segunda-feira, março 15, 2021

Ruim na pandemia, excelente no futuro brasileiros são de extremos e muito otimistas.

Participação do Prof Armando Ribeiro na matéria especial do jornal Estadão sobre os aspectos psicológicos da COVID-19.

Três perguntas para ... Armando Ribeiro, psicólogo e especialista em gestão do estresse pela Universidade Harvard.

A pesquisa indica o Brasil no topo mundial da procura por ajuda para ansiedade e depressão. Que leitura o senhor faz dos dados? 

Estudos anteriores, como o da própria Organização Mundial da Saúde, já apontam o Brasil e outras nações da América Latina com níveis de ansiedade e depressão mais elevados, quando comparados a outros países do mundo. Questões da vida prática, do dia a dia, são as que mais contribuem para esse adoecimento emocional. É relativo a trabalho, finanças, mudanças de hábitos. Todas essas questões são pioradas com o cenário da pandemia, ainda mais quando há características de incertezas políticas e econômicas, além da própria perda de vida. Se a pessoa já tinha carga para apresentar ansiedade e depressão, isso precipita o quadro e aumenta a intensidade. 

Qual é a hora de procurar ajuda? 

A saúde mental deixa alguns sinais que precisam ser vistos: a perda da motivação para trabalho, para o estudo, uma tristeza, uma tensão, uma fala pessimista mais duradoura. Muitas vezes, o próprio indivíduo não consegue reconhecer os sinais e são os parentes que fazem essa observação mais pura. Com crianças, é preciso notar se elas estão tristes, apresentam irritação ou se deixaram de brincar de fazer coisas que habitualmente faziam. Por isso, é importante que pais e professores fiquem atentos.

Se eu perceber que alguém próximo está apresentando esses sinais, como devo fazer a abordagem?

Falar com agressividade ou dizer que a pessoa está doente mais atrapalha do que ajuda, porque é comum que ela acione mecanismos de defesa e se negue a fazer tratamento. Para ajudar, é preciso ter empatia primeiro: se colocar no lugar do outro, entender a situação e validar todas as perdas que a pessoa está sofrendo. A partir disso, é possível construir uma colaboração e pensar soluções em conjunto. Só quando a própria pessoa perceber que realmente precisa de ajuda é a hora de sugerir procurar um médico.












 

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