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Trabalhar com satisfação evita doenças.



Trabalhar com satisfação evita doenças. Foi a minha contribuição para a coluna "Vida em Dia" da jornalista Cláudia Duarte do jornal A Tribuna, em Santos (SP). O trabalho pode ser fonte de prazer ou de dor e sofrimento, mas é preciso lembrar nos momentos difíceis dos versos do poeta Mário Quintana: “Todos estes que aí estão, Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!"


Até que ponto a pressão dentro do ambiente de trabalho afeta a sua saúde? Como evitar que a crise paralise o seu desempenho por falta de motivação? Essas são questões muito comuns no cenário corporativo atual e as respostas podem ser várias. Segundo o psicólogo Armando Ribeiro, o excesso de preocupação pode ser nocivo à saúde. “Com as metas cada vez mais difíceis de serem atingidas, é importante que as pessoas trabalhem com energia, mas consigam ‘desacelerar’ nos momentos de lazer e de férias.” E como fazer isso?

“Não existe um botão liga/desliga para quem constantemente tem urgência em bater metas, receber promoções ou mesmo manter um diferencial para preservar o emprego, em uma época de tantos cortes em quase todos os segmentos”. O especialista afirma que uma carreira acelerada pode aumentar os riscos de problemas cardíacos, digestivos e hipertensão precoce. “Abuso de álcool e cigarro, além de insônia, pânico e depressão, também podem surgir em decorrência do estresse corporativo”.

Mas, atenção! O psicólogo ressalta que geralmente quem não consegue mudar o ritmo de trabalho é porque está levando a vida no “piloto-automático”, sem definir onde e como quer chegar. “Tem gente ainda que sai de férias e leva o trabalho na mala, deixando de aproveitar os dias de folga para recarregar as baterias e voltar inspirado para o trabalho. Outros ainda conseguem estragar as férias familiares, levando toda a ‘neurose’ do trabalho para as atividades de lazer”.

Férias são férias

De acordo com Armando Ribeiro, férias ruins ou mal aproveitadas podem indicar falta de planejamento com a vida emocional / social e predizer que algo não vai bem com os fatores que estão fora do ambiente de trabalho. “Nem é preciso que esses dias sejam em lugares distantes, exóticos ou caros. Mas deve haver um significado por trás desse momento da vida. É nas férias que muitos conseguem refletir sobre o que está funcionando ou não na carreira. Isso é saudável! Mas sem que os momentos livres para refrescar a vida e apreciar novas possibilidades fiquem de fora”.

O psicólogo ainda vai mais adiante e ressalta que se a pessoa sai de férias mentalizando metas profissionais rígidas demais ou irreais, os dias de folga podem se transformar em uma prolongação do trabalho ou da escola. “Por outro lado, não ter metas também contribui para um dia a dia cheio de ansiedade e estresse. O meio termo é o ideal”.

Trabalho não é punição

Assim como dias de folga, com descanso e entretenimento, são fundamentais para manter o ritmo da capacidade de trabalho, para criar e produzir – principalmente diante de um cenário econômico complicado, sem prejudicar a saúde – é importante que a atividade profissional seja fonte de prazer. “Enquanto o trabalho é uma fonte de satisfação para alguns, pode trazer grande sofrimento para outros. E é isso que em geral provoca adoecimento físico e emocional”.

Para manter a motivação, Armando orienta a busca por metas que possam incluir familiares e amigos queridos nos momentos de folga. “Faça caminhos diferentes, vá a restaurantes diferentes ou aprenda que nem todo dia é preciso consumir “fast food”, pois você terá tempo para apreciar. As metas realistas sã aquelas que não impedem a pessoa de ter satisfação pessoal”.

O profissional deixa claro que a “crise sempre carrega em si o sentido de perigo e de oportunidade, como no ideograma chinês. Mas é preciso estar preparado para transformar os desafios em alavancas para mudança pessoal. Sempre é tempo de buscar inspirações para uma virada no jogo.

“Para quem costuma ficar parado por conta das políticas incertas e do clima de desconfiança no sistema, vale a pena lembrar do grande Mário Quintana que sempre nos inspira com o verso: 'Todos estes que aí estão, atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho'”!

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Armando Ribeiro é psicólogo, coach e palestrante sobre Gestão do Estresse, Bem-Estar e Qualidade de Vida. Coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo. "João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história." Sábio poeta Carlos Drummond de Andrade em retratar a confusão dos nossos dias. O mundo anda cada vez mais desfocado! Nossos filhos são desde muito cedo expostos à mais alta tecnologia da dispersão mental. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Harvard (EUA) e publicado na prestigiada revista Science demonstrou que a mente esta dispersa em 46,9% do tempo. Você pode até achar que está lendo este texto, mas é provável que sua mente já tenha se dispersado i...

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