Pesquisadores garantem que investir no bom humor dos colaboradores favorece o crescimento pessoal deles e contribui para elevar o faturamento da empresa!


“Um estudo publicado pela Escola de Direção Empresarial da Universidade Bocconi, de Milão, na Itália, afirma que rir no escritório faz bem, uma vez que levanta o ânimo dos colegas e potencializa o status do chefe. De acordo com o levantamento, realizado entre 1.860 funcionários de empresas de Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Rússia e Japão, 98% dos entrevistados reconheceram que lançam mão do humor no ambiente de trabalho e 99% afirmaram que apreciam o bom humor. Números que impressionam diante de um ato tão simples e singelo que, por vezes, faz que seus benefícios passem despercebidos.” 

Com a chegada dos tempos modernos precisamos até de motivos “científicos” para soltar aquele sorriso e desfrutar de bons momentos de alegria.

Já inventaram até a “terapia do riso” ou “risoterapia”, e a versão indiana – “yoga do riso”. Há também outra modalidade muito conhecida entre nós: “Doutores da Alegria”, trabalho do médico norte-americano Dr. Patch Adams que resultou no filme Patch Adams – O amor é contagioso. Mas doença é “coisa” séria. Se estou doente quero logo um remédio, um tratamento e muita paz, não é mesmo? Por que insistem tanto em nos fazer sorrir, se a vontade é de chorar, resmungar e ficar “deprê”?

Mesmo não tendo tantos motivos para sorrir, evidências científicas baseadas nos estudos da “psiconeuroimunoendocrinologia” (não é para sorrir com o palavrão) sustentam que o sorriso autêntico é capaz de fortalecer nosso sistema imunológico, reduzir os hormônios do estresse, diminuir a dor, baixar a pressão arterial, aumentar o bem-estar, melhorar a qualidade do sono, entre outros efeitos. Basta lembrar-se dos filhos pequenos que esquecem imediatamente da queda se tudo virar motivo para uma boa risada… Precisa de mais motivos para sorrir? Existem pesquisadores nos EUA afirmando que 15 minutos de risada queimam cerca de 50 calorias (equivalente a uma barra média de chocolate) ou mesmo que podem aumentar a sua expectativa de vida em até 4 anos.

Na literatura médica, há o curioso caso do jornalista do New York Post Norman Cousins que frente há uma doença incurável e muito dolorosa, resolveu adotar sessões de televisão com filmes de comédia que, segundo ele, os 10 minutos de risada genuína permitiam até 2 horas de um sono reparador e livre das sensações dolorosas. Parte da sua experiência o levou a se tornar professor adjunto da disciplina de Humanidades Médicas na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

A alegria que vem do coração já era um conhecimento bem estabelecido para as medicinas antigas. Na medicina tradicional chinesa, a alegria é a emoção que brota do coração e para a medicina ayurvédica indiana, a alegria é resultado do equilíbrio de forças vitais.

Atualmente as neurociências apontam que sorrimos ao vermos alguém sorrir porque possuímos um centro em nosso cérebro que funciona como um “simulador de ação”, também chamado de “neurônio-espelho” e que ensaiamos mentalmente toda ação relacionada à linguagem, empatia e dor. Já a psicologia evolutiva defende que as expressões faciais, tais como o sorriso, são resultados de mecanismos essenciais à sobrevivência da nossa espécie. Para a psicologia positiva, as emoções positivas são tijolos fundamentais para a resiliência, ou seja, capacidade de recuperação após uma situação adversa em nossas vidas. Mas é preciso lembrar que os resultados positivos do sorriso são correspondentes ao sorriso autêntico, que vem da alegria, do bom humor. Já sorriso forçado, falso ou mesmo irônico pode aumentar o nosso estresse e agravar ainda mais o nosso estado de saúde.

Os estudos sobre o sorriso na saúde estão ficando sérios, quem sabe chegaremos há um momento do conhecimento em que, além de escolhermos nossos médicos e profissionais da saúde por seus títulos e qualificações técnicas também, consideraremos sua capacidade de sorrir. Sorriso capaz de transmitir esperança e apoio incondicional por nossa recuperação.

Artigo publicado originalmente no portal Seu Coração da Beneficência Portuguesa de São Paulo pelo Prof. Armando Ribeiro – psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Centro Avançado em Saúde da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Fonte: LinkedIn Prof Armando Ribeiro