Quando a pressa vira doença |
Escrito por Rose Domingues / Colaborou: Dantielle Gomes |
Sáb, 29 de Junho de 2013 11:59 |
Insônia, dores de estômago, tensão muscular, perda de memória e irritabilidade são alguns sintomas de que algo não vai bem. Considerado o mal do século 21, o estresse é potencializado pelo uso irrestrito das tecnologias e metas irreais
Epidemia global. É assim que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o estresse, uma doença que atinge mais de 90% da população do mundo. Irritações no trânsito, excesso de trabalho, falta de descanso, muitas contas para pagar ou a falta de uma ambiente familiar favorável. Vários fatores podem levar ao problema, que, se manifestado em graus elevados, pode acarretar o surgimento de inúmeras doenças. Os especialistas entrevistados pela Única são unânimes em dizer que na maioria das vezes não são os desafios do dia a dia em si que desencadeiam o quadro, mas a maneira de enfrentá-los, de administrar o próprio tempo e as relações. O 16º presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, uma liderança bem-sucedida durante a maior crise interna norte-americana, a Guerra Civil, responsável pela abolição da escravatura, tem uma frase célebre que merece reflexão: “Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz”. Se você parou para ler esta reportagem é porque, de algum modo, é afetado pela questão. Pois bem, sinta-se convidado a observar os caminhos que podem conduzi-lo a outro nível de vida, com mais qualidade, pausas necessárias para reflexões ou mesmo mudanças. “Hoje a maioria das pessoas dedica 99% do tempo vivendo no futuro ou passado; e só 1% ao presente. Mas apenas estando no presente é possível viver experiências genuinamente humanas, como o amor, a felicidade, o perdão, a espiritualidade”, afirma a professora de yoga, tai chi chuan e natação, Lígia Prieto, de 50 anos, que há cerca de 15 anos resolveu abandonar o ‘aceleramento’ diário por uma vida mais simples, modesta e voltada à contemplação. Ela está muito feliz com a escolha.
Aos ansiosos de plantão, um aviso da nutricionista Francine Perrone, mestre em Ciência da Saúde: evitar café, chá preto e de erva-mate e chocolate porque são estimulantes, trocar por chá de erva-doce, cidreira ou outra variedade calmante
Mente Sã, Corpo São
Visualize um paciente chegando ao consultório médico com problemas físicos, mas, em vez de uma lista de remédios, a seguinte receita: melhorar os níveis de respeito e amor ao próximo, praticar a gentileza, trabalhar a coragem, evitar a preguiça, conter a ira e os pensamentos de tristeza. Seria realmente estranho, mas até hoje a ciência materialista não sabe onde e como as doenças se iniciam, já existem pistas de que a fonte de tudo esteja dentro do ser humano e não fora. Partindo deste princípio, o médico Luiz Fernando Vieira, que é cirurgião torácico, especialista em homeopatia, acupuntura e filósofo, traz uma vacinação antiestresse muito curiosa. Primeiro item da lista: pensar menos em si mesmo e mais no outro, por entender que o egoísmo é o princípio do mal que afasta o indivíduo dos valores humanos e da felicidade, se a alma adoece o corpo padece. A segunda consiste em ‘não sobrevalorizar os problemas’. Ou seja, é preciso aprender com as situações da vida, enxergá-las como oportunidades de crescimento e não levantar uma estátua de mártir. Tem mais. Em vez de adotar uma postura de ‘autoajuda’, por que não assumir a coragem de se conhecer e a tudo que está a sua volta? Desejar uma vida sem conflitos e totalmente perfeita torna o ser humano débil e inerte. Não fuja, nem reclame dos problemas. Além disso, ‘acredite em Deus’. Sem apologia ao sectarismo ou ao dogmatismo, Vieira explica que a relação com o divino é uma necessidade genuinamente humana de transcender. Portanto, quanto mais espiritualizada a pessoa for, mais feliz e saudável será.
A hora mais difícil: no trânsito
O advogado aposentado Antônio Carlos Capeleti Santana, de 60 anos, sempre teve uma vida agitada. Desde muito jovem, trabalhava muito, chegou a se deitar no divã uma vez quando mais jovem para desabafar porque tanta correria estava atrapalhando em casa, com a esposa e os filhos. Mas algum tempo depois estava tudo certo, sentiu-se mais relaxado. Passaram-se anos, e hoje, mesmo aposentado e aparentemente longe da correria, ele conta que em alguns momentos precisa se controlar para não explodir. Como tem hipertensão arterial, ficar nervoso no trânsito pode até ser fatal para ele. “Ninguém respeita os sinais de trânsito, a gente presencia o tempo todo pessoas brigando, uma falta de educação sem fim e as autoridades públicas não fazem nada”. A falta de mobilidade no trânsito, aliada às questões rotineiras no Brasil, como corrupção, violência e precária atenção dos serviços públicos, gera muita tensão ao aposentado, que muitas vezes prefere ir para Chapada dos Guimarães, mantendo-se distante dos problemas cotidianos para relaxar. Ele também está praticando exercícios físicos regulares e fez muitas adequações na alimentação. “Se eu não me cuidar, quem vai? Estou tentando fazer a minha parte”.
Na visão filosófica existem dois tipos de estresse: o ‘horizontal’, aquele que atinge a maior parte das pessoas, e é extremamente negativo porque nasce de posicionamentos rígidos diante da vida; e o ‘vertical’, mais salutar, já que cumpre a função de ‘puxar’ o ser humano para seu ponto mais elevado, o espiritual. Quando isso acontece, a pessoa passa a se questionar sobre os valores vividos até então, e é natural surgirem sentimentos de angústia, estresse e tristeza. “A vida sem um propósito elevado, baseada na competição, no egoísmo, no materialismo e na visão mecânica, realmente afeta a saúde, inclusive das emoções e da mente. Tomar consciência é bom, mas é preciso agir”. Além de cuidar do corpo, fazendo exercícios e se alimentando adequadamente, uma recomendação do médico é diminuir ao máximo os níveis de crítica. Ver apenas o lado ruim das pessoas e das situações faz um desastre no campo emocional. O mesmo acontece com os pensamentos e ideias, que quanto mais tortos e vulgares, mais prejudiciais. “Temos que aprender a fazer a higiene diária em todos os níveis, apurando nosso gosto e desenvolvendo gentileza para conosco e com os demais em todas as situações”.
1, 2, 3... Respire
Festas até tarde, música no máximo volume, conversações vulgares, reclamações, excessos de todos os níveis. A busca por saciar desejos e carências não é uma boa conselheira caso você queira obter qualidade de vida e saúde. “Tudo isso nos leva para fora, no entanto a paz e a felicidade brotam de uma fonte da alma. Quanto mais nos apegamos às coisas externas, mais angustiados geralmente nos tornamos”, avalia Lígia Prieto, que também coordena a Associação Meditar de Cuiabá. Um dos pontos importantes do processo de meditação começa com a respiração. Embora o ser humano nasça realizando a mais adequada, que é a abdominal (observe um bebê), com o tempo perde essa sabedoria corporal. A respiração abdominal é aquela em que o diafragma divide a cavidade abdominal fazendo com que o músculo desça e abrindo espaço para o pulmão se expandir, ou seja, encher-se de ar; ela também comprime os órgãos da região massageando-os, assim passam a funcionar melhor, trazendo mais saúde e oxigenação ao corpo e ao cérebro.
É comum nesse processo de ‘olhar para dentro’ surgirem questionamentos importantes: ‘Tenho que realmente fazer isso? O que realmente quero? O que é importante?’. Obviamente é difícil ficar livre dos desejos e apegos, caminhar na contramão da sociedade em alguns momentos soa revolucionário, radical, porém vem funcionando com essa professora que cria sozinha as duas filhas desde pequenas. “Outro dia minha irmã me perguntou se não tinha vontade de viajar de férias, porque eu nunca fazia. Eu respondi a ela que por enquanto eu não posso, as minhas filhas ainda me exigem dedicação. Não vou sacrificar o ano inteiro gastando um dinheiro que eu não tenho por uma semana de descontração se tudo que eu busco está aqui mesmo, estou feliz assim”.
Elas Adoecem mais
Se por um lado é incontestável alguns avanços sociais decorrentes da revolução feminina, por outro, a maioria das mulheres tem pago um alto preço pela sua emancipação. O resultado disso é que, embora o estresse atinja de um modo geral a todos, sem distinção de idade, gênero ou classe social, as pesquisas apontam que existe uma prevalência maior desse problema nas mulheres, chegando a duas vezes mais do que nos homens. O psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, que tem certificação em Stress Management pela Harvard Medical School (EUA), Armando Ribeiro, pontua que as mulheres buscam ajuda principalmente por causa de três fatores principais: sobrecarga de trabalho, falta de feedback sobre seu desempenho profissional e estresse interpessoal. “Elas acumulam muitos papéis em suas vidas (mãe, esposa, filha, profissional, etc.), com um excesso de atividades e responsabilidades que ainda não foram adequadamente compartilhadas com seus parceiros”.
Quando surgiu o problema? O ‘stress’ (em inglês) é usado há muito tempo na engenharia de materiais para descrever o desgaste sofrido por excesso de tensão, mas há também uma versão que descreve a palavra ser proveniente do latim (stringere) com o significado de aflição ou adversidade. Em 1936, o termo foi utilizado pelo médico Hans Selye da Universidade de Montreal (Canadá) para descrever uma síndrome de adaptação geral sofrida por todo o organismo vivo frente às tensões constantes, provocadas pelo esforço de adaptação. Mais tarde, ele reconheceu que há duas formas de estresse, uma forma positiva (eustresse) e uma negativa e associada às doenças (distresse). Atualmente o termo vem sendo substituído por ‘carga alostática’, de acordo com as novas pesquisas do Dr. Bruce McEwen, da Universidade Rockefeller (EUA).
Tecnologia: inimiga ou aliada?
A agitação dos dias atuais é reflexo principalmente do progresso tecnológico que torna cada vez mais indistinguível os limites do ambiente de trabalho e da vida pessoal. Na opinião do especialista Armando Ribeiro, ao adotar a tecnologia como centro da vida, o ser humano tinha uma promessa de economia de tempo para viver mais os próprios talentos e momentos de lazer, no entanto, a realidade tem sido outra. A utilização negativa das tecnologias (smartphones, Ipads, notebook, internet, etc.) aprisionou ainda mais o indivíduo ao trabalho, com metas muitas vezes irreais e extremamente produtoras de ansiedade. O ritmo alucinante da vida na cidade grande (trânsito, multidão, filas, etc.) é também um dos fatores responsáveis pelo sentimento de urgência e de tensão crônica. Basta sair de férias para observar como muitos levam essa agitação para os passeios, com pouca tolerância para esperar ou mesmo curtir o momento presente. “Corremos atrás de uma situação ideal que talvez nunca seja alcançada, com isso perdemos nossa saúde física e emocional”.
Um oásis em plena cidade
Para a professora Edivair Pereira Alves, 49 anos, acordar com o canto dos pássaros e com o ‘cocoricó’ do galo não tem preço. Mesmo não ganhando muito, há oito anos ela resolveu trocar uma casa no condomínio fechado por um lote no bairro São Gonçalo Beira Rio, distante 15 km do centro de Cuiabá. No espaço ela construiu uma casa simples, mas onde as plantas se multiplicam no quintal. O reduto abriga mais de 30 espécies de plantas e árvores que foram preservadas durante as obras. Mesmo tendo que trocar telhas todos os anos, ela não arranca de jeito os dois pé de manga que, um na frente, outro atrás da casa, um deles divide espaço com o pequeno pé de laranja, que com tanto incentivo e dedicação retribui com safras de frutas deliciosas. De temperamento agitado, Edivair encontrou no contato com as plantas e a terra uma forma de relaxar, evitando assim os sintomas do estresse. O lar doce lar hoje virou ponto de encontro da família e dos amigos, um espaço onde até o clima é mais ameno, o pôr do sol mais colorido e os vizinhos muito agradáveis e cordiais. “Só tenho a agradecer a Deus porque minha vida é muito boa, mesmo sendo tão simples”.
Ele acrescenta que toda essa pressa faz o corpo produzir hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), e os reflexos são sentidos no corpo: palpitação, sudorese, tensão muscular, alergias, azia e má digestão, dor de cabeça, problemas de pele. A mente é uma das que mais padecem, pois sofre com a carga extra de pensamentos desenvolvendo ansiedade, depressão, irritabilidade, impaciência, baixa autoestima, desatenção e perda da memória. “O gatilho mais importante para o surgimento do estresse são os pensamentos disfuncionais, que potencialmente distorcem a realidade para uma interpretação mais negativa dos eventos comuns do dia a dia, por isso temos que ter atenção com eles”. Aliado a isso, há o sedentarismo. “Os hábitos saudáveis são fundamentais para a redução dos hormônios do estresse”.
O corpo pede socorro
Além das doenças psicológicas que são as mais conhecidas, como depressão, síndrome do pânico, insônia e outras, o estresse pode causar outros problemas de saúde ou até mesmo agravar os já existentes em um organismo. De acordo com o clínico geral e psiquiatra Werley Peres, o responsável pelo fator estresse é o cortisol. Embora realize funções importantes, já que está envolvido em ações anti-inflamatórias, no metabolismo da glicose e nas respostas imunes, seus altos índices na corrente sanguínea podem ter efeito muito negativo, gerando obesidade, hipertensão, diabetes, infarto, derrame, aumento do colesterol e triglicerídeo, pressão alta, queda de cabelo e doenças de pele. O problema é mais recorrente nas populações que vivem nas capitais e grandes centros urbanos. “As pessoas vivem sob uma condição de maior falta de tempo, múltiplas tarefas, descuido com a saúde, trânsito, longas distâncias”.
Atualmente, a maioria dos infartos tem como fator desencadeante o estresse. No Brasil, são pelo menos 132 mil casos diariamente, conforme dados do Ministério da Saúde. Na avaliação do médico cirurgião do aparelho digestivo Glen Carlo de Arruda, o estresse é um dos desencadeadores de vários problemas gastrointestinais, um exemplo é a gastrite nervosa. “Não é único fator, porém dá origem à doença e por isso deve ser tratado”. O paciente é encaminhado também para a realização de atividades lúdicas e exercícios para o tratamento de estresse, já que é necessário haver uma mudança de comportamento para que o tratamento siga adequadamente.
Na alimentação
“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem” (Mateus 15:11)
Apesar de o apóstolo de Jesus pregar sobre a importância da conduta moral para a saúde do homem, a nutricionista Francine Perrone, mestre em Ciência da Saúde e professora universitária, pontua que é preciso haver coerência entre quem se é e as escolhas que se faz, inclusive na alimentação. Se o corpo é uma expressão do ser, e um templo da alma, precisa ser bem cuidado, correto? Mesmo aquelas pessoas que consideram possuir ‘saúde de ferro’, com o passar dos anos e da combinação de fatores que geram um estilo de vida estressante passam a desenvolver doenças. A maioria sente esse resultado a partir dos 40 anos, porém os efeitos têm surgido cada vez mais cedo, resultado da falta de prática de exercícios físicos e do excesso de fast foods, ricos em caloria, gordura saturada e trans, sódio (sal) e inúmeros conservantes. “O acúmulo de gordura abdominal é o primeiro sinal de que a saúde não vai bem e dos riscos de doenças cardiovasculares”.
Comer rápido, às vezes em pé, sem mastigar direito, quantas pessoas trocam uma refeição tradicional, com arroz, feijão, carne e salada por um simples salgado? Com que frequência fazem isso? Francine ensina o que não pode faltar na sua dieta: de três a cinco porções de vegetais/dia, isso inclui legumes, verduras (cruas de preferência), que são fonte das vitaminas A e C, lembre-se de sempre acrescentar aquelas de cor verde-escura, pois são fonte também de zinco; frutas como acerola, laranja, morango e uva são essenciais porque têm vitamina C; cenoura tem betacaroteno; arroz e feijão têm minerais, proteína e carboidrato, que na medida certa são muito benéficos; as fibras são encontradas nas casas de legumes e frutas, pão e demais massas integrais. A ingestão de carne vermelha é indicada só duas vezes na semana, as carnes brancas estão liberadas. Quanto mais peixe melhor, em razão do ômega 3, que também pode ser encontrado na linhaça. “Uma sopinha de legumes à noite vai muito bem”.
A psicóloga Thaira Ferreira, que é especialista em psicodrama e em transtorno alimentar e obesidade, conduziu um evento em Cuiabá a pacientes de um plano de saúde só sobre este tema, tamanha importância que ganhou nas últimas décadas em Mato Grosso. Ela pontua que, embora inicialmente as pessoas não deem muita importância para o problema, a tendência é que se torne crônico. A primeira fase é ‘de alerta’, ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor e o seu corpo perde o seu equilíbrio. Mãos e/ou pés frios, boca seca, dor de estômago, aumento de sudorese, tensão e dor muscular (por exemplo na região dos ombros), aperto na mandíbula (ranger os dentes) roer unhas (ponta da caneta), diarreia passageira, insônia, taquicardia, hipertensão súbita e passageira, mudança de apetite, agitação e entusiasmo súbito são alguns sintomas. Caso apresente pelo menos sete deles é hora de procurar ajuda!
Na segunda fase do quadro, o corpo tenta retomar a sua estabilidade habitual, e neste momento ou ele se adapta ao problema ou tenta eliminá-lo, por isso acontece frequentemente a perda de memória, sensação de desgaste físico constante, aparecimento de problemas dermatológicos, hipertensão arterial, sensibilidade emotiva excessiva, irritabilidade, baixa imunidade às doenças, obsessão com o agente estressor e até menor desejo sexual. Por último vem a fase da exaustão, que é a terceira e última, a mais perigosa, porque acentua todos os sintomas, gera quadros comprovados de doenças que muitas vezes impossibilitam a pessoa de trabalhar e ter uma vida normal.
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso, especialmente nas áreas da educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais, jornalistas, advogados e mulheres que enfrentam dupla jornada. O termo burnout significa que o desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois, traduzindo do inglês, burn quer dizer ‘queima’ e out ‘exterior’. Se em vez de procurar a cura para o problema a pessoa buscar válvulas de escape em bebidas alcoólicas e outras drogas pode ser mais prejudicial. “Estar doente é diferente de ser doente, temos que atuar nas causas, que estão relacionadas à maneira como a pessoa enxerga a vida, como ela lida com as situações”.
Fique atento aos sintomas:
Na criança: diarreia, dor de barriga, dor de cabeça, enurese noturna (emissão involuntária de urina), falta de apetite, gagueira, hiperatividade, mãos frias e suadas, náuseas, ranger dos dentes, tensão muscular, tique nervoso (físicos). Também introversão súbita, terror noturno, agressividade, ansiedade, hipersensibilidade, dificuldades interpessoais, pesadelos, preocupação, impaciência, insegurança, desobediência, medo ou choro excessivo (psicológicos).
No adulto: dor muscular, transpiração excessiva, palpitação, cefaleia, sensação de desmaio, sensação de sufocamento ou falta de ar, problemas digestivos, diarreia ou constipação intestinal, problemas de pele, acne, queda de cabelo, unhas frágeis, perda do desejo sexual, fadiga, perda ou ganho de peso (físicos). Também ansiedade, depressão, pânico, baixa autoestima, insegurança, fobias, pessimismo, angústia (psicológicos).
O estresse crônico pode acarretar: infarto, AVC, obesidade, acne, síndrome do intestino irritável, fibromialgia, cefaleia tensional, entre outros.
Fonte: Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
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