieta saudável protege contra a obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e câncer.

A healthy diet protects against obesity, diabetes t2, heart disease, stroke and cancer.

Quantas porções diárias de frutas e legumes você deve comer para manter seu coração saudável?

Quantas porções diárias de frutas e legumes você deve comer 
para manter seu coração saudável?

Comer 10 porções de frutas e vegetais por dia tem sido associada a um risco 28% menor de doença cardiovascular e um risco 31% menor de morte prematura.

How many daily servings of fruits and vegetables should you eat to keep your heart healthy? hvrd.me/TIIB30bBaIx #HarvardHealth

Eating 10 servings of fruits and vegetables per day has been linked to a 28% lower risk of cardiovascular disease and a 31% lower risk of premature death. http://hvrd.me/Snjq30bBavk

quarta-feira, maio 10, 2017

Meditação - O SUS das Práticas Integrativas

Meditação. É a arte de familiarizar com a própria mente, um momento único de concentração. Conheça a prática que tem mudado a realidade de cidadãos.

Recife oferece 38 recursos terapêuticos na rede de serviços da Atenção Básica. Conheça a experiência de PICS da segunda reportagem da série

Em Recife, a prática da meditação trouxe bons resultados para a oferta do cuidado no SUS. Há grupos abertos de meditação, em que o usuário pode chegar por demanda espontânea ou por encaminhamento, desde 2012. Contudo, outras práticas como Tai Chi Chuan e Yoga já trabalhavam com o método de meditação desde 2004. Atualmente, o município oferece 38 práticas integrativas diferentes.

Existem vários tipos de meditação com métodos e objetivos distintos, contudo pode-se dizer que tradicionalmente a prática é a arte de familiarizar-se com algo, no caso com a própria mente. “A meditação possui o potencial de atingir uma diversidade enorme de usuários. É comumente indicado para caso de depressão, ansiedade, insônia e é reconhecida como uma poderosa ferramenta ao combate ao estresse”, explica Nícolas Augusto, técnico da Secretaria de Saúde de Recife.

A meditação foi implementada em Recife juntamente com várias outras práticas na inauguração do Serviço Integrado de Saúde (SIS), no caso uma unidade que fornece as PICS no SUS. Em grupos, é debatido dentro da filosofia meditativa sobre assuntos da vida cotidiana ou questões existenciais. Há também uma modalidade em que os grupos são fechados, ou seja, não recebem novos usuários por um período de dois a três meses para se aprofundar na prática meditativa.

Na Atenção Básica, há duas Unidades especializadas em práticas integrativas: Unidade de Cuidados Integrais à Saúde (UCIS) e Serviço Integrado de Saúde (SIS), que funciona desde 2012 e é um convênio prefeitura com a UFPE. Outro ponto de acesso aos recursos terapêuticos é pelo Núcleo de Apoio as Práticas Integrativas (NAPI), que fornece o serviço além das unidades, levando as PICS até as comunidades, creches, escolas, locais de trabalho dos servidores e entre outros.

De acordo com terapeuta Nícolas Augusto, a população que tem contato com a prática tem aderido em 100%. “Por vezes, surgem usuários nos primeiros encontros descrentes no processo meditativo e, principalmente, em si mesmos. Por estarem imersos no imaginário coletivo sobre o que é meditação, acreditam que nunca irão conseguir. Existem muitos mitos do que é meditação sendo a maioria deles são inverdades, como achar que é algo religioso”, conta. 

O técnico aponta que um dos preconceitos é acreditar que meditação é não pensar em nada. Ele explica ainda que o desconhecimento afasta pessoas que sofrem de alguns transtornos em que a meditação é o recurso mais indicado para tratamento. “Esse sentimento de estranheza gera aversão. Passamos diariamente por situações que nos tiram da zona de conforto, porém, quando tornamos tudo isso familiar (pensamentos e acontecimentos), podemos conviver melhor com todo o resto. A meditação ajuda nesse processo”, reflete Nícolas.

Boas experiências

Na semana que vem, conheça os benefícios da Naturopatia em Palmeiras (BA). Histórias como a de Recife estão por todo o país. Se no seu município há oferta de osteopatia, musicoterapia, quiropraxia, Ayurveda, biodança, dança circular, reflexoterapia, shantala, Terapia comunitária integrativa ou Yoga, envie sua história para o e-mail: educomunicacao.dab@gmail.com. Queremos divulgar experiências bem sucedidas para incentivar outros municípios a investirem na estruturação das PICS, bem como na melhoria da promoção, prevenção e cuidado da população.