terça-feira, outubro 30, 2012

Como lidar com o estresse? Programa Papo Aberto da TV Canção Nova


Como lidar com o estresse?
 
O prof. Armando Ribeiro - psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo / professor do Insper foi entrevistado pelo apresentador Márcio Mendes do Programa Papo Aberto, apresentado pela TV Canção Nova (SKY canal 24 e NET canal 03).
 
"Banalizar o efeito do estresse em nossa vida pode torná-lo ainda mais devastador". Veja as dicas para a gestão do estresse apresentadas pelo Prof. Armando Ribeiro no programa Papo Aberto.

Estresse pré-vestibular será tema do programa Sala Ultra da TV Gazeta

 
Bastidores das gravações do programa Sala Ultra da TV Gazeta apresentado por Paloma Silva. O tema deste programa foi sobre Estresse pré-vestibular e contou com a participação de especialistas de educação e psicologia. O prof. Armando Ribeiro - psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo foi um dos especialistas convidados.


 
Foram descritos os pontos cruciais para a redução do estresse no período pré-vestibular. Destacamos os papéis da escola, cursinhos pré-vestibulares, da família e do próprio estudante. A alimentação equilibrada, atividade física regular e técnicas de relaxamento e de respiração são diferenciais importantes para o rendimento máximo neste período de alta pressão na vida dos estudantes.
 

 
Durante as gravações do programa Sala Ultra da TV Gazeta, a apresentadora Paloma Silva esbanja simpatia e bom humor na condução das entrevistas.
 

 
O prof. Armando Ribeiro nos bastidores da gravação do programa Sala Ultra da TV Gazeta.

domingo, outubro 28, 2012

Domine o estresse - Revista daHora / Jornal Agora São Paulo


Domine o estresse
 
A tensão do dia a dia prejudica - e muito - a saúde. Descubra o que vem perturbando sua tranquilidade e veja dicas para ter uma vida melhor.
 
 
Quando a filha da executiva Débora Lima, 44 anos, nasceu, em 1998, os médicos deram a notícia de que existia a suspeita de um problema no intestino da criança. "Por conta disso, eu tive manchinhas na pele, que depois descamaram. Passados alguns meses, descobri que estava com psoríase por conta de estresse."

Débora não é a única que enfrentou o problema. Em situações de estresse, muitas pessoas desenvolvem doenças que estão associadas às adversidades pelas quais estão passando, mas elas nem sempre se dão conta disso.

O mal ocorre porque, quando a pessoa vivencia uma situação estressante, o cérebro faz o organismo liberar hormônios --como adrenalina e cortisol-- que, se não forem consumidos de alguma forma, ficam circulando pelo corpo e o desequilibram.

O Prof. Armando Ribeiro - psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo foi um dos especialistas consultados para esta matéria especial do jornal Agora São Paulo.

 
O poder da mente 

 
Por Camila Gomes
Revista daHora / Agora São Paulo
São Paulo, 28 de outubro de 2012

O estresse pode causar doenças dermatológicas, gastrointestinais e cardíacas. Saber lidar com as adversidades e investir em uma vida saudável é fundamental para se livrar do mal da modernidade.

Quando a filha da executiva Débora Lima, 44 anos, nasceu, em 1998, os médicos deram a notícia de que existia a suspeita de um problema no intestino da criança e que ela poderia ter de passar por uma cirurgia. “Por conta disso, meu marido ganhou uma mecha branca no cabelo, e eu tive várias manchinhas na pele, que depois começaram a descamar. Passados alguns meses, descobri que estava com psoríase por conta de estresse.”
Débora não é a única que enfrentou o problema. Em situações de estresse, muitas pessoas desenvolvem doenças que estão associadas às adversidades pelas quais estão passando, mas elas nem sempre se dão conta disso.

O mal ocorre porque, quando a pessoa vivencia uma situação estressante e fica com a mente focada nela, o cérebro faz o organismo liberar hormônios – como a adrenalina e o cortisol – que, se não forem consumidos de alguma forma, ficam circulando pelo corpo e o desequilibram. “Existe um estresse positivo, em que a pessoa se sente desafiada frente a algo na vida, que dá um gás a mais. Porém, quando ele é excessivo, passa a prejudicar o corpo”, afirma Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse da Beneficência Portuguesa.

No caso da pele, um dos órgãos mais afetados pelo estado de estresse, a liberação dos hormônios é muito maléfica. “Ela causa vasoconstrição periférica, que é a diminuição no calibre dos vasos sanguíneos que irrigam a pele. Com isso, a nutrição do cabelo diminui e ocorre queda. Já o cortisol diminui a imunidade e favorece inflamações, estimulando a urticária e dermatites – as famosas alergias”, explica Leonardo Abrucio Neto, dermatologista da Beneficência Portuguesa.

Com toda a pressão de ser diretor de programação da Rede Bandeirantes e de ter de estar disponível 24 horas por dia para tomar decisões importantes na emissora, Fernando Sugueno, 34 anos, desenvolveu alopecia, que é a queda de cabelo em apenas uma área da cabeça.  “A falha chegou a quase 15 centímetros e, hoje, está em torno de sete. Eu acabei fazendo uma pigmentação estética, como uma tatuagem, para escondê-la, porque as pessoas pensavam que era algo mais grave, e isso me incomodava. Pelo menos, eu amo o que eu faço.”

Ribeiro ressalta que o nervosismo causado por algo que se gosta de fazer, por mais que seja maléfico à saúde, ainda é menos agressivo do que um causado por algo que se faz apenas por obrigação. “Um executivo que trabalha em uma área da empresas da qual não gosta sofre muito mais do que um publicitário que tenha prazer com a profissão”, exemplifica.

Na vida da copeira Marinalva Felismina de Jesus, 58 anos, o estresse apareceu por conta de uma demissão – que a fez perder seu seguro de saúde justamente quando precisava realizar uma cirurgia no ombro. Ela teve que entrar na Justiça para reaver seus direitos, e o transtorno fez com que desenvolvesse vitiligo. “Passei dois meses só chorando, mais estou me tratando e tenho fé de que vou melhorar. Não nasci com isso.”

Motor do estresse

O cérebro manda a informação de situações estressantes para as glândulas suprarrenais, que produzem os hormônios cortisol e adrenalina, responsáveis  por causar o estresse e, consequentemente, as doenças ligadas a ele. Conheça algumas:

Psicológicas
Depressão, síndrome do pânico, ansiedade, insônia
Bucais
Bruxismo, gengivite, Guna (gengivite ulcerativa necrosante aguda)
Coração
Aumento da pressão arterial, infarto, arritmias cardíacas, derrame
Gastrointestinais
Queimação no estômago, gastrite, prisão de ventre, diarreia, síndrome do cólon irritável
Pele
Psoríase, vitiligo, queda de cabelo, alergias
Dores nas costas
Dores de cabeça

Fontes: Fernando Costa, cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo; Rodrigo Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia; Leonardo Abrucio Neto, dermatologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo; Jaime Zaladek Gil, gastroenterologista do Hospital Albert Einstein; e Denise Pará Diniz, coordenadora do setor de gerenciamento do estresse e qualidade de vida da Unifesp.

Mas não é apenas a pele que o estresse afeta. O corretor de imóveis Henrique Fornari, 31 anos, sempre foi ansioso e sofria com o bruxismo – que é o ranger dos dentes. Com o início da carreira no mercado imobiliário, a tensão passou também para as costas. “Eu procurei um ortopedista, mas não tinha nenhum desvio que pudesse indicar algo concreto, aí percebi que era relacionado ao meu estado emocional”, conta.

O dentista Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da APCD (Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas) explica que até a dor nas costas pode estar relacionada ao bruxismo. “O ranger dos dentes pode causar enxaqueca, cefaleia e dor nas costas, por cotna da tensão e compressão. É um movimento condicionado que tentamos corrigir com uma plaquinha lisa na maxila ou na mandíbula.”

Fornari recorreu à ioga para relaxar. “Ela me ajudou a saber lidar com o momento em que estou percebendo o estresse e a controlar a respiração. Assim, acabo dissipando a tensão”, conta.

Exercício físico também foi a solução para Débora. Ela entrou par ao time de vôlei das mães do colégio dos seus filhos há três anos, e as crises de psoríase melhoraram. “O vôlei é o meu maior remédio. Com ele, eu gasto energia, não tenho nenhuma responsabilidade nem penso em mais nada.” Já Sugueno viu nos grupos que pedalam por São Paulo à noite um escape para sua ansiedade e nervosismo. “É uma terapia sobre duas rodas”, conta, empolgado.

Fernando Costa, cardiologista da Beneficência Portuguesa, explica por que o exercício físico é tão importante para relaxar. “Ao se movimentar, a pessoa libera a adrenalina existente no corpo e relaxa. O sedentarismo é inimigo do combate ao estresse.”

Segundo Costa, 30% das mortes em todo o mundo acontecem por conta de infartos e derrames, e o estresse também pode desencadeá-los. “Ele facilita muito a penetração do colesterol nos vasos sanguíneos, e, quanto mais estressada a pessoa for, maior a possibilidade de entupimento das artérias.”

Há quase dois meses, o produtor editorial Miguel Silva, 30 anos, levou um susto enquanto dirigia. Por conta de problemas de saúde do pai e pressão no trabalho, ele já havia engordado 13kg. Nesse dia, sentiu um formigamento no braço esquerdo e pensou estar tendo um infarto. “Quando cheguei ao hospital, o médico falou que era estresse. Aí, descobri que minha enxaqueca agravava o quadro. E que comia mal e havia ganhado peso por conta disso.”

O incidente o despertou para os cuidados com a sua saúde. “Estou tentando comer menos e fazer as coisas de maneira mais eficiente. Antes, eu misturava trabalho e pós-graduação, agora estou separando bem. Também comprei uma corda para pular e caminho todos os dias 15 minutos até o metrô, trajeto que eu fazia de ônibus.”

Dicas para relaxar

Faça um passeio no parque
Apenas estar a céu aberto e no meio da natureza já é relaxante. Estudos comprovam que até o brilho do sol que entra na retina motiva a pessoa. Já uma caminhada ajuda a liberar a adrenalina que gera o estresse.

Reserve um tempo para ficar sozinho
Ter compromissos o tempo todo é muito estressante. Fique um tempo sozinho lendo um livro ou mesmo sem fazer nada. Isso o fará se sentir mais leve.

Assista a uma boa comédia
Rir faz tão bem quanto praticar exercícios. Assistir a filmes de suspense ou de terror aumenta o nível de cortisol no sangue e, consequentemente, piora o quadro de estresse.

Mude a alimentação
Comer uma salada bem caprichada, com amêndoas e frutas secas, por exemplo, substitui o fast food e evita a gordura, que agrava o estresse.

Fontes: Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Denise Pará Diniz, psicóloga e coordenadora do setor de gerenciamento do estresse e qualidade de vida da Unifesp.

Apesar de muito importante, não é apenas o exercício físico que desestressa. Dedicar-se a outras atividades prazerosas também relaxa o corpo e a mente. Para fugir do estresse, que causava dor de barriga, alergia e alteração do seu ciclo menstrual, a arquiteta Patrícia Papassoni, 28 anos, passou a se dedicar à pintura. “Voltei a pintar porque minha fuga do estresse era sair para beber, o que me deixava cada vez pior. Agora, tenho esse momento só meu, em que pesquiso o desenho, faço composição de cores. É muito relaxante. Eu entro no quadro e não penso em nada mais”, define ela.

O arquiteto Lucas Barros, 33 anos, também arrumou uma solução diferente para o seu problema, que é passar horas no transito. Ele leva quase duas horas para chegar em Osasco (Grande SP), onde dá aulas à noite em uma universidade. “Eu evito o trânsito de todas as formas, porque me irrita muito. Faço caminhos alternativos e vou trabalhar de metrô quando posso. Quando não tem jeito, fico fotografando a rua sempre que o trânsito para, o que me mantém calmo. Estou até pensando em montar uma exposição”, conta.

Qualidade de vida

A psicóloga Denise Pará Diniz, coordenadora do setor de gerenciamento de estresse e qualidade de vida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que seu maior desafio é fazer os pacientes entenderem a importância da mudança no estilo de vida. “O estresse é um conjunto de reações que envolve aspectos físicos, psicológicos e sociais. É preciso se exercitar, alimentar-se bem e aprender técnicas para lidar com os problemas. Não adianta apenas tratar a doença de pele ou estômago.”

O dentista Rodrigo Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia, concorda que o especialista deve levarem conta o histórico do paciente antes de medicá-lo. “A dica é para as pessoas fugirem do médico que não faz uma entrevista inicial. Qualquer tratamento de saúde passa por uma avaliação de história médica”, ressalta.

Um exemplo de como o estilo de vida pode ser decisivo é o da estudante de psicologia Milena Parra, 32 anos, que recebeu um diagnóstico de câncer terminal aos 28 anos, com a expectativa de vida de apenas três meses. “Li que o estresse acaba com o sistema imunológico, então, resolvi relaxar e me cuidar.”

Com a mudança na alimentação e os cursos de cabeleireira, teatro e violão, ela está há quatro anos em tratamento e com o câncer estagnado. “Minha médica fala que a posição do paciente em relação à doença é 90% da cura, e eu acredito. Quando falam que você vai morrer, surgem dois sentimentos: um de desespero e outro de liberdade, que não é preciso se preocupar com dinheiro e velhice. Sai uma tonelada de cima da sua cabeça. Esse peso não voltou e parei de ficar me estressando com coisas que não me acrescentam nada.”


Teste o seu estresse
A autoavaliação dos sintomas relacionados ao estresse crônico pode ser um importante ponto de partida para buscar uma avaliação médica e/ou psicológica rigorosa. Assinale abaixo o que sentiu no último mês:


Queixas comportamentais:
() comer compulsivamente
() bebida alcoólica em excesso
() fumar em excesso
() adiamentos constantes
() atrasos no trabalho ou na escola
() problemas financeiros recorrentes

Queixas emocionais:
() tristeza
() ansiedade
() raiva
() medo

Queixas físicas:
() dor de cabeça frequente
() problemas digestivos
() problemas dermatológicos
() excesso de transpiração
() insônia
() fadiga

Queixas cognitivas:
() dificuldade para tomar decisões
() perda da criatividade
() perda da memória
() dificuldade para pensar com clareza
() perda do senso de humor
 
Observação: o teste não é um diagnóstico. Busque ajuda de um profissional especializado.

Resultado. Some as queixas assinaladas, sendo um ponto para cada uma.

Menos de cinco pontos – nível de estresse baixo. Você está conseguindo gerenciar bem o estresse, mas procure valorizar a sua qualidade de vida.

Mais de cinco pontos – nível de estresse moderado. Vale a pena prestar mais atenção à alimentação e fazer exercícios físicos.

Mais de dez pontos – nível de estresse alto. É interessante buscar o diagnóstico de um psicólogo e aprender técnicas de relaxamento.

Mais de quinze pontos – nível de estresse excessivo. Você está bastante estressado e precisa de tratamento especializado. Procure ajuda de um profissional.

Fonte: Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse da Beneficência Portuguesa.

terça-feira, outubro 23, 2012

Programa de Avaliação do Estresse (PAE) faz parceria com a Equipe de Fisioterapia do Hospital São José

Equipe de Fisioterapia recebe treinamento em gestão do estresse ocupacional / burnout


O Prof. Armando Ribeiro - psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse (PAE) do Hospital São José e Beneficência Portuguesa de São Paulo estabeleceu uma parceria com a equipe de Fisioterapia do hospital para um programa piloto de treinamento em gestão do estresse ocupacional / burnout dos profissionais desta equipe.
 
O Centro Avançado de Saúde do Hospital São José foi inaugurado em 2007 e projetado para ser referência em oncologia, cardiologia, ortopedia e neurologia. Recentemente, o São José foi acreditado pela Joint Commission International (JCI), o que o colocou entre um seleto grupo de hospitais dispondo de serviços, atendimento e estrutura com padrões aprovados e reconhecidos mundialmente. Planejado para atender seus pacientes com os mais modernos conceitos de hotelaria hospitalar e gastronomia, além de rigoroso trabalho de prevenção de infecções e acidentes com a utilização de tecnologias de ponta, o Hospital São José tem orgulho de prestar atendimento referenciado pensando no bem-estar dos pacientes, médicos e colaboradores.

Com o apoio fundamental da coordenadora da equipe de Fisioterapia do Hospital São José, dra. Ft. Adriana Tufanin, a parceria entre o Programa de Avaliação do Estresse (PAE) e sua equipe busca seguir orientações internacionais sobre o treinamento da gestão do estresse ocupacional / burnout dos profissionais de saúde. O treinamento é realizado semanalmente na sala da equipe de Fisioterapia no Hospital São José. A participação é voluntária para os membros da equipe.
 

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 pelo médico dr. Freudenberger. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso. Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.
 
Sintomas comuns de burnout
 
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima. Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbiosgastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome.

sábado, outubro 20, 2012

Festa de divórcio é um dos temas da novela “Salve Jorge”

Até que a festa os separe

Por Daniela Fenti
Jornal Diário da Região / DiarioWeb
São José do Rio Preto, 20 de outubro de 2012
 

Divulgação
 
Cléo Pires vai interpretar Bianca, que usa buquê sombrio e bolo divertido para marcar separação no folhetim de Glória Perez
Festa de divórcio, descasamento, chá de vida nova, despedida de casado, bodas de papel rasgado... Nomes divertidos não faltam para descrever uma nova tendência, adotada no exterior e que será apresentada agora à maioria dos brasileiros por meio da novela “Salve Jorge”, de Glória Perez, que estreia nesta segunda-feira, na faixa das 21 horas, na Globo. Na trama da TV, Bianca (Cleo Pires) troca os Estados Unidos pelo Brasil e prepara uma festa para celebrar o fim de seu casamento. 

Em uma versão “noiva de luto”, a atriz aparece segurando um buquê de peônias negras. Outros elementos fazem uma espécie de paródia à união conjugal, como um bolo partido em duas metades, com o noivo enterrado de ponta-cabeça, e um vídeo, com imagens descontraídas sobre o tema, como uma aliança em cima da palavra “divórcio” e uma placa de carro com os dizeres “ele se foi”. O ex (Diego Cristo) aparece amigavelmente no evento - o que nem sempre acontece na vida real.

De acordo com a produtora de arte do folhetim, Fernanda Bedran, as cenas são fruto de uma vasta pesquisa, especialmente nos Estados Unidos. Uma das pioneiras nesse tipo de comemoração foi a modelo norte-americana Shanna Moakler, conhecida como uma das Coelhinhas da Playboy. Em novembro de 2006, ela festejou o rompimento com o baterista Travis Barker, pai de seus dois filhos, e posou para a imprensa ao lado de um bolo, decorado com um noivo caído e ensaguentado. Se ela não lançou moda na época, pelo menos a oficializou.                 

Desde então, o céu é o limite para esse novo nicho do comércio. Há até um site especializado que ajuda as pessoas a preparar o marco da mudança, o “divorcepartysupply.com”, e uma loja com listas de divórcio, a britânica Debenhams. A ideia da Debenhams, que nasceu há aproximadamente dois anos, consiste em sugerir presentes, que vão de produtos de cama, mesa e banho a eletrodomésticos, a fim de que familiares e amigos colaborem com os ex-casais na nova etapa. 

No Japão, o ritual para romper os laços matrimoniais é mais contido. Uma empresa criada há aproximadamente três anos incentiva a destruição de uma aliança, cujos restos são colocados na boca da estátua de um sapo. Segundo a cultura oriental, o anfíbio simboliza um retorno. Outra curiosidade é que o vestido usado durante a “desunião” é mais caprichado nas costas, pra ser visto quando a mulher se afasta.


A cerimônia de “volta à solteirice” tem ganhado popularidade no País, especialmente depois de um terremoto e de um tsunami, em março de 2011. As tragédias são vistas como sinônimo de recomeço e de mudança de prioridades para ambos os sexos.


Divulgação
 
Shanna Moakler foi uma das precursoras do modismo

Psicólogos avaliam a nova situação
Os números do registro civil 2010, apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a taxa de divórcio atingiu seu maior valor desde 1984: 1,8 para cada 1 mil pessoas de 20 anos ou mais. Comumente visto como motivo de tristeza e até de vergonha, hoje esse estado civil é encarado também como símbolo de liberdade e de prazer.

De acordo com o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, de São Paulo, o povo brasileiro é muito criativo e adora as novidades importadas, o que abre brechas para a realização desse tipo de evento também em terras tupiniquins. “Creio que isso pode sinalizar um fenômeno da geração Y, que genericamente dá menos importância às tradições de sua cultura e pode encarar o término da relação como o ‘game over’ do videogame, sem maiores complicações”, explica.

Vale lembrar que a forma de se superar o “luto” e o tempo que o processo vai durar depende de cada um. “Algumas cicatrizes são eternas. A capacidade humana de reagir positivamente às perdas e frustrações é muito pessoal e variável.” Também é preciso acender o sinal de alerta se a festa tiver o intuito de autoafirma-ção, escondendo a dor e o sofrimento daquele que não deixou de amar, em vez de celebrar a continuidade da amizade dos dois, de um jeito bem resolvido.

“A festa pode disfarçar as emoções destrutivas, mas não ajuda a lidar melhor com os cacos de um sonho”, acrescenta. Para que os problemas não aumentem, a psicóloga Veruska Marques de Almeida, de Rio Preto, ensina que é possível alimentar pensamentos de que a parceria amorosa deu certo até o fim. E, é claro, manter uma comunicação sincera, com olho no olho, para encerrar a história com dignidade, assim como começou. “Em todo relacionamento, o respeito é fundamental. Se as pessoas mudarem o modo de ver uma situação, o relacionamento com o outro também vai mudar”, diz ela.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Bastidores das gravações do boletim Cidade Saúde transmitidos pela rádio SulAmérica Trânsito


Bastidores das gravações do boletim Cidade Saúde do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital São José para a rádio SulAmérica Trânsito
 
 
O psicólogo e coordenador do programa de avaliação do estresse - PAE Prof. Armando Ribeiro foi um dos profissionais que participaram das gravações para o boletim da rádio SulAmérica Trânsito (FM 92,1). Esta iniciativa do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo reúne seus especialistas para uma ação educativa para à comunidade, através de notícias atualizadas sobre saúde e comportamento, psicologia, nutrição, atividade física e postura, além das mais recentes notícias sobre os avanços no campo da medicina.
 
Os boletins da rádio podem servir de orientação à população, prestando um serviço à comunidade sobre temas cotidianos que envolvem promoção da saúde e bem-estar.
 
O Prof. Armando Ribeiro já gravou boletins sobre dicas para reduzir o estresse no trânsito e também para gerenciar o excesso de preocupações que levam ao estresse crônico.

terça-feira, outubro 16, 2012

Presidenta da FBTC visita a equipe de Psicologia Hospitalar da Beneficência Portuguesa de São Paulo


Presidenta da FBTC visita a equipe de Psicologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital São José
 
 
A Profa. Dra. Carmem Beatriz Neufeld atual presidenta da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC (gestão 2011-2013) e coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental (LaPICC) do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP) honrou-nos com sua visita à equipe de Psicologia Hospitalar do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital São José. Os psicólogos Dra. Cristina Oda (responsável técnica) e Prof. Armando Ribeiro (coordenador do Programa de Avaliação do Estresse - PAE) ficaram agraciados pela simpatia e competência da Dra. Carmem Beatriz que busca fortalecer os diferentes grupos de pesquisa e assistência formados por terapeutas cognitivos em nosso país.
 
A FBTC fará 15 anos e nosso grupo estará presente nesta data tão especial para os terapeutas cognitivos brasileiros. O encontro acontecerá durante o IX Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas: da pesquisa à prática (Ribeirão Preto - SP, 10 a 13 de abril de 2013).
 
 
 
Sobre a FBTC
 
A Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) é a associação nacional dos profissionais e estudantes que se dedicam ao estudo e a prática das diferentes abordagens das Terapias Cognitivas no Brasil. Além disso, a FBTC tem estabelecido parcerias com entidades representativas internacionais, no intuito de dar visibilidade às produções brasileiras internacionalmente, mantendo relações com a Academy of Cognitive Therapy e com a Association of Behavioral and Cognitive Therapies, sendo membro da Associação Latino-Americana de Psicoterapias Cognitivas.
Caracteriza-se por ser uma entidade profissional sem fins lucrativos, que zela pela ética e pelo alto padrão científico na divulgação da área e da prática clínica dos profissionais associados. Ser um associado da FBTC confere ao profissional/estudante a credibilidade de participar deste grupo e a possibilidade de constante atualização e troca de informações pela interação profícua com os demais profissionais das Terapias Cognitivas, de todo o Brasil e exterior. Nesse sentido, a FBTC através de seus eventos e publicações, incentiva a discussão científica de idéias e o compartilhar de experiências em uma comunidade pujante em produção de conhecimentos na área das Terapias Cognitivas.
 

História

 
Fundada em 1998 com o objetivo de incentivar a pesquisa e a publicação dos trabalhos referentes às Terapias Cognitivas no Brasil, a FBTC promove o intercâmbio científico entre profissionais e estudantes da área. Caracterizada como uma entidade cuja diretoria é itinerante, a FBTC tem sua Diretoria eleita a cada dois anos durante o Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas.
Consonante com esses objetivos, a FBTC passou a ser responsável pela promoção e organização do Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (CBTC), além de eventos internacionais, cursos de curta duração, “Workshops” e conferências, visando aperfeiçoar a formação teórica e prática dos profissionais interessados nas Terapias Cognitivas. Além disso, desde 2005 a FBTC é responsável pela edição da Revista Brasileira de Terapias Cognitivas (RBTC) cujo objetivo é fomentar e divulgar a produção sobre Terapias Cognitivas no Brasil. O regulador maior da FBTC é seu Estatuto, que se encontra na sua terceira versão reformulada e devidamente registrada nos órgãos competentes.

domingo, outubro 14, 2012

Tão rico é o universo fictício - Avenida Brasil


Especialistas em teledramaturgia explicam o sucesso da novela “Avenida Brasil”, que termina nesta semana. Desejo de vingança é o que move a história

 
Por Francine Moreno e Daniela Fenti
Jornal Diário da Região / DiarioWeb
São José do Rio Preto, 14 de Outubro, 2012
 
Quando termina o Jornal Nacional, uma parcela alta de brasileiros aumenta o som da televisão e entra em uma sessão quase de hipnose. Tudo para acompanhar os momentos finais da novela “Avenida Brasil”, da TV Globo. Escrita por João Emanuel Carneiro, a novela termina nesta sexta-feira, dia 19, e tem conquistado a liderança da audiência no horário das 21 horas ao contar uma de série de escândalos e aventuras envolvendo a turma do Divino, o pessoal do lixão e as mulheres de Cadinho (Alexandre Borges).

O tema central da novela é a vingança incontrolável. De um lado está Nina (Débora Falabella), a “mocinha” da novela, com características que lembram Joana D’Arc, e do outro Carminha (Adriana Esteves), a madrasta dissimulada capaz de tudo para se dar bem. Em meio a atos e sentimentos bons e ruins, o público deixa de sair, estudar ou trabalhar para assistir a cada capítulo.

Diante da torcida e da expectativa, uma pergunta fica no ar: quais as razões para tamanho sucesso da novela?

Mauro Alencar, especialista em teledramaturgia brasileira e autor de livros como “A Hollywood Brasileira - Panorama da Telenovela no Brasil”, “Selva de Pedra” e “O Bem-Amado”, afirma que “Avenida Brasil” é um folhetim clássico que flerta com outros gêneros, como o seriado e o cinema, de forma que apresenta em cada capítulo um texto rico em nuances e facetas a se explorar.

“A novela também catalisa a atenção do público por conta de personagens carismáticos, como Tufão (Murilo Benício), Nina e Carminha.”Nilson Xavier, autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira” e criador do site Teledramaturgia (www.teledramaturgia.com.br), diz que a novela faz sucesso por causa da maneira como é conduzida, pelo capricho da produção, pela direção competente, pela atuação do elenco excepcional e, principalmente, pelo carisma dos personagens. “É uma soma de fatores que explica seu sucesso.”

Alencar lembra que a vingança move tanto Nina quanto Carminha e não sabe afirmar se ela terá fim. “Cada qual sob sua ótica e dentro de suas justificativas lutam por justiça, para reequilibrar um mundo que estava em perfeita harmonia. Quanto ao final da vingança, depende essencialmente do que o autor João Emanuel Carneiro pretende contar nesta novela. O esperado é que, ao final da história, a vingança seja finalizada, mas não podemos prever quais consequências ela trará para as personagens envolvidas.”

Na opinião de Alencar, há diversos elementos trabalhados em “Avenida Brasil” que fazem o público ficar vidrado. O retrato positivo e colorido do subúrbio carioca, com sua gente que ascende socialmente sem, no entanto, renegar suas origens, é um deles. “Também podemos ver um núcleo cômico (que envolve o personagem Cadinho) que funciona como um respiro dentro dos capítulos e divertem os telespectadores. No entanto, não há como negar que a trama aborda muitos assuntos populares e que fazem parte do cotidiano do brasileiro, como o futebol e os bailes.”

Segundo Nilson Xavier, o elemento-chave é que as pessoas se identificam com os personagens, cada qual com uma função na hierarquia dramatúrgica da novela. “O autor tem o mérito de conduzir sua trama com ganchos muito fortes, o que garante a audiência. A direção é estilizada, em contraponto com a intenção popular da novela (tipos humanos, ambientações, trilha sonora). É uma novela que agrada a todos, de todas as classes. Todos se enxergam naqueles personagens. Ninguém fica passível a ‘Avenida Brasil’.”

Velocidade

Tantos ganchos permitem ao autor conduzir a trama com bastante agilidade, cheia de reviravoltas, às vezes no mesmo capítulo. “E é isso o que o público espera. Ninguém gosta de enrolação.” Alencar diz que a velocidade de uma narrativa está relacionada com as características autorais. “Cada autor moldará o ritmo de sua novela de acordo com suas preferências. Uma trama de Benedito Ruy Barbosa ou Manoel Carlos terá uma velocidade menor que novelas de Aguinaldo Silva e João Emanuel Carneiro. O público entende que a ágil narrativa de ‘Avenida Brasil’ é mais um dos pontos positivos da novela, mas não o principal fator para o sucesso.”

Em busca de referências


A cada capítulo bombástico de “Avenida Brasil”, pipocam comparações na internet. Há quem diga que a banana de Max (Marcello Novaes) para a família de Tufão (Murilo Benício) foi uma homenagem à cena em que Marco Aurélio (Reginaldo Faria) se despede do País, em “Vale Tudo” (1988), de Gilberto Braga. Outros associam a frase “Pobreza Pega”, citada por Carminha (Adriana Esteves) durante uma briga com a sogra, Muricy (Eliane Giardini), à personagem Bia Falcão (Fernanda Montenegro), em “Belíssima” (2005), de Silvio de Abreu. E tem até quem extrapole as referências da teledramaturgia.

Para o escritor e jornalista Lucius de Mello, a obra de João Emanuel Carneiro traça caminhos semelhantes ao conto “Emma Zunz”, do primeiro volume de “Obras Completas”, do argentino Jorge Luis Borges (1899- 1986). Em seu ensaio “Não Chores por Mim, Carminha”, Mello defende que tanto Emma quanto Nina (Débora Falabella) não medem esforços para realizar seus planos de vingança, tornando-se, ao mesmo tempo, heroínas e bandidas.

Resumidamente, a protagonista borgiana recebe a notícia de que o pai morreu e, para vingá-lo, é capaz de ter uma experiência como prostituta. A mocinha à avessas da TV também passou por situações politicamente incorretas, motivadas pelo ódio à vilã. “Não conversei com o autor, mas penso que ele se inspirou em Borges para criar o folhetim brasileiro. Gostaria que, assim como Emma mata Loewenthal, Nina matasse Carminha, reverenciando a alta literatura”, palpita.

Quem é a mocinha?

Mas será que Nina é mesmo a mocinha da novela? Mauro Alencar, especialista em teledramaturgia brasileira, afirma que Nina não só é a mocinha, como também a protagonista da novela. “É sob o ponto de vista dela que identificamos a trama. Se tentássemos acompanhar a mesma história, só que contada por Carminha, com certeza teríamos uma outra novela.”

Para Alencar, o fato de Nina agir e chegar a extremos (como tomar atitudes antiéticas para prosseguir em sua vingança) não a faz perder a função de mocinha, muito pelo contrário, “enriquece-a com um perfil complexo e neurotizado”.

Já Nilson Xavier, autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira”, diz que não a vê como mocinha. “Já ouvi dizerem que a mocinha de ‘Avenida Brasil’ é o Jorginho, e concordo. Ele é o chorão, o que sofre.” Alencar afirma que Carminha causa tanto ódio e também tanta empatia porque partilha de um perfil que há muito tempo a teledramaturgia trabalha: a vilã carismática. “São personagens que tomam atitudes cruéis, amorais e nocivas.

Justamente pela falta de limite e ética, tornam-se porta-voz dos sentimentos e conceitos mais deturpados de nossa sociedade, sempre pontuando os absurdos com deboche e bom-humor. Personagens como ela acabam dizendo tudo aquilo que gostaríamos, mas não podemos declarar em nosso dia a dia (seja por questão de educação, convivência ou polidez).” Xavier diz que Carminha gera amor e ódio porque a personagem é má, mas engraçada. “Tem tiradas ótimas, espirituosas, e é inteligente. Faz e diz coisas horríveis, mas é um reflexo do que todos nós gostaríamos de dizer ou fazer.”

Divulgação/TV Globo
Jorginho (Cauã Reymond) e Tufão (Murilo Benício): dramas da vida real reproduzidos na telinha

Novela serve como lente de aumento sobre a sociedade

“Avenida Brasil” chama tanta atenção porque seu drama é realista. É fácil encontrar em casa, no trabalho ou na faculdade um pouco de cada personagem da novela. A teledramaturgia, assim, se torna uma lente de aumento para explicitar comportamentos e padrões da sociedade. Segundo a psicologia, a identificação do público com o folhetim se deve ao fato de que, em menor ou maior grau, existem muitas Ninas e Carminhas por aí.

Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, diz que, “por mais estranhos e pitorescos que sejam os personagens das novelas, eles são condensações da experiência humana. Sim, existem muitas Ninas, Carminhas, Maxs e Tufões, e eles representam ou ilustram a complexidade da existência humana, que, largada à própria sorte, busca desenvolver uma vida com sentido e propósito, mas nunca é um caminho linear e sem tropeços. Por isso mesmo que assistir novelas ou ler inunda a nossa mente de possibilidades de ação e de reação.”

Vingança

Assim como em “Avenida Brasil”, a vingança tem fundamentos emocionais e pode ser alimentada desde muito cedo. Miguel Perosa, psicoterapeuta e professor da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, afirma que a vingança é filha da injustiça. “Só quem se sente injustiçado quer vingança. Mas não todos. Há quem sinta raiva diante de uma injustiça e esses não se vingam. Há quem sinta mágoa e esses sim se vingam. A pessoa vingativa fica muito parecida nos seus atos e sentimentos com aquela que lhe fez mal. Este é exatamente o comportamento da personagem Nina da novela.”

Em muitas partes, Nina deixou de lado a própria felicidade ou seu grande amor, Jorginho, para colocar em prática o plano de vingança. Neves Neto afirma que, assim como ela, qualquer plano pessoal que potencialize a expressão dos sentimentos negativos e destrutivos humanos está fadado a levar a pessoa que o sente a uma espiral descendente de problemas e negativismos.

Segundo Perosa, pessoas como Nina deixam-se invadir pelos piores sentimentos em prol da vingança. “Abandona qualquer sonho construtivo e passa a viver seu projeto de destruição do outro. Esse outro é apresentado na novela como demoníaco, como aquele que busca a satisfação dos seus instintos mais básicos (poder ou prazer) a qualquer preço. Uma pessoa que passa ao largo das questões morais, dos valores. Essa é a característica do psicopata, daquele que não tem valores nem culpa, apenas desejos.”

Também existe explicação psicológica para atos como os de Carminha. A raiva cega é uma delas. “Hoje, a neurociência é capaz de explicar porque uma emoção intensa criada no sistema límbico do cérebro pode desligar áreas cerebrais responsáveis pelo autocontrole e pelo pensamento racional. Algumas pessoas têm menos autocontrole, porque faltaram modelos na vida ou podem ser portadores de doenças psiquiátricas que reduzem a capacidade de ter autocontrole”, afirma Neves Neto.

Traição

Na novela de João Emanuel Carneiro, o personagem Tufão foi traído diversas vezes e nunca descobriu. E isso é muito comum, segundo o psicólogo. “Por amor, dependência ou comodismo, nossa mente pode negligenciar ou distorcer as informações que recebemos, criando realidades convenientes ao roteiro escrito em nossas mentes. É comum conhecermos pessoas que repetem os mesmos erros uma porção de vezes na vida”.

Pessoas como Tufão vivem num mundo de boas intenções, segundo Perosa. “Não vivem a realidade. A tudo e em tudo, eles veem desculpas e boas intenções. Enclausuram-se nesse mundo porque podem. Porque têm dinheiro suficiente para não enfrentar a realidade. É comum encontrarmos no noticiário artistas que ganham muito dinheiro e passam a viver num mundo cor-de-rosa. A personagem Carminha existe no mundo, mas de forma mais atenuada, assim como a Nina. O Tufão existe, sim”, afirma Perosa.

Felicidade

Neves Neto afirma que, assim como na ficção, as pessoas reais podem ter um final feliz. “O final feliz é a eterna busca humana. De onde viemos, o que somos e para onde vamos são algumas das inquietações humanas básicas. A psicologia vem estudando o que pode dar certo ou errado nas escolhas que fazemos ao longo da vida. Cada um é o principal responsável por criar as condições necessárias para que a felicidade possa existir.”

quinta-feira, outubro 11, 2012

Evento da Beneficência Portuguesa para o Dia Estadual de Combate ao Estresse é tema do IPCS News


O evento "Mais vida! Menos estresse" realizado pelo Prof. Armando Ribeiro - coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (BPSP) para comemorar o dia estadual de combate ao estresse (23/09) foi tema do boletim IPCS News (edição nº 7 / 2012).  O Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), foi fundado pela Dra. Marilda Lipp (1985) e tornou-se uma referência pioneira no Brasil e em toda a América Latina por promover a profilaxia e o tratamento do estresse excessivo.
 
Ficamos honrados pela menção do nosso evento pela equipe da dra. Marilda Lipp, referência nos estudos sobre estresse, e em especial a visita da psicóloga Carolina Borges que participou do nosso evento no auditório nobre do hospital.

terça-feira, outubro 09, 2012

Estresse será tema do programa Papo Aberto

 Estresse será tema do programa Papo Aberto da TV Canção Nova

O programa Papo Aberto é apresentado por Márcio Mendes da TV Canção Nova (NET canal 3 e SKY canal 24) e o Prof. Armando Ribeiro foi um dos entrevistados do programa. A entrevista aborda temas atuais sobre estresse ocupacional e qualidade de vida e  irá ao ar no dia 29/10 às 22h.


Bastidores das gravações da entrevista do Prof. Armando Ribeiro no programa Papo Aberto apresentado por Márcio Mendes da TV Canção Nova.
 
 
 
A Miss São Paulo 2012 Francine Pantaleão também foi uma das entrevistadas do programa Papo Aberto.

 

sexta-feira, outubro 05, 2012

Dicas para aproveitar melhor o tempo livre

 
Dicas para aproveitar melhor o tempo livre


Por Samanta Dias - Equipe BBel


Tem muita gente por aí que acorda na segunda-feira com a sensação de estar mais cansado do que na sexta, mesmo depois de um final de semana ou feriado. Se você faz parte deste grupo, preste atenção, pois este é um sinal de que a organização e administração de seu tempo não estão sendo feitas da melhor forma possível. Ou pior, você pode, mesmo inconscientemente, se culpar por não preencher todo o seu tempo com atividades consideradas produtivas, como estudar, trabalhar ou investir em sua carreira.

O psicólogo Armando Ribeiro, especialista em estresse ocupacional e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa, Insper, explica que esse tipo de cansaço e a sensação de que o final de semana não foi proveitoso podem ter algumas causas diferentes, como o comportamento de deixar as tarefas mais incômodas para depois, chamado pelos especialistas de procrastinação, ansiedade, ou até o sentimento de culpa por não estar trabalhando.

Tempo livre não é tempo perdido

"Nossa geração tem um pensamento distorcido que gera culpa e diz que o tempo de sobra é tempo perdido", afirma Armando. Esse pensamento pode afetar inclusive aquelas pessoas que organizam seu tempo muito bem, explica o psicólogo, pois quem pensa dessa forma avalia que quando não se está empregando o tempo na carreira profissional, em cursos de aprimoramento ou estudos, o tempo está sendo perdido.

Este comportamento acaba fazendo com que as pessoas excluam o ócio e o lazer de seu dia a dia e o fim de semana ou feriado não funciona como uma interrupção do trabalho e da formação profissional. De acordo com Armando Ribeiro, já está comprovado que as pessoas que se mantêm focadas no trabalho e estudo sem pausas perdem em qualidade de atenção, de memória e em resultados.

Por isso, a primeira dica para aproveitar melhor seus finais de semana é não se culpar por ter tempo livre. "Nossa geração sente angústia por estar em casa. Temos de nos livrar da ideia de que tempo bom é tempo cheio", adverte o professor e psicólogo. Na página a seguir, saiba por que programar muitas atividades de lazer para seu tempo livre também pode ser um erro.


Preencher o final de semana com diversos tipos de atividades e compromissos também não é a melhor solução para ocupar o tempo livre. Esse comportamento pode ser sinal de que você está sofrendo de outro mal da sociedade atual, a ansiedade. "A ansiedade nos obriga a emendar uma atividade na outra. É preciso que haja ócio. Só é possível enxergar as possibilidades se há uma pausa e o ócio é como a pausa que damos durante a respiração, entre respirar e expirar", ensina Armando Ribeiro.

Não exagere no roteiro da viagem

A mesma ansiedade pode ser a vilã daquela sensação de que viajar é mais cansativo do que ficar em casa. Laura Alberto, professora de psicologia da Universidade Anhembi Morumbi, afirma que muita gente programa o roteiro de viagem incluindo tudo aquilo que os outros ou os guias dizem que precisa ser visto ou tentando organizar o maior número de passeios possíveis naquele espaço de tempo. Segundo ela, o problema disso é que sobra pouco espaço para considerar sua vontade ou a espontaneidade do momento.

Laura comenta que organizar o tempo livre neste caso é estabelecer prioridades e se dar o direito de deixar de fazer algumas coisas, sem sentir culpado por isso. "Vivemos cada final de semana como se não houvesse outro e repetimos no lazer a rotina corrida que temos no trabalho", avalia a professora.

Mas não vá achando que desacelerar ou ter ócio é passar o tempo sentado no sofá vendo televisão. "O ideal seria ter compromissos sem rigidez, mas sem entregar-se aos passatempos passivos. A ideia é tomar consciência, é analisar a qualidade de consciência em cada tarefa. Quem não faz isso perde o sabor, a degustação da vida", ressalta Armando Ribeiro.

Na próxima página, veja como a falta de organização no trabalho pode diminuir a qualidade do lazer.

Não adianta tentar organizar o tempo livre sem cuidar também da administração do tempo no trabalho, pois as coisas que te aborrecem ou que se acumulam na vida profissional não vão desaparecer com o fim do expediente na sexta-feira. "Quando há uma tarefa a ser feita, sua mente fica ligada nela, independente se ela está sendo executada ou não. Isso causa desgaste físico e emocional e cria pessoas cronicamente estressadas", comenta Armando Ribeiro.

É por isso que adiar as tarefas mais desagradáveis a serem feitas no trabalho para a próxima segunda-feira, por exemplo, pode acabar com o seu final de semana. Laura Alberto destaca que a procrastinação deve ser combatida também em casa, estabelecendo horários para realizar os afazeres domésticos mais desagradáveis. Dessa forma, explica a professora, é possível evitar que as atividades de lazer sejam feitas sob a pressão do que ainda precisa ser realizado, o que compromete a qualidade do descanso.

O especialista em administração de tempo e produtividade Christian Barbosa explica como escolher esse horário. "O momento errado é quando a pessoa faz a tarefa chata quando ela não está disposta. Geralmente a pessoa pega o tempo que ela está mais ativa e mais produtiva para fazer as atividades mais prazerosas. E só quanto ela está mais cansada que parte para fazer as tarefas chatas. Tem de usar com inteligência a gestão deste tempo, no momento em que estiver mais disposto, faça a atividade mais chata, porque assim ela não vai tomar tanto tempo, e quando estiver mais cansado faça as coisas que você mais gosta", ensina Christian Barbosa.