domingo, janeiro 30, 2011

Estresse, o assassino silencioso.

O estresse pode estar ligado a sete das dez doenças que mais matam no mundo.

Por Renata Sodré
Jornal Barra Notícias

Quem nunca disse ao menos uma vez na vida a frase “Estou estressado”? A palavra que se tornou trivial no vocabulário e na vida das pessoas, é chamada de doença do século por alguns especialistas. O estresse, apesar de ter se tornado comum em nosso dia-a-dia, tem chamado a atenção de diversos médicos que alertam para as conseqüências danosas à saúde.

Segundo o Professor Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo especializado em gerenciamento do estresse, o maior perigo é que normalmente ele é imperceptível para a maioria das pessoas. “O ambiente de trabalho, escolar ou familiar acaba mascarando os sintomas. No trabalho pode ser responsável por baixa produtividade e faltas recorrentes, na escola pode representar baixo rendimento e no ambiente familiar, pode estar associado a problemas conjugais”, revela o professor.

O psicólogo ainda ressalta a importância de conhecer os sinais do estresse. “É o primeiro passo para o auto-cuidado e para buscar ajuda. Qualquer pessoa que apresente persistência de cansaço, diminuição da produtividade, insônia, aumento de sudoreses e até diminuição no desejo sexual, deve procurar um profissional especializado”, diz.

O estresse nada mais é do que uma resposta do organismo quando se está diante do perigo, ele prepara o corpo para fugir ou lutar. E é por essa definição que muitos especialistas enxergam o estresse como algo bom. Mas é preciso saber lidar com o problema, pois o estresse mata. “De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o estresse pode estar associado a sete das dez doenças que mais matam no mundo, como doenças cardiovasculares e câncer”, enfatiza o professor.

Não existe fórmula mágica para se evitar o estresse. A agitação da vida moderna, o trânsito e a violência são alguns dos fatores que nos trazem doses diárias desse mal. O que podemos fazer então para que o estresse não aja de maneira perigosa no nosso corpo e mente? A resposta é mais simples do que se pensa. Fazer algumas pequenas mudanças para incluir no cotidiano alguma atividade que nos dê prazer e mudar os hábitos alimentares, podem ajudar, e muito, contra os males do estresse.

No entanto, para quem não consegue lidar com o problema sozinho, o gerenciamento de estresse é uma boa opção. “Os programas de gerenciamento de estresse incluem: avaliação do nível e fase de estresse, técnicas de respiração e de relaxamento, auto-regulação psicofisiológica por meio de equipamentos de biofeedback, técnicas de meditação como a yoga, atividade física regular, alimentação anti-estresse e acupuntura energética, dentre outros”, conclui o professor e psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Afinal, para que tanta pressa?

Corre-corre
Afinal, para que tanta pressa?
Diário da Região - Diarioweb.com.br




Por Francine Moreno


00:40 - Você acorda cedo, toma café correndo, um banho apressado e percebe que mesmo assim está atrasado? Na sua empresa, muita pressão para entregar um relatório que era para estar pronto há algum tempo? Na hora do almoço, mal dá tempo de sentar e comer? Isso sem falar no resto do dia. Cuidado. Você pode estar sofrendo da doença da pressa. Termo usado pelos médicos para definir essa sensação intensa de que se está correndo contra o tempo, de que o dia com 24 horas não é suficiente, de que a vida está passando rápido demais. Costuma vir acompanhada de atrasos nos compromissos sociais, escolares, déficits de atenção e memória e desorganização. A falta de tempo, corre-corre diário e a necessidade de produzir mais em menos tempo adquiriram números tão altos que ganharam embasamento médico. Um estudo feito pela International Stress Management Association (Isma), entidade internacional que estuda o estresse, com mil brasileiros economicamente ativos, revelou que 30% deles sofriam da “doença da pressa”, apresentando sintomas físicos (hipertensão e problemas cardiovasculares); emocionais (angústia) e comportamentais (abuso do álcool).

“A síndrome acontece quando somos estimulados por circunstâncias da vida a alterar esses ritmos e está normalmente associada ao estresse e à ansiedade”, afirma o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, professor e supervisor clínico da USP. Para o psicólogo gestalt-terapeuta Hugo Ramón Barbosa Oddone, os sintomas mais comuns são as chamadas somatizações como pressão arterial muito alta, falta de ar, dores do tipo angina, enxaquecas, cefaléias, musculares e febres, e os sintomas psicológicos típicos como as diversas fobias, que, quando se tornam mais repetitivos e complexos, podem levar à síndrome de pânico e outras síndromes graves. “Algumas pessoas são alvos prediletos. São aquelas que trabalham em funções altamente competitivas por muito tempo, sem terem o tempo necessário para recuperar-se do estresse diário.”

É curioso notar que o sintoma mais comum, atualmente, nas crianças, é o fenômeno da hiperatividade. Segundo o psicólogo André Apolinario Silva Marinho, a hiperatividade reflete o jeito de ser de uma época, em que tudo tem de ser hiper. O diagnóstico é o excesso de estímulo e de movimento. “Não são algumas pessoas que sofrem da doença da pressa, é toda uma época, um momento histórico, a sociedade. Pensando desse ponto de vista, a loucura é estar na contramão disso tudo. As pessoas, quando param, sentem um vazio tão grande que imediatamente buscam algo para fazer. Isto ocorre porque estamos tão identificados com aquilo que fazemos que nos tornamos aquilo que fazemos.” Para combater a mania moderna de velocidade, o especialista Armando Ribeiro das Neves Neto afirma que desacelerar deve passar a ser a palavra de ordem. Em casa, no trabalho, nas relações e no ritmo interior, levar a vida com mais calma deve se transformar numa tendência comportamental diária.

“Identificar e modificar os pensamentos catastróficos é parte do tratamento. De forma mais simples, bons pensamentos atraem bons sentimentos e mesmo com um trabalho estressante você fica protegido dos efeitos negativos do estresse; já pensamentos distorcidos acentuam as reações do organismo, levando ao adoecimento físico e emocional.” Oddone sugere seguir o que Napoleão Bonaparte dizia ao valete que o ajudava a vestir-se: devagar que estou com pressa. “Influenciados pelo espírito francês, quanto mais pressa temos, mais impecáveis nos tornamos, ou seja, mais cuidadosos, mais lentos, vagarosos e sem perder a pró-atividade e a assertividade. Façamos as coisas bem acabadas para consiguir curtir o produto do nosso esforço”, afirma.

Gerencie agora seu estresse

No culto à vagareza, o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, professor e supervisor clínico da USP, defende desde uma alimentação sem pressa até andar de bicicleta. “Precisamos descondicionar a pressa. Aprenda a curtir um banho caprichado no final do dia, uma refeição saudável, a companhia de pessoas alegres e positivas. Procure novas experiências sensoriais, como novos restaurantes, refeições e viagens. Faça um diário para descrever e refletir sobre as experiência do dia. Faça atividade física regular, aproveite para passear com o cachorro, ou mesmo voltar a andar de bicicleta.” Para seguir um caminho num ritmo ainda mais tranquilo, é preciso aprender a respiração diafragmática. É uma estratégia fundamental para controlar o estresse físico e emocional, pensar com mais clareza e resolver os problemas reais da vida. “Quando já adoecemos por causa do estresse ou ansiedade é fundamental procurarmos ajuda especializada.

Os tratamentos, em geral, consistem em programas científicos baseados nas pesquisas médicas e psicológicas atuais sobre a avaliação e o tratamento dos sinais e sintomas do estresse, bem como na criação de projetos para a identificação e redução do estresse nas empresas, escolas e individualmente.” Para Neto, a prevenção da doença baseia-se nos programas de gerenciamento de estresse, que normalmente incluem: avaliação do nível e fase de estresse, informação científica sobre o estresse e os seus efeitos em nossa vida, técnicas de respiração e de relaxamento, autorregulação psicofisiológica por meio de modernos equipamentos de biofeedback, técnicas de meditação e/ou práticas corporais (ex. ioga, tai chi), atividade física regular, alimentação equilibrada e acupuntura energética.

SAIBA MAIS:

:: Além do cotidiano atribulado e sobrecarregado, também é preciso reconhecer que o equipamento estrutural da pessoa pode facilitar ou dificultar render-se à doença da pressa. Há pessoas com maior resistência, mais estruturadas para enfrentar longos embates com as exigências do mundo, e outras não

:: O deus mitológico representante do tempo é Cronos, e na sua história, ele é um pai que devora e mata seus próprios filhos. A pressa dos tempos atuais é um exemplo de como os paradigmas socioculturais orientam o nosso modo de ser, pensar e agir. Vivemos em um momento histórico no qual tudo deve ser feito com muita rapidez e eficiência

:: A doença da pressa normalmente é imperceptível ou invísivel para a maioria das pessoas, pois o ambiente de trabalho, escolar ou familiar acaba mascarando os sintomas do estresse e a sua prevenção. No trabalho pode ser responsável por baixa produtividade, faltas recorrentes; na escola pode representar baixo rendimento escolar, indisciplina, faltas e no ambiente familiar pode representar problemas conjugais, íntimos, entre pais e filhos etc.

:: Mãos e pés frios, boca seca, dor no estômago, aumento de suor, tensão e dor muscular são estados de alerta

Fonte - Da Reportagem

sábado, janeiro 15, 2011

Alta-tensão

Especialistas falam da banalização em torno do estresse, que pode causar doenças físicas e emocionais sérias. Saiba como prevenir e identificar uma situação de risco a tempo.

Por Adriana Martins
AT Revista




Você sabe o que é o estresse? A pergunta pode parecer absurda em plenos anos 2000, já que se trata de um velho conhecido. Mas, especialistas afirmam que é justamente por parecer algo tão íntimo que houve a banalização do termo.

Quem não disse estou estressado pelo menos uma vez nesta semana que atire a primeira pedra. "O estresse está vulgarizado. As pessoas frequentemente o confundem com emoções, como frustração e revolta, mas é a adaptação inconsciente a várias situações do dia-a-dia, sejam elas positivas ou negativas", diz Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (ISMA-BR), entidade voltada à pesquisa e desenvolvimento da prevenção e tratamento do estresse no mundo.

O site de relacionamentos Orkut traz uma mostra dessa vulgarização. Entre as comunidades, a Eu Tenho Stress Interno (!) reúne inacreditáveis 14 mil membros em torno de uma definição, digamos, imprecisa: “...um sentimento ruim, estranho... sei lá...”. O Estresse me Estressa, com mais de dois mil participantes, é outro exemplo da banalização.

Embora não seja uma doença, é um fator de risco importante, relacionado a sete das 10 patologias que mais matam do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E a desinformação só faz com que o problema se agrave.

Em suma, o estresse é uma resposta do organismo a muitas situações da vida, que varia de acordo com a percepção de mundo de cada um. “Numa batida de carro, por exemplo. Enquanto uma pessoa pode dar graças a Deus por não ter acontecido nada com ela, para outra o acidente pode representar uma grande perda, ela pode achar que sua vida acabou ali”, destaca Ana Maria.

Essa adaptação, inclusive, é fundamental para a sobrevivência, alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, supervisor clínico de terapia cognitiva das universidades de São Paulo (USP) e Federal de São Paulo (UNIFESP). “É o estresse que faz com que tomemos alguma decisão, que lutemos. Ele é um gatilho importante de percepção de ameaça”.

O especialista, que mantém uma comunidade séria sobre o assunto no Orkut, Gerenciamento do Estresse, diz, porém, que a exposição excessiva é altamente prejudicial, com reflexos no corpo e na mente. Tanto que, de acordo com a intensidade dos sintomas, é dividido em três fases:

Fase de alerta: mãos e pés frios, boca seca, dor no estômago, aumento de sudorese, tensão e dor muscular (na região dos ombros, sobretudo), aperto na mandíbula, ranger os dentes ou roer unhas ou a ponta da caneta, diarréia passageira, insônia, taquicardia, respiração ofegante, hipertensão súbita e passageira, mudança de apetite e entusiamos súbito.

Fase de resistência: problemas com a memória, mal-estar generalizado, formigamento das extremidades, sensação de desgaste físico constante, mudança de apetite, aparecimento de problemas dermatológicos, hipertensão arterial, cansaço constante, gastrite prolongada, tontura, sensibilidade emotiva excessiva, obsessão com o agente estressor, irritabilidade excessiva e desejo sexual diminuído.

Fase de exaustão: diarréias frequentes, dificuldades sexuais, formigamentos nas extremidades, insônia, tiques nervosos, hipertensão arterial confirmada, problemas dermatológicos prolongados, mudança extrema de apetite, taquicardia, tontura frequente, úlcera, impossibilidade de trabalhar, pesadelos, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade, angústia, hipersensibilidade emotiva e perda do senso de humor.

De acordo com o psicólogo, na etapa de exaustão corpo e mente adoecem. “Ninguém fica doente na fase aguda do estresse, mas sim quando ele se cronifica. E é claro que pessoas submetidas a uma mesma carga de estresse vão adoecer de formas diferentes, por conta de sua história de vida”.

A questão é que o estresse mexe demais com a parte hormonal, principalmente com a adrenalina e o cortisol – conhecido aliás, como o hormônio do estresse. “Quando fica circulante por muito tempo, ele é responsável por danos como envelhecimento precoce, queda da imunidade e aumento da gordura corporal”.

Mais uma fase

Marilda Lipp, Ph.D em Psicologia e professora da PUC/Campinas, diz que há mais uma etapa, que seria a terceira, chamda de quase-exaustão. “Enquanto a primeira fase é essencial à sobrevivência humana, na segunda a pessoa já precisa unir todas as suas forças para resistir às pressões. No período de quase-exaustão, o sistema imunológico começa a ser afetado e, com a resistência em baixa, dá margem ao surgimento de doenças oportunistas. Além disso, funciona como um gatilho para o aparecimento de patologias genéticas”.

Segundo Marilda – que fundou e dirige o Centro Psicológico do Controle do Stress, que hoje conta com 11 unidades espalhadas pelo País - , na quarta fase, “a pessoa perde totalmente a capacidade e a habilidade de lidar com as situações”.

Estudo feito pelo laboratório de Psicologia da PUC/Campinas, aplicado no Estado de São Paulo, mostra que 36% da população apresentam sintomas graves de estresse. Marilda afirma que, desse percentual, 1% está em fase de exaustão e 7% de quase-exaustão. “É um número significativo, que mostra que a vida atual exige muito das pessoas. Talvez uma das razões para esse alto índice é que ainda somos um país em desenvolvimento, em transição, que exige de nós uma adaptação constante”.

Prevenção sempre

E qual é a melhor hora de procurar ajuda? Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor. Em quadros severos, possivelmente a pessoa terá de tomar medicamentos. O acompanhamento psicológico também pode ser necessário.

O problema é que muitas vezes a pessoa não se dá conta de que precisa de tratamento. “Muita gente chega em meu consultório e diz que está numa fase tranquila e não acredita que esteja estressado. Só que os efeitos do estresse são cumulativos”, alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto.

Na hora de identificar o problema, costuma-se fazer um levantamento do que aconteceu na vida do paciente no último ano. São levados em conta fatores como casamento, nascimento de um filho, morte de pessoa querida e relações no trabalho, entre outros. “Uma promoção no emprego é algo positivo, certo! Mas também gera estresse por conta do aumento das responsabilidades”.

Mudar de atitude é essencial, tanto como medida curativa quanto preventiva. “O estilo de vida saudável promove mais resistência para o organismo lidar com o estresse, sendo que a atividade física é uma ótima forma de canalizar angústias e frustrações”, ressalta Ana Maria Rossi, lembrando que o sono e a alimentação balanceada também são posturas protetoras.

Rever e evitar as situações que provocam desgaste também é essencial para manter o equilíbrio. “Não é pedir as contas no emprego. Mas, se não se dá bem com o chefe, por exemplo, tente mudar de setor. O mais importante é saber lidar com o estresse ou buscar opções para não ter que lidar com ele”.

Armando Ribeiro reforça que as pessoas cometem erros comuns na busca de soluções. “Apesar de as medidas anti-estresse serem relativamente simples, não basta tomar um sorvete. Pior ainda, beber cerveja, já que o álcool tem efeito sedativo. Mais um engano: os esportes radicais elevam o nível de estresse”.

Para o psicólogo, outras atitudes importantes são:

Aprenda a respirar: A respiração adequada (chamada de diafragmática, com o abômen subindo e descendo) ajuda a desligar a produção de cortisol.Pratique algum tipo de meditação ou ioga. Essas técnicas protegem do estresse comum, garantindo, até, mais criatividade. “Não precisa ter vida de monge, é só procurar viver em um ambiente saudável”.


















































Corpo e mente em harmonia

Cuidar dos sentimentos é fundamental para a prevenção e a cura de diversas doenças. Fique atenta e domine suas emoções!



Por Rita Trevisan
Revista Shape
Enxaqueca, dor no estômago, diabetes, vitiligo...

Você sabia que o seu estado emocional e a maneira como encara os problemas contam muitos pontos para desenvolver essas e outras doenças? Pois é, enquanto algumas pessoas vivem literalmente o lema “tô nem aí”, outras vão somatizando. O problema é quando isso reflete diretamente na saúde. Não param de surgir pesquisas sobre a importância de ser bem-humorado, feliz e transformar as emoções negativas para esbanjar vitalidade. Corpo e mente estão completamente ligados. Por isso, não adianta apenas tomar um remédio para acabar com os sintomas visíveis, muitas vezes, é preciso mudar a forma como você lida com as situações da vida.

Mudanças de rumo

“Durante anos, defendia-se a ideia de que os aspectos físicos e psicológicos eram separados e que cada um mereceria um tratamento individualizado. Mas agora a medicina começa a despertar para a necessidade de olhar o indivíduo como um todo”, fala o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, professor do curso de Terapia Cognitivo-Comportamental em Saúde Mental da Universidade de São Paulo. Isso significa que precisamos ser avaliados por completo, levando em conta nossos aspectos psíquicos, comportamentais e sociais, seja para descobrir o motivo do adoecimento ou para pensar na cura.

Os homeopatas sempre levaram essa teoria muito a sério. Algumas consultas chegam a durar mais de uma hora e eles perguntam tudo sobre você, se sente mais frio ou calor, se prefere mais doce ou salgado, como são seus sonhos, se dorme bem ou tem insônia... Querem saber todos os seus hábitos para ver o que pode estar desencadeando alguma doença. Essa interação físico-psicológica é interessantíssima, pois ajuda muito a explicar aquelas doenças ou sintomas sem causa aparente. “Isso deixa claro que nem tudo o que ‘aparece’ em nosso corpo têm alguma causa física”, defende Neto. Um bom exemplo é a fibromialgia, algumas alergias e até a psoríase, que apresentam sinais visíveis, porém causas aparentes. “Daí a importância de tratar o paciente e não a doença”, enfatiza a psicodermatologista Márcia Senra, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Até enfermidades que nem imaginamos, como insuficiência renal, infertilidade e doenças do coração pode ser de fundo emocional, sabia?

A mestre em psicologia clínica Solange Lopes de Souza, presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, vai ainda mais longe e explica que cada um de nós tem um “órgão de choque”. “Ele é a parte mais sensível do nosso organismo, a que normalmente padece quando não conseguimos equilibrar ou expressar as nossas emoções”, esclarece. Qual seria a sua?

O seu corpo e você

Os órgãos e sistemas estão intimamente ligados à parte psicológica, é o que defende a bacharel em psicologia Cristina Cairo, autora do livro Linguagem do corpo (Ed. Mercuryo). Veja o que ela revela.

Hipertensão

O perfil: a pessoa que apresenta um quadro de pressão alta, em geral, é excessivamente preocupada e ainda não aprendeu a aceitar perdas do passado. Ao contrário, fica remoendo detalhes de uma situação em que, a seu ver, ela falhou.

A solução: o ideal seria libertar-se de situações desagradáveis que a incomodam e do medo infundado de questões relacionadas ao futuro.

Câncer

O perfil: guarda ressentimentos antigos, o medo de ser deixada por alguém que ama ou a perda de um grande amor podem desestabilizar completamente o organismo, levando a distúrbios celulares que causam os tumores.

A solução: a chave do tratamento é aprender a aceitar as condições que a vida impõe, libertando-se do passado e investindo em novos projetos para ter foco.

Gastrite

Perfil: indica necessidade de ser amado, compreendido, confortado. Pode sugerir uma tendência ao pessimismo.

A solução: para tratar o problema, vale a pena acreditar mais no potencial individual e partir para a ação, na tentativa de alcançar os objetivos que almeja. Uma conduta acomodada pode agravar o quadro e fazer com que a gastrite se transforme em úlcera.

Cardiopatias

Perfil: é a falta da alegria de viver ou a sensação de ter o coração “apertado” de tanto sofrimento. Normalmente, os cardíacos são autoritários, não admitem erros e assumem um comportamento inflexível.

A solução: uma alternativa, para prevenir ou ajudar no tratamento de doenças do coração, é assumir uma atitude mais tranquila, que não prevê tantas exigências a si mesmo e aos outros. O melhor é evitar as tensões ao máximo.

Vitiligo

Perfil: quando nos sentimos ameaçados e não encontramos meios de transmitir nossos pensamentos e de nos fazer entender, as manchas começam aparecer no rosto. Nos braços, indicam extrema dificuldade para lidar com os mais próximos seja parente ou amigos.

A solução: o ideal, portanto, seria tentar se abrir mais, sem medo da reação dos outros e dedicando carinho e paciência mesmo àqueles que a incomodam.

A ciência fazendo a sua parte

O ambulatório de cefaleia do Hospital das Clínicas está adotando a mesma postura da homeopatia de fazer uma “entrevista” com o paciente. “Praticamente 100% das pessoas que se queixam de dor por mais de 15 dia num mês apresentam problemas de ordem emocional, sendo ansiedade e depressão os mais comuns”, explica o neurologista Geraldo Dare Rabello, responsável pelo ambulatório. Por isso, um tratamento que não considera o aspecto psicológico está fadado ao fracasso.

Nos casos de câncer, as coisas não são diferentes. No Instituto Nacional do Câncer (Inca), assim que o paciente começa a se tratar, já recebe acompanhamento psicológico. “Há evidências de que as complicações estão intimamente ligadas aos aspectos emocionais”, diz a chefe do serviço de psicologia do Inca, Maria da Conceição da Costa Moreira.

Problemas de fertilidade

O perfil: tanto no homem quanto na mulher, podem indicar mágoas em relação ao pai, ainda que esse sentimento esteja no mais profundo do inconsciente.

A solução: é o perdão que favorece a melhora no quadro.

Diabetes

O perfil: apego ao passado, sensação de que a realidade atual não tem amis a mesma graça. A doença na maioria das vezes aparece depois de uma série de perdas, quando a insegurança predomina.

A solução: a melhora dependerá de uma postura interessada em ampliar conhecimentos e oportunidades, para redescobrir a alegria de viver.

Fibromialgia

O perfil: os portadores da doença são em geral pessoas muito apegadas à família ou ao trabalho e querem resolver os problemas dos outros. A tentativa, evidentemente, está fadada ao fracasso, já que cada um deve arcar com suas responsabilidades e cuidar da própria vida.

A solução: adotar um comportamento mais sereno, permitindo autonomia àqueles que a cercam, confiando que são capazes de resolver seus contratempos particulares.

Insuficiência renal

O perfil: o medo do futuro gera pensamentos tensos, que podem influenciar negativamente no funcionamento dos rins.

A solução: para ajudar no tratamento, assuma pensamentos alegres e otimistas, acreditando que nada nem ninguém poderá destruir seus sonhos.

Enxaqueca crônica

O perfil: normalmente atinge pessoas que tiveram uma educação autoritária e repressiva, que foram forçadas a amadurecer e que se tornaram racionais de mais.

A solução: O quadro pode ser minimizado com uma postura mais flexível perante a vida, sem tantas culpas ou cobranças. Só para se ter ideia, o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto em uma pesquisa sobre enxaqueca que avaliou pacientes atendidos no ambulatório de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que 45% dos cem voluntários também eram depressivos, 60% muito ansiosos e 62% manifestavam estresse crônico. “Esses estudos mostram que apenas o tratamento médico pode não ser suficiente, já que há um aspecto emocional. Só é possível entender as doenças quando avaliamos todo o histórico do paciente. E isso significa incluir os acontecimentos importantes de sua vida e as emoções que eles lhe provocaram”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto.

Gripes e resfriados

O perfil: quem pega essas doenças com facilidade normalmente se vê sobrecarregada. Tem tantos compromissos que sente falta de um tempo para si mesma.

A solução: o ideal seria colocar os seus interesses particulares entre as prioridades, no dia a dia. E não se sentir obrigada a fazer aquilo que não quer.

Insônia

O perfil: preocupação exagerada com o futuro, medo de estar errando em questões importantes.

A solução: aposte mais na sua capacidade de decidir e de resolver problemas, acreditando que os bons resultados aparecerão como uma resposta natural ao seu trabalho e dedicação.

Descobri que era pré-diabética...

Depois de engordar 11 quilos em menos de um ano. Foi quando procurei um endocrinologista e, após alguns exames, recebi o diagnóstico: tinha pré-disposição genética, aliada a uma alta dose de estresse. Esses dois fatore deixaram o meu organismo vulnerável à manifestação da doença. Estava vivendo um período turbulento e meu emocional ficou muito abalado. Fui morar sozinha, acabei tendo que administrar mais coisas do que era capaz, me enrolei com a compra e venda de imóveis e carros, perdi dinheiro e como não soube lidar com tudo também acabei rompendo com o meu noivo. Tudo isso interferiu na minha saúde, de maneira decisiva. Tive de tomar medicamento, me alimentar melhor e investi em corrida. Além disso, mudei a minha maneira de encarar os problemas. Percebi que, seja qual for a carga de energia que eu desperdiço na tentativa de resolver os problemas, eles continuam os mesmos. Então, comecei a me cobrar menos e passei a aceitar que, às vezes, as renúncias são inevitáveis”, conta Luana Cristina dos Santos, de 26 anos, que está curada, já perdeu 7 kg e vai se casar com o namorado com quem tinha terminado. Para o endocrinologista Marcos Tambascia, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a relação entre o drama pessoal de Luana e a alteração no nível de glicose no sangue é clara. “O estresse libera na corrente sanguínea substâncias como o cortisol, que podem aumentar a resistência à insulina em pessoas que já apresentam chances maiores de desenvolver a doença, por causas da herança genética, e foi exatamente o que aconteceu”, explica.

O estresse

O vilão de diversas doenças está sendo alvo de muitas pesquisas. Há 19 anos, o Instituto HeartMath, estuda como o mecanismo mente-corpo influencia no aparecimento de doenças e na conquista da saúde. Segundo o especialista Rollin MacCraty, que conduziu uma pesquisa sobre o impacto do estresse, constatou-se que de 75% a 90% das pessoas que vão ao médico pela primeira vez reclamam de tensão crônica. Armando Ribeiro das Neves Neto conta que, ao avaliar voluntários que tinham os batimentos cardíacos mais descompassados, verificou que eles eram portadores de estresse médio a severo. “Estou muito envolvido nessas pesquisas sobre a influência do nosso emocional no aparecimento de doenças”, revela. Outro estudo provou que pessoas que “vivem” muitos sentimentos negativos estão duas ou três vezes mais propensas a desenvolver hipertensão arterial.

E como acontece?

A somatização (problemas de saúde provocados por distúrbios de origem psíquica, com ou sem causa orgânica) – ocorre no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. O que a medicina ainda investiga é o caminho das mensagens transmitidas pelas emoções, do cérebro até os outros sistemas. Sabe-se que ela é feita por proteínas, hormônios e neurotransmissores. Outra grande descoberta são os neuropeptídios. “Através da corrente sanguínea, eles comunicam o nosso estado emocional”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto. Nada pela despercebido pelo corpo.

Por uma vida mais saudável

Com a confirmação de que as emoções podem provocar doenças sérias, precisamos aprender a dominá-las e segurar as rédeas da situação. Isso significa tentar manter o equilíbrio. Veja algumas dicas para começar a colocar em prática:

Se autoavalie diariamente – reconheça os pensamentos e sentimentos negativos que podem estar prejudicando sua autoestima e o convívio com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. “Muitas emoções quando frequentes acabam virando hábito. Então, se percebe que está ficando doente, tente descobrir o que está provocando esse quadro, para mudá-lo”, explica Armando Ribeiro das Neves Neto. Isso realmente não é simples, mas é possível. “O mais importante é conseguirmos controlar nossos pensamentos e sentimentos”, diz o especialista. Não descuide de si mesma, nunca.

Peça ajuda – a terapia cognitivo-comportamental pode ser uma boa aliada. O grande objetivo dessa técnica é ensinar o paciente a identificar pensamentos distorcidos, que geram reações emocionais negativas e podem levar aos sintomas físicos. Marque sua consulta!

Libere suas tensões – isso vai ajuda-la a se manter bem e, consequentemente, preservar o bom funcionamento do seu organismo. “O estresse crônico libera substâncias químicas capazes de prejudicar o sistema imunológico, deixando-nos mais vulneráveis ao aparecimento de doenças físicas e psicológicas”, garante a psicodermatologista Márcia Senra. Escolha o que quiser: caminhada, ioga, meditação, pilates, corrida, academia...

Pense positivo – tente enxergar as coisas boas da vida. Adote essa postura até mesmo diante de uma doença (não é fácil, mas você consegue!). “Depois de enfrentar uma dificuldade, podemos nos tornar mais flexíveis, e passamos a relevar os pequenos problemas”, garante a psicóloga Solange Lopes de Souza. Você pode!


quinta-feira, janeiro 13, 2011

Sorrir faz bem e aumenta a produtividade

Investir no bom humor dos funcionários favorece o crescimento pessoal, ajuda a trazer satisfação profissional e contribui para elevar o faturamento. É o que garantem os especialistas.


Por Jualiana Lanzuolo
Fitness Business
O ato é tão simples e singelo que faz com que os benefícios passem despercebidos. Para alguns, são apenas 12 músculos do rosto a se movimentar. Se a intensidade vai um pouco além, serão 24 no total. O ar é expelido em grande velocidade dos pulmões e todo o corpo fica oxigenado. Isso tudo ajuda a manter uma boa condição aeróbica e a pensar com mais clareza e criatividade.

Essas sensações, que são praticamente imperceptíveis, mas fazem diferença no dia a dia, podem tornar o ambiente de trabalho mais agradável e produtivo. É o que garantem especialistas. Sorrir faz bem e não apenas à saúde. Basta cultiva o bom humor e saber controlar as emoções nos momentos oportunos.

Márcio Acoaviva foi contratado para dar aulas de musculação na Needs, em Moema, São Paulo (SP). Após seis meses na função, foi nomeado coordenador da academia. “A proposta foi supermotivante, já que não houve uma procura externa para esse cargo, mas sim a confiança e a efetivação de um dos colaboradores”, conta Márcio.

Essa iniciativa de valorizar o próprio time demonstra uma gerência atenta aos próprios talentos que ela produz e é um dos artifícios que rende ótimos frutos no que diz respeito à motivação e à produtividade dos colaboradores.

“Para um bom rendimento profissional não basta ter um alto QI. Atualmente, nós passamos a lidar um pouco mais com aquilo que chamamos de inteligência emocional. Ou seja, talvez mais importante do que ter um pensamento lógico, racional, é a maneira como praticamos esse pensamento”, alerta Armando Ribeiro das Neves Neto, psicólogo e professor do curso de aprimoramento em Terapia Cognitivo-Comportamental em Saúde Mental da Universidade de São Paulo (USP).

O especialista explica que existem emoções destrutivas e construtivas. O equilíbrio das emoções construtivas, aliado à preparação acadêmica e a um treinamento, pode ajudar as pessoas a atingirem rapidamente e com mais eficácia suas metas profissionais ou pessoais.

Diante de um cenário em que a modernização está ao alcance de todos, o diferencial na está mais na tecnologia, e sim na capacitação técnica e no desenvolvimento motivacional e emocional do colaborador. “Há que se ter uma política de trabalho muito bem estabelecida em que realmente o capital humano seja mais importante do que a estrutura física. Por isso, as ações direcionadas ao nosso colaborador se equiparam ou até ultrapassam o potencial de investimento da diretoria em novas infraestruturas”, afirma Patrícia Lobato, consultora técnica coorporativa da Cia. Athletica.

Propostas Inovadoras

A imagem do educador físico está intimamente ligada à saúde e ao bem-estar e precisa transmitir esses valores aos alunos. Mas, para ser agente de mudança no outro, é preciso estar bem internamente. Diversas redes de academia já partem dessa premissa e vêm implementando ações focadas no funcionário para que ele esteja satisfeito e realizado em seu local de trabalho.

Em 2001, a Cia. Athletica criou um prêmio para estimular a participação de todos os colaboradores nas soluções executadas pela empresa. “Eles enviam projetos com sugestões de melhorias de processos ou serviços que, no caso, são aulas ou modalidades que eles, além de elaborar, têm de aplicar e validar para concorrer. Há um regulamento e um comitê de julgamento e a votação final é feita pelos próprios colaboradores em nossa convenção interna”, conta Patrícia.

Os vencedores do prêmio “Inovação” ganham uma viagem internacional com todas as despesas pagas e depois fazem um tour por todas as unidades do grupo para implementar os programas ou serviços que eles sugeriram.

Na Academia Needs ocorre algo parecido. Lá, todos os colaboradores podem participar ativamente da criação e desenvolvimento de novos formatos de aula e rotinas de trabalhos, além de criar eventos e promoções. “Temos total liberdade para propor encontros ou novas idéias de acordo com o que percebemos que irá agradar aos alunos. Quando a sugestão ganha vida, o funcionário se sente valorizado e reconhecido, além de ter maior visibilidade”, afirma Acoaviva.

O professor é transdisciplinar, ou seja, pode atuar em diferentes áreas. Se quiser, pode reservar um período do expediente para dar aulas de musculação, outro para atuar na avaliação física e assim por diante. O fato de a função não ser engessada, como na maioria das academias, contribui para o funcionário se fidelize à medida que é estimulado a variar seu posto e a estudar outros temas.

Reciclagem

Na Cia. Athletica, outro ponto a ser destacado é a atualização técnica dos professores. Patrícia explica que, anos atrás, havia uma dificuldade em criar uma linguagem comum entre todos da rede e uniformizar essa reciclagem de conhecimento nas unidades, tamanha a demanda de trabalho e disponibilidade dos professores responsáveis por esse tipo de treinamento.

“Desenvolvemos uma intranet na qual os conteúdos técnicos e instruções de trabalho das outras áreas ficam armazenados, são periodicamente atualizados e todos os colaboradores têm acesso. Para estimular os acessos ao portal, elaboramos um quiz show – que começa com uma prova aplicada aos professores. A avaliação engloba desde conhecimentos técnicos, produtos e serviços da empresa, além de conhecimentos gerais”, detalha a consultora. Os melhores colocados representam a unidade na convenção interna e também são premiados com uma viagem.

Para incentivar o hábito do estudo e reciclar os conhecimentos, a Needs criou uma espécie de escola interna, na qual os professores têm acesso a uma biblioteca com livros doados, além de palestras e cursos de assuntos relativos à área conforme o interesse da maioria. “Elencamos diversos temas e, uma ou duas vezes por mês, trazemos um especialista sobre a área escolhida”, detalha Acoaviva.

“O resultado mais expressivo em iniciativas como essas é que você descentraliza tanto o processo criativo quanto as ações de reconhecimento de quem é importante na empresa”, ressalta Patrícia Lobato.

Responsabilidade do Gestor

“Em uma das minhas pesquisas, aplicada com executivos de empresas de grande porte, sobre o perfil do estresse, o fator mais alarmante foi a relação com a chefia imediata. Então, o chefe principal é considerado a fonte de desarmonia ou harmonia no ambiente de trabalho”, alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto.

Ele sugere que o gestor pense na formação de sua equipe de maneira estratégica e que deixe um pouco a indicação de lado para atentar-se à qualidade emocional de seus funcionários, formando uma equipe de personalidades heterogêneas.

“No ambiente de trabalho, temos de lidar com a pressão exercida pelos chefes, prazos, entre outras questões que podem interferir no bom andamento da rotina diária. A raiva também é um sentimento a ser trabalhado. Hoje, da mesma forma que temos programas de redução do estresse, existem os de gerenciamento da raiva, tamanha a importância desta emoção”, conta Armando Ribeiro das Neves Neto.

Bom humor

“Bom humor é rir junto e não rir do outro. Ter pessoas bem-humoradas nas equipes pode fazer à diferença”, ressalta Venina Beck Amorim, psicóloga clínica e executiva de RH. A especialista elenca algumas dicas para manter o clima harmonioso:

• Evite criticar o outro.
• Esteja sempre aberto a ouvir uma idéia. Ela pode ser melhor que a sua.
• Não transfira problemas de uma situação para outra.
• Administre os conflitos separadamente.
• Valorize a espontaneidade, mesmo que ela não venha com a melhor idéia. Uma proposta trabalhada em equipe pode se tornar algo brilhante.

sábado, janeiro 08, 2011

50 Segredos das pessoas que nunca adoecem

Cinco povos ao redor do mundo se destacam pela longevidade: eles vivem, em média, dez anos a mais do que o restante da humanidade. Conheça agora seus principais hábitos de vida
por Rita Trevisan e Giovana Pessoa



 
Gene Stone teve a oportunidade de escrever sobre inúmeros tratamentos adotados com sucesso para curar doenças. Porém, continuava ficando de cama. "Também notei que havia populações em que as pessoas nunca ficavam doentes. Então me ocorreu que eu devesse perguntar a essas pessoas o que elas faziam", disse Stone em entrevista à VivaSaúde.

As respostas estão no livro Os segredos das pessoas que nunca ficam doentes, recém-lançado nos EUA. Em suas andanças, Stone percebeu que cinco povos eram os mais saudáveis: a Barbagia, na Itália; Okinawa, no Japão; a comunidade dos Adventistas do Sétimo Dia, na Califórnia; a Península de Nicoya, na Costa Rica; e a ilha grega de Ikaria.

Outro americano, Dan Buettner, escreveu sobre o tema em um livro que virou best-seller: Blue Zones: lições de pessoas que viveram muito para quem quer viver mais. Ambos os autores nos ajudaram a traduzir as experiências dessas pessoas. Confira 50 dicas eficazes, comentadas por 21 especialistas brasileiros.

1. Beber água mesmo sem ter sede
A água está para o corpo humano assim como o combustível para o carro. Isso porque, sem manter os nossos níveis hídricos sempre abastecidos, todo o organismo sofre. O líquido ajuda a aumentar a saciedade, evitando compulsões que podem levar ao sobrepeso e ao aparecimento de diversas doenças, ao mesmo tempo que mantém a saúde do sistema renal. "É o baixo consumo de água que resulta em urina concentrada e na maior precipitação de cristais, justamente o que leva à formação das pedras nos rins", adverte a nutricionista amanda epifânio Pereira, do Centro Integrado de Terapia Nutricional. sucos naturais, chás e água de coco também podem ser usados.

2. Ir ao dentista regularmente
A boca é como um espelho a refletir a saúde do organismo. Daí a importância de permitir que um profissional a examine a cada seis meses. "Muitas doenças sistêmicas, como diabetes, alterações hormonais e lesões cancerígenas podem ser detectadas numa consulta de rotina", diz o periodontista Cesário Antonio Duarte, professor da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, o tratamento das cáries deixa o organismo protegido contra inúmeras doenças. "Cáries não tratadas podem se tornar a porta de entrada para micro-organismos, que poderão atingir órgãos nobres como coração, rins e pulmões", alerta o especialista.

3. Ingerir mais nozes
Bateu aquela fome de fim de tarde? Experimente comer duas unidades de nozes todos os dias. Esse é um dos segredos dos Adventistas da Califórnia. Cerca de 25% deles comem nozes cinco vezes por semana. E diminuíram pela metade o risco de problemas cardíacos.

4. Temperar com alho
"Ele melhora a saúde do coração, diminui os níveis de colesterol, a pressão arterial e potencializa as nossas defesas", afirma a nutricionista funcional Gabriela Soares Maia.

5. Comprar alimentos regionais
Se puder privilegiar alimentos produzidos na sua região, sua saúde sairá ganhando. Isso porque os produtos da safra, que não recebem uma grande quantidade de conservantes, em geral, são muito mais ricos em nutrientes. Agora, se você puder ir pessoalmente à feira ou à quitanda do bairro, tanto melhor.

6. Comer mais frutas
Aumentar o consumo de produtos de origem vegetal é uma das medidas mais significativas na prevenção de doenças crônicas. A prática foi observada em pelo menos quatro das cinco Blue Zones e é fácil entender o porquê. "Frutas, legumes e verduras possuem uma quantidade de vitaminas antioxidantes, boas gorduras e fibras que supera em muito a dos alimentos industrializados", diz Isis Tande da Silva, do Ganep Nutrição Humana.

7. Aprender a planejar
A tensão constante é extremamente prejudicial à saúde. "Ela afeta o funcionamento do sistema nervoso, hormonal e imunológico", alerta o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, professor da USP. Uma boa maneira de controlar essas reações é não deixar todos os compromissos para a última hora. "Acostume-se a anotar suas pendências em uma lista", diz o especialista em produtividade pessoal Christian Barbosa.

8. Fracionar a dieta
Comer mais vezes ao dia e optar por porções menores é um jeito inteligente de manter o peso estável. "Os jejuns prolongados desencadeiam uma fome tão intensa que é fácil se exceder nas refeições", explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional. Quando dividimos a nossa alimentação diária em cinco ou seis refeições, também estamos dando uma forcinha ao processo de digestão e ao intestino, evitando sobrecargas.

9. Aproveitar o contato com a natureza
Sinta o cheiro da grama molhada, escute os pássaros, sente-se na sombra de uma árvore... Pratique essa terapia sempre que possível, já que ela é altamente relaxante. "A vegetação transfere umidade ao ar e, portanto, o ambiente fica ionizado negativamente. Isso provoca uma reação química no organismo, gerando uma sensação de muita calma", explica a arquiteta Pérola Felipetti Brocanelli, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A psicóloga Solange Martins Ferreira, do Hospital Santa Catarina, garante que as atividades ao ar livre também contribuem para recuperação de pacientes: "Quando observam a natureza, eles tiram a atenção da doença".

10. Levantar peso
A ideia não é apenas ficar forte. "Um dos principais benefícios é o aumento da densidade óssea, auxiliando na prevenção da osteoporose e na reversão da sarcopenia (diminuição no número de sarcômero, a unidade do músculo esquelético). Isso evita a incapacidade funcional, muito comum em idades avançadas", diz Ricardo Zanuto, fisiologista e professor de Educação Física das Faculdades Integradas de Santo André.

11. Ser um voluntário
Se você ainda não conseguiu um tempo para isso, é bem provável que não tenha encontrado a causa certa. "Quando se apaixonar de verdade por um trabalho social, acabará colocando-o na lista de prioridades", garante o especialista em produtividade pessoal Christian Barbosa. "Dedicar uma noite por semana já é um bom começo", diz Dan Buettner.

12. Celebrar a vida
Não espere algo de extraordinário acontecer, mas acostume-se a comemorar as pequenas vitórias. Essa é a receita de longevidade dos italianos que vivem na Sardenha, uma das Blue Zones. Eles chamam a atenção pela disposição que têm para festejar tudo e todos.

13. Cultivar a sua fé
"A religião empresta sentido às buscas e conquistas do ser humano, dá uma nova dimensão às vitórias e também às perdas. Além disso, orienta e ajuda as pessoas a tomar decisões difíceis", explica Jorge Claudio Ribeiro, professor de Teologia da PUC-SP.

14. Trocar o café pelo chá-verde
Ainda que você precise do café para acordar, faça a substituição. Afinal, o cháverde também contém cafeína, que funciona como estimulante. O bom é que ele oferece outros extras. "Diversos estudos mostram que a bebida atua na prevenção e no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson", afirma a nutricionista Andréia Naves.

15. Pegar leve com as carnes vermelhas
Embora sejam importantes fontes de ferro, são alimentos de difícil digestão e, portanto, retardam o funcionamento intestinal. Então, se você é do tipo que não pode viver sem um bifinho, contente-se com um filé médio por dia.

16. Praticar mais atividade aeróbica
Pode ser uma caminhada ou uma corrida. Esse tipo de exercício tem impacto direto sobre os fatores de risco associados à hipertensão, ao diabetes e à obesidade. "A prática regular melhora a força e a flexibilidade, fortalece ossos e articulações, facilita a perda de peso e diminui o colesterol", afirma Zanuto.

17. Encontrar a sua tribo
Se você gosta de esportes, certamente irá sentir-se bem com amigos que também gostam. Portanto, faça um esforço para encontrar pessoas com quem possa compartilhar e trocar ideias. "Uma das atitudes mais importantes para garantir a longevidade é cercar-se de pessoas que vão lhe dar suporte e que conectam ou reconectam você com o sentido maior que você dá à sua vida", diz Dan Buettner.

18. Ser agradável
Facilita a convivência social e cria vínculos com pessoas que poderão apoiá-lo quando necessário. Mas como tornar-se uma pessoa agradável? O autor Dan Buettner é quem responde: "Para isso, é preciso ser interessado e não apenas interessante. Pessoas simpáticas perguntam a você como está em vez de falarem apenas de si mesmas".

19. Definir seus objetivos
É o que os moradores de Okinawa chamam de ikigai e os habitantes de Nicoya nomeiam de plano de vida. Seja como for, o fato é que eles têm muito bem definidas as suas razões de viver e investem nesses propósitos.

20. Conhecer melhor a ioga
Ela une princípios da meditação, exercícios para o equilíbrio, alongamento e o treinamento de força, com foco na respiração. Tudo isso graças à execução de movimentos sequenciados. "A ioga é ótima para a longevidade, porque fortalece os músculos e ligamentos. Então, os movimentos tornam-se mais fluidos e seguros. A prática tem ainda um efeito importante na redução do estresse", diz Dan Buettner.

21. Guardar o despertador na gaveta
Dormir bem significa dar ao corpo a chance de se recompor totalmente. "Se você se deita, dorme logo e acorda bem disposto, pode dizer que tem um sono de qualidade", ensina o neurofisiologista Flavio Alóe, do Centro de Estudos do Sono do Hospital das Clínicas (SP). Quem não tem, corre um risco muito maior de adoecer. "Aqueles que dormem pouco podem ter um aumento do colesterol e dos triglicérides", complementa Alóe.

22. Apostar nos integrais
Não basta comer pão integral. Com um pouco de criatividade, é possível incluir a farinha e aveia integrais na preparação de inúmeros pratos. Quer um bom motivo para fazer isso? Pois saiba que os alimentos não processados oferecem um aporte muito maior de nutrientes. "No processo de refinamento, o germe dos grãos são retirados, restando praticamente o amido", explica a nutricionista Patrícia Morais de Oliveira, do Ganep.

23. Pensar na sua vocação
Fazer o que gosta é uma forma eficiente de afastar o estresse. Além disso, é interessante que o seu tipo de trabalho seja capaz de fazê-lo sentir-se realizado. Por último, saiba que aquele que se empenha em uma carreira para a qual há um sentido profundo, além da manutenção da renda, se sente mais motivado a investir na atualização dos conhecimentos. E estudar, como já vimos, é um santo remédio para o cérebro.

24. Doar seus pratos grandes
A população de Okinawa descobriu um jeito de comer 30% menos: eles utilizam pratos de apenas 23 cm de diâmetro. "Há experiências promissoras sendo realizadas por meio da restrição calórica orientada, que já se mostrou capaz de aumentar o tempo de vida de animais de laboratório em 60%", afirma Ellen Paiva.

25. Ter atitudes positivas
"As emoções fazem parte daquilo que somos e, portanto, são capazes de provocar reações físicas muito claras. As positivas curam e determinam uma maior e melhor qualidade de vida", diz Armando Ribeiro das Neves Neto.

26. Emagrecer a despensa
Na hora da compra, elimine os alimentos que possuem qualquer quantidade de gordura trans e evite os que contêm gorduras saturadas. E por um motivo simples: as chamadas gorduras ruins têm relação com o aumento dos níveis de colesterol LDL e triglicérides, fazendo crescer o risco de infarto e de acidente vascular cerebral. "Além dos industrializados, convém tomar cuidado com os alimentos de origem animal, como carnes gordas", alerta a nutricionista Andréia Naves, da VP Consultoria Nutricional.

27. Saber como usar a soja
Em Okinawa, no Japão, o consumo de produtos da soja é o maior de todo o mundo. O resultado? Dos cerca de 1 milhão de habitantes locais, mais de 900 pessoas já passaram dos 100 anos. "O consumo frequente reduz os riscos de doenças cardiovasculares", afirma a nutricionista Renata C. C. Gonçalves, do Ganep.

28. Estudar sempre
Manter as atividades intelectuais é uma maneira de garantir anos extras de vida e muito mais saúde, principalmente nas idades avançadas. "Exercitar o cérebro vai deixá-lo mais protegido contra doenças. Na prática, isso significa um risco menor de limitações físicas, mesmo se algo der errado porque, nesse caso, a recuperação será muito melhor", explica o neurologista André Gustavo Lima, do Hospital Barra D´or.

29. Ter um dia só para você
Os Adventistas do Sétimo Dia que vivem em Loma Linda, na Califórnia, recolhem-se em suas casas aos sábados e aproveitam a ocasião para meditar e orar. E esse parece ser mais um bom hábito que poderíamos nos esforçar em copiar. Afinal, essas pessoas vivem de cinco a dez anos mais que o resto da população americana. "Se for impossível fazer isso, tente conseguir pelo menos 15 a 20 minutos por dia para não fazer nada, ou melhor, para pensar apenas. É como marcar uma reunião consigo mesmo", diz Christian Barbosa

30. Apagar o cigarro
Quem tem menos 40 anos e fuma até 20 cigarros por dia tem quatro vezes mais chances de infartar. Agora, se o consumo for maior, o risco sobe 20 vezes. A explicação é simples: as substâncias do cigarro levam à contração dos vasos sanguíneos, à aceleração dos batimentos cardíacos, além abaixar o HDL, que age como um protetor das artérias.

31. Ouvir a sua música
A musicoterapeuta Maristela Smith, das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), tem uma receita interessante para quem quer tirar proveito da terapia da música. "Faça um CD com as músicas que marcaram positivamente a sua vida para criar a sua identidade sonora musical. Escute-o regularmente, principalmente quando estiver precisando melhorar o astral", ensina a especialista.

32. Respirar com consciência
Quando estiver precisando relaxar ou desacelerar seu ritmo, faça a respiração completa. "Inspire calmamente o ar pelo nariz, contando três segundos. Então, bloqueie a respiração por um tempo, retendo o ar, e expire pela boca em seis segundos. Assim, você estará atuando diretamente sobre o sistema nervoso autônomo", ensina o educador físico Estélio Dantas, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

33. Curtir os animais
Mesmo que não possa ter um em casa, descubra aqueles com os quais possui mais afinidades e dê a si mesmo a oportunidade de tocá-los. Para a veterinária Maria de Fátima Martins, professora de Zooterapia da USP, a convivência com os bichos é uma rica fonte de benefícios psicológicos, físicos e sociais. Ela coordena uma experiência de terapia assistida com animais em asilos. "O contato com os animais tem melhorado a vida dessas pessoas. Para alguns idosos, a experiência foi tão positiva que eles chegaram a diminuir o número de medicamentos que tomavam", conta.

34. Ser muito mais ativo
Comece descendo alguns pontos antes do ônibus. Fazer mais atividades a pé ou de bicicleta, cozinhar, cuidar do jardim, brincar com o seu cachorro, todas essas maneiras de se mexer são válidas. "Um dos segredos da longevidade é encontrar meios de se manter sempre em movimento. De preferência, concentre-se em atividades que também lhe dão prazer, e os benefícios serão maiores", sugere Dan Buettner.

35. Desacelerar o ritmo
"Se você não cria um tempo para estar bem, terá que ter tempo para se cuidar quando ficar doente", alerta Dan Buettner. O primeiro estágio do estresse é a fase de alerta. Ele nos permite realizar muitas tarefas em pouco tempo e aí nos sentimos bem. Porém, quando persistimos na tensão, o organismo entra em fadiga.

36. Comer mais iogurtes
"Eles reforçam a nossa imunidade", explica a nutricionista Gabriela Maia, da Clínica Patricia Davidson Haiat. O que as bactérias vivas contidas nesses potinhos também fazem é melhorar o nosso humor. Afinal, é o intestino que responde pela produção de 95% da serotonina de todo o corpo.

37. Investir no ômega-3
Peixes de água fria (salmão, arenque, sardinha, atum), sementes de linhaça moídas e óleos de peixe, de soja e de canola são ótimas fontes desse nutriente, que tem ação comprovada na redução dos níveis de colesterol e de triglicérides, além de ajudar no controle da pressão e de prevenir o risco de tromboses, que danificam os vasos sanguíneos. O composto ainda é coadjuvante em tratamentos neurológicos e de osteoporose.

38. Controlar o álcool
A curto e médio prazos, o álcool pode engordar, acelerar o processo de envelhecimento e ainda aumentar a pressão arterial. A longo prazo, causa dependência e ainda compromete o funcionamento de todos os sistemas do corpo, com danos mais sérios para o fígado.

39. Brincar com as crianças
É uma excelente estratégia para tirar o foco das preocupações, aproximar a família ou amigos e facilitar o contato intergeracional. E todos esses aspectos estão associados à longevidade. Porém, para funcionar, é preciso que se tenha um mínimo de afinidade com os pequenos.

40. Construir o próprio jardim
Mexer com plantas e flores pode ser um hobby interessante e saudável, desde que você realmente consiga tirar prazer da atividade. "Esse tipo de passatempo é muito válido para prevenir o estresse, tanto quanto fazer trabalhos manuais ou cozinhar. Só não pode virar rotina e obrigação. Se a pessoa tem que cozinhar ou cortar a grama todos os dias, por exemplo, isso passará a representar, na vida dela, mais uma fonte de tensão. E aí os benefícios não virão", explica Armando Ribeiro das Neves Neto.

41. Desfrutar do sol
Sentir na pele o calor dos raios solares não é somente uma receita para adquirir disposição e ânimo. Com cerca de 15 minutos de exposição, oferecemos ao corpo algo que só o sol pode dar: a energia necessária para a síntese de vitamina D. "O composto é importantíssimo na fixação de cálcio no organismo, prevenindo a osteoporose, além de fortalecer o sistema imunológico", afirma a endocrinologista Bárbara Carvalho Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais.

42. Perdoar mais
"Para envelhecer bem, é preciso olhar para a nossa trajetória de vida aceitando os erros cometidos e desculpando-se por eles. Da mesma forma, é interessante perdoar aos outros, percebendo que não fomos apenas vítimas", diz a psicóloga Dorli Kamkhagi, colaboradora do Laboratório dos Estudos do Envelhecimento do Hospital das Clínicas (SP). "Perdoar é retirar objetos pesados de uma mochila que carregamos", compara.

43. Dar uma chance à laranja
Uma única unidade é capaz de prover a necessidade que o nosso corpo tem de vitamina C a cada dia. "Protege contra o câncer, afasta aquela gripe chata e até ajuda a pele a se recuperar mais rapidamente dos estragos promovidos pelo sol", diz a nutricionista Gabriela Soares Maia.

44. Alongar o corpo todo
Os problemas mais frequentes do aparelho locomotor, e que estão relacionados ao envelhecimento, são a perda da mobilidade e a osteoporose. "O alongamento, enquanto um treinamento da flexibilidade, é um dos principais fatores de manutenção da autonomia funcional em idosos", garante o educador físico Estélio Dantas.

45. Cochilar após o almoço
Na Península de Nicoya, na Costa Rica, a sesta é um costume institucionalizado. E, em muitas outras partes do mundo, as pausas para um cochilo também são comuns. "Para quem dorme pouco, essa pode ser uma estratégia compensatória", diz o neurofisiologista Flavio Alóe. É como renovar as energias, antes de recomeçar a jornada.

46. Priorizar as pessoas amadas
Este é outro ponto comum dos que vivem nas chamadas Blue Zones. "Eles contam com famílias fortes e se apoiam mutuamente", conta Dan Buettner. Relações verdadeiras nos protegem de situações adversas.

47. Esquecer do sal
A redução de seu consumo é imprescindível para prevenir e controlar a hipertensão que, por sua vez, oferecem as condições favoráveis para que inúmeros problemas de saúde progridam rapidamente, tais como a insuficiência renal e as complicações cardíacas. "O sal em excesso faz o corpo reter mais líquido, o que, além de causar inchaço, também aumenta o volume sanguíneo, elevando a pressão nas artérias", explica a nutricionista Andréia Naves. Para passar bem longe desse drama, vale cortar o sal de cozinha que adicionamos aos pratos durante a preparação, para colocá-lo apenas no momento de consumir, e sempre usando o bom senso. Outra dica é reduzir o consumo de condimentos, pratos prontos, embutidos ou enlatados.

48. Praticar sexo com prazer
A atividade sexual ajuda a aliviar as tensões, já que, durante a relação, ocorre a liberação de endorfinas, substâncias que melhoram o humor. O sexo ainda faz bem para a circulação. Por fim, vale como um excelente exercício e ajuda a reforçar vínculos de afeto.

49. Criar um tempo para a família
A união e o apoio mútuo entre cônjuges, pais e filhos precisam certo investimento de tempo e atenção. Mas como encontrar períodos livres para dedicar a essas pessoas todo o carinho que merecem? "Vale programar um jogo que possam fazer juntos, que permita confraternizar e trocar ideias", diz Christian Barbosa.

50. Usar as dicas diariamente
Caminhar só aos finais de semana ou encontrar mais tempo para os amigos apenas nos períodos em que a rotina de trabalho sossega um pouco podem ser um bom começo, na tentativa de transformar a sua vida para melhor. É preciso, porém, garantir que mudanças pontuais se transformem em hábitos, para colher resultados significativos no que diz respeito à saúde e à longevidade. "As pessoas que eu conheci enquanto preparava o livro possuem diferentes segredos, mas uma coisa que todas elas têm em comum é a disciplina; elas usam seus segredos diariamente, ou seja, fazem da boa saúde uma prioridade, um hábito mesmo", finaliza Gene Stone.

Produção: Janaina Rezende / Fotos Fabio Mangabeira e Shutterstock
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