segunda-feira, abril 04, 2011

Trabalhos apresentados no IV Congresso Internacional de Stress

IV International Convention of Stress
4° Congresso Internacional de Stress

Campinas - SP, 31/03 a 02/04/2011

Organizado por:
Associação Brasileira de Stress (ABS)
Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV)
Instituto Psicológico de Controle do Stress (IPCS)

Apoio:
CNPq
FAPESP

Resumos dos três trabalhos aprovados para serem expostos no IV Congresso Internacional de Stress (publicados nos ANAIS do Congresso, versão eletrônica) e desenvolvidos pelo psicólogo e consultor em gerenciamento do estresse Prof. Armando Ribeiro, através de uma metodologia científica quantitativa e baseada em informações provindas de análises de variáveis psicofisiológicas, através da utilização de equipamentos de biofeedback, de intervenções em redução de stress nas organizações.


Título: "O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM O CORAÇÃO NÃO SENTE?" AUTO-AVALIAÇÃO DO ESTRESSE E BIOFEEDBACK DE VARIABILIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA – ESTUDOS PRELIMINARES.

Autor: Armando Ribeiro das Neves Neto
Instituição: Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Resumo: Introdução: A variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) é um importante marcador de saúde do sistema nervoso autônomo e do coração. No campo da psicofisiologia, a VFC tem sido associada ao estresse, ansiedade e depressão, além de ser uma poderosa ferramenta para o treino de biofeedback voltado ao tratamento das condições psicossomáticas (ex. síndrome do intestino irritável, asma, hipertensão arterial, entre outros). A VFC é influenciada por estados orgânicos e também por estados emocionais (ex. alegria, tristeza, raiva, medo, entre outros) e o ritmo da respiração. OBJETIVOS: Analisar as informações do banco de dados gerados na atividade “Projeto Zen” promovido pelo Centro de Reabilitaç~o e Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e coletados pelo autor durante sua participação voluntária (avaliação do estresse e biofeedback) neste evento aberto a comunidade. MÉTODOS: Os participantes do “Projeto Zen” responderam a uma escala de auto-avaliação do estresse (escala likert) e também foram avaliados pelo equipamento de biofeedback para o monitoramento da variabilidade da freqüência cardíaca e da coerência cardíaca (Emwave PC – Coherence training software for PC, fabricado por HeartMath LLC, EUA), através de sensor biométrico auricular. Todos os dados são automaticamente armazenados no software do equipamento de biofeedback. RESULTADOS: Foram analisados os dados de 36 sujeitos, com média de idade = 43,7 anos, sendo que 77,8% são mulheres. A prevalência média de auto-avaliação do estresse obtida foi: ausente = 5,6%, leve = 13,9%, médio = 55,6% e grave = 25%. A prevalência média total da coerência cardíaca registrada foi: baixa = 54,7%; média = 35,3% e alta = 10%. A relação entre a prevalência de auto-avaliação do estresse e a coerência cardíaca, foi: estresse ausente (5,6%) x baixa (54%), média (12,5%), alta (33,5%); estresse leve (13,9%) x baixa (58,5%), média (35,5%) e alta (2%); estresse médio (55,6%) x baixa (50%), média (33%) e alta (0%); estresse grave (25%) x leve (54%), média (33%) e alta (0%). CONCLUSÕES: Neste estudo preliminar, com análise de informações geradas em um banco de dados do autor, houve uma sugestiva relação entre auto-avaliação do estresse (ausente e/ou leve) e a coerência cardíaca (alta), em outras palavras, menos estresse pode estar associado a um funcionamento mais equilibrado (homeostase) entre o sistema nervoso autônomo, o coração e as emoções. Palavras-chave: estresse, biofeedback, variabilidade da freqüência cardíaca, psicofisiologia.


Título: UTILIZAÇÃO DO BIOFEEDBACK COMO ESTRATÉGIA PSICOEDUCACIONAL EM UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DO ESTRESSE OCUPACIONAL – CASE EMPRESARIAL

Autores: Armando Ribeiro das Neves Neto
Instituição: Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Resumo: INTRODUÇÃO: O estresse ocupacional é amplamente associado ao absenteísmo, turnover, presenteísmo, baixa produtividade, aumento de acidentes no trabalho, assédio moral, desgaste físico e emocional e baixa qualidade de vida, entre outros. A gestão do estresse ocupacional é uma importante medida para a promoção e/ou prevenção dos efeitos do distresse no trabalho. Por ser de natureza multifatorial, a gestão do estresse costuma ser multimodal, podendo incluir: dieta, atividade física, relaxamento, meditação, biofeedback, estratégias cognitivas e comportamentais, entre outros. OBJETIVOS: Descrever uma intervenção em gestão do estresse ocupacional baseada no biofeedback e estratégias cognitivas e comportamentais, em um setor de tecnologia da informação (TI) de uma instituição particular de ensino superior de São Paulo – SP. MÉTODOS: Os colaboradores assistiram uma palestra sobre o programa de gerenciamento do estresse ocupacional e foram convidados voluntariamente a participar deste programa, sem ônus e durante o expediente de trabalho. Foram utilizados os seguintes instrumentos para a coleta de dados: auto-avaliação do estresse (escala likert), auto-avaliação de sintomas cognitivos, emocionais e comportamentais (escala likert), equipamento de biofeedback para o monitoramento da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) e da coerência cardíaca (Emwave PC – Coherence training software for PC, fabricado por HeartMath LLC, EUA). A intervenção baseou-se em 5 encontros, com duração de 2h cada encontro, com formato workshop, no período de 03/2010 a 04/2010. RESULTADOS: Um total de 21 colaboradores consentiram livremente em participar desta intervenção. A média da auto-avaliação do estresse (inicial - final) foi: 0% - 10% ausente, 47,6% - 60% leve, 28,6% - 20% moderado, 23,8% - 10% severo. A mediana da auto-avaliação de queixas cognitivas, emocionais e omportamentais (inicial - final) foi: 1 – 0 raiva, 1 – 0 aflição, 0 – 0 depressão, 2 – 0 tristeza, 1– 0 fadiga, 1 – 0 fadiga, 1 – 0 insônia, 1 – 1 ansiedade, 1 – 0 dores no corpo, 0 – 0 indigestão, 0 – 0 taquicardia, 1 – 1 tranqüilidade, 1 – 2 vitalidade, 1 – 1 apoio social, 2– 2 clareza mental, 1 – 1 satisfação no emprego, 1 – 1 clareza com relação as metas, 1 – 2 produtividade, 1 – 2 eficácia na comunicação. A média da coerência cardíaca (inicial) foi: 62% baixo, 27% médio e 11% alto. A avaliação anônima do programa foi: 54,6% ótima e 45,4% boa. Alguns comentários: “importante aprendermos a controlar nossas emoções e conseqüentemente diminuir os riscos em nossa saúde”, “exercícios que estimulam força interior”, “poderia acontecer outras vezes”. CONCLUSÕES: Houve diminuição da percepção e da intensidade do estresse, também houve redução dos fatores: raiva, aflição, tristeza, fadiga, insônia e dores no corpo e aumento dos fatores: vitalidade, produtividade, eficácia na comunicação. A utilização do biofeedback em todos os encontros facilitou o treino de estratégias cognitivas e comportamentais para a redução do estresse, além de ser uma estratégia psicoeducacional com amplo potencial motivacional para descrever a psicofisiologia do estresse ocupacional e estimular os
exercícios de respiração diafragmática e de relaxamento. Palavras-chave: biofeedback, variabilidade da freqüência cardíaca, psicoeducação,estresse.

 
Título: ESTRESSE OCUPACIONAL E QUALIDADE DO SONO EM EXECUTIVOS DE UM CURSO DE MBA

Autores: NEVES NETO, AR; ESTEVES, AM; MELLO, MT
Instituição: UNIFESP

Resumo: INTRODUÇÃO: Segundo dados do National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) dos EUA 40% dos trabalhadores descrevem seus trabalhos como muito ou extremamente estressantes. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de estresse ocupacional e qualidade do sono em uma amostra de executivos que cursavam um programa de MBA noturno. MÉTODOS: Estudo transversal. Instrumentos: Ficha com dados sócio-demográficos e estilo de vida, Escala de vulnerabilidade ao estresse no trabalho (EVENT) e Índice de qualidade do sono de Pittsburgh (IQSP). RESULTADOS: Foram avaliados um total de 52 voluntários, com predominância do sexo feminino (82,69%), média de idade de 36,39 anos (DP=9,41), 48,08% solteiros, sendo que 57,69% atuam em empresas de grande porte, em turno fixo (94,23%). Dos diversos fatores estressores assinalados, destacam-se: sobrecarga de trabalho (63,46%), falta de feedback (57,69%) e estresse interpessoal (57,69%), houve discrepância entre homens e mulheres na escolha dos fatores estressores. Segundo a escala EVENT, o escore médio de estresse geral é 38,23 (DP=10,99), clima e funcionamento organizacional é 16,12 (DP=16), pressão no trabalho é 15,19 (DP=5,44) e infra-estrutura e rotina é 6,96 (DP=7), ou seja, os sujeitos avaliados estão moderadamente vulneráveis ao estresse no trabalho. O fator clima e funcionamento organizacional indica uma vulnerabilidade maior ao estresse no trabalho (59,62%), sendo que 63,46% dos indivíduos apresentaram vulnerabilidade ao estresse ocupacional entre os níveis médio superior/superior, o que pode acarretar danos à saúde física e psicossocial, além de prejuízos na atividade profissional. Quanto ao estilo de vida, os itens “relaç~o com o trabalho” e “amigos” atingiram a melhor média geral (escore 4), seguidos pelos itens “alimentaç~o”, “lazer e divers~o” e “repouso e relaxamento” (escore 3), e finalmente o item “atividade física” (escore 1) foi o pior auto-avaliado. Em relação a qualidade do sono, 65,31% apresentaram escore (≥ 5), sugerindo qualidade ruim do sono ou queixa subjetiva de sono, enquanto 6,12% (escore ≥10) indicaram distúrbio do sono. É fundamental salientar que 71,43% dos sujeitos apresentaram alguma queixa subjetiva de sono. Foi realizado o cálculo do qui-quadrado (X2), para estudo da relação entre estresse geral no trabalho e qualidade do sono (X2=1,88 e p=0,17), ou seja, não é possível afirmar que houve correlação estatisticamente significativa entre estas duas variáveis, mas houve significância estatística entre à presença de estresse ocupacional e à baixa autoavaliação da atividade física (X2=4,55 e p=0,03). CONCLUSÕES: A prevalência de estresse no trabalho, qualidade ruim do sono e a baixa auto-avaliação na atividade física são importantes fatores de risco para à saúde física e psicossocial dos indivíduos. Houve associação entre estresse ocupacional e baixa auto-avaliação da atividade física. Ainda são necessários mais estudos sobre estresse ocupacional e qualidade do sono entre estudantes de programas de MBA, além de estudos sobre estratégias eficazes de intervenção. Palavras-chave: estresse ocupacional, qualidade do sono, executivos, MBA.

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