O tratamento oncológico é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar composta por médicos patologistas, radioterapeutas, cirurgiões e radiologistas, além de profissionais da área da saúde como enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. Devido a sua complexidade, são necessárias muitas abordagens terapêuticas que contribuem para o bem-estar e a qualidade de vida do paciente.
Alguns pacientes ficam abalados emocionalmente com a descoberta da doença e com as muitas mudanças que virão no desenvolvimento do tratamento. “Essas mudanças são relativas ao seu dia a dia e afetam não só o seu estado físico, mas também o emocional”, afirma o psicólogo Armando Ribeiro, que tem experiência em Psicologia Hospitalar e desenvolve programas de orientação em Psico-oncologia no Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes.
O psicólogo explica que tanto o paciente como os seus familiares, em algumas ocasiões do tratamento, não sabem como lidar com a oscilação dos sentimentos. “É essencial à família saber que tem um papel facilitador no desenvolvimento do tratamento do paciente. Muitos familiares não sabem como reagir nesse momento e ficam perdidos sem saber como apoiá-lo”. O Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes oferece orientação para os familiares e cuidadores dos pacientes por meio de palestras e também orientação psicológica individual.
Armando explica que o intuito desses encontros é trabalhar o equilíbrio emocional dos familiares, já que a descoberta da doença pode ser algo traumático também para eles. “Tanto os filhos, como esposas ou maridos ficam com o sentimento de renúncia de projetos de vida ou de perda, estados emocionais comuns à doença”.
A equipe de psicólogos do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes realiza também orientação psicológica focada nos pacientes. “Nossa abordagem é o resgate das emoções positivas, promovendo um estado psicológico propício ao tratamento médico. O tratamento psicoterapêutico é voltado para terapias expressivas utilizando a arte, a música, além de técnicas de relaxamento, meditação e terapia cognitivo-comportamental”. Algumas técnicas de relaxamento são ensinadas aos familiares para praticá-las com os pacientes em casa. “Dessa maneira promovemos também uma conexão que fortalece os laços familiares, equilibrando emocionalmente ambos”.
Armando diz que o hospital tem o papel não só de cuidar da saúde do corpo, mas também da mente. “A ansiedade e a depressão são estados emocionais que dificultam muito o tratamento porque alteram a percepção da dor e a própria adesão ao tratamento. Pesquisas comprovam que a tristeza e a ansiedade aumentam esta sensação. O tratamento terapêutico é voltado exatamente para o bem-estar e a qualidade de vida do paciente, minimizando o estresse e promovendo a autoestima”.
Armando diz que a meditação é uma estratégia terapêutica que ajuda a resgatar o equilíbrio emocional. “O paciente precisa ter foco no seu tratamento e no seu bem-estar e tentamos conscientizá-los sobre como isso é importante para ele. Aplicamos técnicas de meditação de atenção plena, chamada de Mindfulness, que tem como proposta a redução do estresse por meio de exercícios de respiração, concentração e foco”.
Além disso, alguns conceitos da Psiconeuroimunoendocrinologia, área da Medicina que estuda a relação dos pensamentos com o sistema endócrino e imunológico, são aplicados no tratamento psicoterapêutico dos pacientes. “Estados emocionais negativos como tristeza, raiva e negação são comuns ao longo do tratamento e são exatamente eles que abalam a autoestima do paciente e interferem no tratamento. Nesses casos, por exemplo, nossa equipe aplica técnicas de relaxamento, intervenções de arte e música para promover o resgate de sentimentos positivos”.
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Fonte: Centro Oncológico Antonio Ermirio de Moraes (COAEM) / Hospital São José.
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